quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Proteção Civil alerta para agravamento das condições meteorológicas na quinta-feira

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou hoje para o agravamento das condições meteorológicas na quinta-feira à tarde, em particular nos distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Braga e Porto.
Segundo o comunicado emitido pela ANEPC, estão previstos períodos de chuva, que poderá ser “forte a partir do fim da manhã” de quinta-feira na região norte.
Segundo a Proteção Civil, o agravamento das condições meteorológicas terá “especial incidência” naqueles distritos, entre as 12:00 e as 18:00.
A Proteção Civil alerta também para a possibilidade de vento de sul forte no litoral oeste norte e centro, com rajadas que poderão atingir os 80 quilómetros por hora, podendo atingir os 100 Km/hora nas terras altas.
As autoridades preveem agitação marítima em toda a costa, a partir do início da madrugada de quinta-feira e que se poderá manter até ao final do dia.
A ANEPC recomenda que seja dada “especial atenção às zonas historicamente identificadas como vulneráveis a inundações”, uma vez que poderá haver acumulação de água da chuva nas bacias hidrográficas de Lima, Cávado e margem norte do Douro.
In Sapo24

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Fogos na Austrália já queimaram uma área maior que Portugal e representam uma "catástrofe ecológica"

Os fogos florestais das últimas semanas na Austrália representam uma “catástrofe ecológica” que demorará décadas a ser superada e que exige um apoio financeiro significativo e mudanças de políticas ambientais, advertem especialistas ouvidos pela Lusa. 
 Mudanças que exigem, necessariamente, medidas concretas para evitar que se “continue a aumentar a temperatura do forno” que está a “cozinhar” o planeta terra, como explicou Stuart Blanch, cientista ambiental e um dos responsáveis do setor de reflorestação da World Wide Fund – Austrália (WWF-A).

“Estamos perante uma catástrofe ecológica, a estimativa é da perda de mil milhões de animais vertebrados, mas sabemos que esse número vai aumentar quando a informação mais precisa for compilada”, disse.
Nas últimas semanas o fogo queimou uma área maior que Portugal – a época dos fogos ainda não terminou – com danos sérios a ecossistemas especialmente na costa leste do país, deixando várias espécies em situação ameaçada ou em risco.
O número de mil milhões de animais mortos baseia-se num estudo realizado em 2007 por um grupo de cientistas especializados em répteis, mamíferos e outros animais que estimava que, em média, havia entre 150 e 160 animais vertebrados em cada hectare do ecossistema.
“O número de mil milhões é uma extrapolação conservadora dessa média de animais tendo em conta os mais de 10 milhões de hectares queimados”, explicou.
Em média, 80% desses animais são répteis, incluindo lagartos e cobras, 12 a 15% são aves e cinco a oito por cento são mamíferos, ficando fora do total morcegos, sapos, peixes e insetos, cujas populações não foram contabilizadas na altura do estudo.
Novos estudos estão em curso para determinar com mais precisão a presença desses e outros animais nos vários ecossistemas da Austrália, para assim permitir avaliações mais detalhadas em casos como os atuais, explicou.
Ainda que animais selvagens e as próprias florestas se tenham vindo a adaptar a fogos ao longo de dezenas de milhares de anos, não implica, nota Blanch, que os animais tenham conseguido escapar aos atuais fogos, de dimensão e extensão fora do normal.
“Os fogos que temos agora não são como no passado. São muito maiores, muito mais intensos, mais quentes, menos previsíveis e muito dos animais não conseguem escapar, até mesmo os pássaros”, explicou.
“O fogo viaja muito rápido e a intensidade do calor acaba depois por alcançar muitos animais que fugiram. E depois há muitos animais que conseguem escapar, mas que acabam por morrer, porque ficam sem habitat, ficam sem comida. Por isso o impacto é desta dimensão”, referiu.
Falta de comida, cansaço dos animais que têm de viajar grandes distâncias e até os que ficam presos em vedações de propriedades agrícolas, acabam por fazer aumentar a perda de vida selvagem.
Anna Felton, da organização ambiental WIRES – que gere uma rede de voluntários envolvidos no apoio à vida selvagem em NSW – diz que é impossível saber quantos animais morreram mas que muitas espécies já estavam com problemas devido à falta de água e alimentos por causa da seca prolongada em vários locais.
A WIRES diz que “nunca na sua história viu um momento de emergências paralelas como as que começaram em novembro” com os fogos a terem um impacto a longo prazo para os animais que sobreviveram.
Só em dezembro, nota, a organização recebeu mais de 20 mil chamadas – mais 14% que no ano passado – com os voluntários da WIRES a realizarem mais de 3.300 salvamentos de animais.
“O fogo não discriminou espécies. E todas são necessárias para o equilíbrio ambiental. Mas ainda é cedo para saber o verdadeiro impacto porque continuamos na fase critica de salvamentos e de cuidados imediatos”, disse Fento em entrevista à Lusa.
Entre os animais em maior risco, Stuart Blanch destaca a população de coalas, “especialmente vulneráveis na costa leste” e que “devem ser considerados sob ameaça de extinção” e o ‘Regent Honey Eater’, pássaro que já estava ameaçado e que perdeu praticamente todo o seu habitat.
Igualmente ameaçado está o Petauroides Volans, uma espécie de marsupial, reconhecido pela sua longa cauda, e que vive tradicional em grandes florestas em Victoria e NSW.
“Quando há fogo, como os coalas, estes marsupiais tendem a subir pelas árvores o que é bom em casos de fogos pequenos de menor intensidade. Mas não neste caso com fogos desta dimensão, com colunas de chamas de 50 metros, simplesmente ficam carbonizados no alto das árvores”, recordou.
Os ratos-cangurus, outro marsupial que vive nestas zonas, estão igualmente em perigo, já que são animais “que não voam e não conseguem trepar”, acabando por morrer incinerados nos fogos.
Em risco critico de extinção está igualmente o Gymnobelideus Leadbeateri, outra espécie de marsupial, que depende das “grandes florestas húmidas” com outras espécies de cangurus e marsupiais, catatuas, pardais e corujas, na lista de preocupações, referiu.
Stuart Blanch sublinha que mesmo havendo as condições e o apoio necessário – com um grande programa de reflorestação e apoio ambiental, “o processo de recuperação demorará pelo menos 10 anos”.
Para isso, defende, “é preciso algo equivalente ao Plano Marshall para ajudar a recuperar as florestas na Austrália” que é hoje um dos pontos quentes – a par da Sibéria, amazónia, Congo e Indonésia – em termos de fogos florestais.
“As florestas são vistas como obstáculo ao progresso, mas são uma solução natural para o clima. Por isso temos que pagar a quem tem florestas para as cuidar. Isso reduziria 15 a 20% das emissões. É algo que temos que fazer globalmente”, afirmou.
No caso da Austrália, reflorestar o país – com 10 milhões de hectares de florestal – exige “biliões de dólares e um programa a 10 anos”.
In Sapo24

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Austrália. Diretora comercial da News Corp demite-se depois de denunciar cobertura noticiosa dos fogos

A diretora comercial do grupo de 'media' News Corp, do magnata Rupert Murdoch, demitiu-se hoje depois de denunciar a cobertura "perigosa e irresponsável" que os jornais do grupo têm feito dos incêndios na Austrália.
Num email para o responsável do grupo, Michael Miller, e distribuído por todos os funcionários da News Corp, Emily Townsend acusou os jornais do grupo de tentarem promover a falsa ideia de que os incêndios se devem a atos criminosos.
“Tenho sentido um impacto severo da cobertura das publicações da News Corp relativamente aos fogos, especialmente a campanha de informação falsa que tem tentado desviar a atenção da questão real das alterações climáticas, destacando a questão de fogos postos (muitas vezes deturpando factos)”, escreveu no email.
O email, divulgado pela imprensa australiana, foi removido dos servidores do correio da News Corp uma hora depois de ter sido enviado.
“Considero inconcebível continuar a trabalhar para esta empresa e saber que estou a contribuir para a disseminação de negações e mentiras sobre as alterações climáticas”, escreveu Townsend, que trabalhou na News Corp durante cinco anos.
“As notícias que vi no The Australian, no The Daily Telegraph e no Herald Sun não são apenas irresponsáveis, são também perigosas e prejudiciais para as nossas comunidades e para o nosso planeta, que precisa que reconheçamos a destruição e sobre a qual precisamos de começar a atuar”, acrescentou.
Ao jornal Sydney Morning Herald, Townsend lamentou que o email tenha sido divulgado, mas reiterou e defendeu o conteúdo.
Imagens falsas ou antigas, informação errada e até mapas fictícios partilhados por cidadãos, partidos políticos e celebridades têm estado a contaminar a cobertura dos fogos na Austrália divulgada nas redes sociais.
Uma investigação da ABC Austrália apontou para uma proliferação de ‘bots’ [aplicação de ‘software’ concebida para simular ações humanas repetidas vezes de maneira padrão] e contas fictícias que estão igualmente a espalhar notícias falsas, incluindo a tentativa de apontar o dedo a ecologistas, nomeadamente em torno do debate sobre as alterações climáticas.
Entre a informação falsa que circula há várias imagens e notícias com a ‘hashtag’ #ArsonEmergency que têm inundado a rede social Twitter.
Um investigador da Queensland University of Technology (QUT), Timothy Graham, disse que cerca de um terço de mais de 300 contas que analisou e que têm partilhado publicações com essa ‘hashtag’ sugerem ser falsas ou automatizadas.
Uma das mais partilhadas, por exemplo, a notícia falsa de que as autoridades australianas teriam detido 200 incendiários, atacando os ‘media’ tradicionais por ignorarem a informação e preferirem responsabilizar as alterações climáticas.
O número total de pessoas detidas por provocarem incêndios é, até ao momento, de 24.
In Sapo24

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Fogos na Austrália destroem duas mil casas e mais de cinco milhões de hectares

O clima quente, seco e ventos fortes geram uma tempestade perfeita que causam os fogos na Austrália que se arrastam desde agosto. Até agora, já morreram pelo menos 25 pessoas nos fogos da Austrália, sendo que Nova Gales do Sul é o estado mais castigado. Milhões de animais também morreram devido aos fogos.
Cerca de duas mil casas foram destruídas e outras 653 ficaram danificadas devido aos incêndios que devastam a Austrália, contabilizou a BBC, esta segunda-feira com bases nos dados das autoridades locais. Os fogos que deflagram desde agosto não mostram sinais de acalmar. Na verdade, tudo indica que a situação possa vir a piorar devido à previsão de um aumento das temperaturas para esta sexta feira. O clima quente, seco e ventos fortes gera uma espécie de tempestade perfeita e nefasta.

Quase cinco milhões de hectares já arderam no país, o equivalente a mais de metade do território português. Só em Nova Gales do Sul, o estado mais afetado, as autoridades estimam que 155 mil hectares tenham sido afetados, obrigando a fuga de milhares de pessoas, muitas delas para perto do mar. Até agora os bombeiros referem que 25 pessoas tenham morrido e que várias dezenas estejam desaparecidas. Os animais também foram gravemente atingidos com mais de meio milhão a sucumbirem aos violentos incêndios desde setembro. A WWF destaca ainda que cerca de 25 mil kualas morreram desde o inicio dos incêndios.

Por volta das 17h de segunda-feira (Lisboa), quatro da manhã de terça-feira em Sidney (GMT+11), havia 136 fogos ativos, sendo que 69 estão descontrolados, anunciava no Twitter o organismo NSW RFS. No terreno estavam então cerca de 2000 bombeiros a defender as casas e a tentar conter as chamas. A polícia atuou, desde novembro, contra 183 pessoas por mais de 200 casos de alegado fogo-posto.

Danos ascendem (para já) os 434 milhões de euros

O Conselho de Seguros da Austrália estimou que a soma dos danos atinja os 700 milhões de dólares (434 milhões de euros), mas afirma que o valor poderá aumentar nos próximos dias.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou esta segunda-feira que um fundo de 1250 mil milhões de euros está reservado para a reconstrução das comunidades afetadas pelos incêndios. E disse mais: os voluntários que combateram as chamas durante mais de dez dias receberão 3750 euros

Sabe-se também que já foram doados dezenas de milhões de dólares às famílias mais carenciadas e organizações não governamentais. Kylie Minogue, uma artista australiana, e a atriz Nicole Kidman doaram meio milhão de dólares para ajudar o combate aos fogos e a comediante australiana, Celeste Barber, garantiu ter angariado numa angariação de fundos online 29 milhões de euros.

Numa história lateral que também tem dado que falar, uma influencer terá conseguido angariar 625 mil euros para a causa australiana. Os seus seguidores que contribuíram com pelo menos nove euros receberam uma fotografia dela totalmente nua. Ficou conhecida como “A Filantropista Nua”. Kaylen Ward tem 20 anos e revelou ao BuzzFeed que contratou quatro pessoas para a ajudarem a gerir as mensagens diretas e os comprovativos de donativos.

O dinheiro ajuda e será essencial para reerguer o país mas, quem sabe, a contribuição mais preciosa neste instante para atacar o inferno das chamas cai do céu.

In Jornal Económico

Austrália vai canalizar 1,2 mil milhões de euros para recuperar áreas afetadas pelos incêndios

A Austrália vai canalizar dois mil milhões de dólares australianos (1,2 mil milhões de euros) para a recuperação de áreas afetadas pelos incêndios, anunciou hoje o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison.
Segundo o primeiro-ministro, o dinheiro será distribuído nos próximos dois anos e gerido por uma nova agência dedicada à a reconstrução de casas e infraestruturas danificadas.
Os incêndios na Austrália já destruíram, desde setembro, mais de 5,5 milhões de hectares, o equivalente a um país como a Dinamarca, e provocaram a morte de 24 pessoas.
O dia hoje amanheceu mais calmo, graças a uma leve chuva no território, mas o fim de semana “foi catastrófico”, de acordo com as autoridades, que contabilizaram mais um morto no sábado e a retirada de milhares de pessoas, além de “danos consideráveis”.
“Vai fazer-se o que for preciso, custe o que custar”, garantiu hoje o primeiro-ministro numa conferência de imprensa realizada após reunir-se com a comissão de segurança nacional para analisar a resposta aos incêndios.
Scott Morrison acrescentou que esta ajuda provém do Orçamento do Estado e é independente de outros auxílios já aprovados, sublinhando ainda que se trata de um “acordo inicial” que poderá subir, se necessário, caso os danos aumentem.
“Vamos concentrar-nos nos custos humanos e nos custos de reconstrução da vida das pessoas (…) para garantir que fazemos o melhor possível, o mais rápido possível”, acrescentou.
Esta medida surge depois da decisão de convocar 3.000 militares na reserva para reforçar o combate aos incêndios e após a disponibilização de cerca de 12,5 milhões de euros para alugar quatro hidroaviões e outros meios aéreos que o primeiro-ministro anunciou no sábado ao final de um dos piores dias da onda de incêndios.
No entanto, o anúncio de Morrison acontece após semanas de críticas pela sua falta de resposta aos incêndios, que se intensificaram no mês passado quando o primeiro-ministro decidiu ir de férias para o Havai no meio da crise.
Numa altura em que a chuva dá uma ligeira trégua aos bombeiros, as autoridades aproveitaram para fazer as primeiras contabilizações dos prejuízos, depois de um fim de semana com temperaturas na ordem dos 50º C.
O estado da Nova Gales do Sul, o mais populoso da Austrália, continua a ser o mais afetado pelos incêndios, com os bombeiros a confirmarem a destruição de cerca de 60 casas nos últimos dois dias e a avisarem que o número poderá subir para várias centenas quando todo o território for inspecionado. Além disso, estão confirmados 18 mortos e outras duas pessoas foram dadas como desaparecidas.
Em Victoria, o governo regional contabilizou 200 casas destruídas pelas chamas no fim de semana, a maioria das quais no município de East Gippsland, que abrange a localidade de Mallacota, onde o fumo impediu a retirada por via aérea de 300 pessoas cercadas pelas chamas há vários dias.

O fumo também está a afetar outras cidades, como Melbourne e Camberra, onde a falta de visibilidade e a baixa qualidade do ar forçaram a capital a fechar creches.
Os incêndios, considerados dos piores do século na Austrália, levaram países como os Estados Unidos, o Canadá, a Nova Zelândia, Singapura ou França a enviar bombeiros, helicópteros e militares para ajudar no combate aos fogos.
O primeiro-ministro australiano agradeceu, através de uma mensagem publicada na rede social Twitter, “o apoio e assistência” dados pelos “amigos internacionais” num “momento de necessidade”, e referiu também o apoio de países do Pacífico, como Vanuatu ou Papua Nova Guiné, que ofereceram dinheiro e pessoas para auxiliar.
A solidariedade com a Austrália também marcou a cerimónia dos Globos de Ouro, à qual o ator Russel Crowe faltou por “estar a proteger a família dos incêndios devastadores”.
A tragédia também foi referida por Joaquin Phoenix e Cate Blanchett, tendo todos apontado o dedo às alterações climáticas e defendido a necessidade de lutar contra as mudanças.
Entretanto, no domingo, a atriz Celeste Barber anunciou no Facebook ter lançado uma coleta para ajudar os bombeiros australianos, que arrecadou, em 48 horas, 25 milhões de dólares australianos (15,5 milhões de euros) de doações de todo o mundo.
A número um mundial do ténis, a australiana Ashleigh Barty, detentora do título de Roland Garros, anunciou que doará os seus ganhos no torneio de Brisbane à Cruz Vermelha, para ajudar as vítimas dos incêndios. Esse valor poderá chegar aos 250.000 dólares (cerca de 225.000 euros).
Já a cantora norte-americana Pink prometeu, no sábado, doar 500 mil dólares, um valor equivalente ao prometido pela atriz australiana Nicole Kidman.
In Sapo24

Incêndios na Austrália: Nuvem de fumo viaja mais de 12 mil quilómetros e chega ao Chile e Argentina

O fumo dos gigantescos incêndios na Austrália atingiu o Chile e a Argentina após terem percorrido mais de 12.000 quilómetros sobre o Pacífico, anunciaram esta segunda-feira os serviços meteorológicos dos dois países latino-americanos.
 Ao início do dia, "o Sol registava tons vermelhos devido a uma nuvem de fumo proveniente dos incêndios", indicou à agência noticiosa AFP Patricio Urra, um responsável do instituto meteorológico chileno.
A nuvem de fumo situa-se a 6.000 metros de altitude e não está previsto nenhum fenómeno meteorológico que possa fazê-la descer em direção à superfície da terra, explicou.
De acordo com o, o material não oferece risco à saúde da população.
Em simultâneo, o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (SMN) difundiu imagens de satélite que mostram uma nuvem de fumo "transportado por sistemas das frentes que se deslocam de oeste para leste". 
"Que consequências pode ter? Nada de verdadeiramente importante, apenas um Sol um pouco mais avermelhado", indicou o SMN no Twitter.
O serviço meteorológico Metsul, uma referência na região, indicou que os fumos poderão igualmente atingir o Rio Grande do Sul, o estado mais meridional do Brasil.
A Austrália enfrenta desde setembro gigantescos incêndios que provocaram pelo menos 25 mortos e devastaram uma superfície equivalente à ilha da Irlanda.
Os incêndios, considerados dos piores do século na Austrália, levaram países como os Estados Unidos, o Canadá, a Nova Zelândia, Singapura ou França a enviar bombeiros, helicópteros e militares para ajudar no combate aos fogos.
O primeiro-ministro australiano agradeceu, através de uma mensagem publicada na rede social Twitter, “o apoio e assistência” dados pelos “amigos internacionais” num “momento de necessidade”, e referiu também o apoio de países do Pacífico, como Vanuatu ou Papua Nova Guiné, que ofereceram dinheiro e pessoas para auxiliar.
In Sapo24

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Mais dois desaparecidos nos incêndios na Austrália

As autoridades australianas informaram hoje que mais duas pessoas foram dadas como desaparecidas no estado de Nova Gales do Sul, quando a chuva e temperaturas mais baixas trouxeram algum alívio na luta contra os incêndios.
A chuva também tornou mais difícil algumas queimadas controladas pelos bombeiros, que se preparam para temperaturas mais altas previstas para o final da semana.
Pelo menos 24 pessoas morreram e cerca de duas mil casas ficaram destruídas no estado mais populoso, no sudeste da Austrália, onde 135 fogos continuam a arder, incluindo quase 70 por controlar.
Os bombeiros alertaram já que a chuva não será suficiente para apagar os maiores incêndios antes de as condições se deteriorarem mais uma vez durante a semana.
“As condições atmosféricas mais benignas representam um alívio para todos, bombeiros, pessoal dos serviços de emergência, mas também comunidades afetadas por estes fogos”, disse o comissário para o serviço de incêndios rurais de Nova Gales do Sul, Shane Fitzsimmons, aos jornalistas.
“No entanto, é também um desafio para a aplicação de queimadas táticas e estratégicas e outras técnicas para tentar controlar estes fogos”, acrescentou.
A chefe de governo de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, adiantou que mais duas pessoas foram dadas como desaparecidas.
No sábado, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, afirmou que ia enviar três mil militares na reserva para o combate às chamas e prometeu 20 milhões de dólares australianos (12,4 milhões de euros) para alugar meios aéreos de combate a incêndios ao estrangeiro.
As medidas anunciadas não foram suficientes para calar os críticos, que acusaram Morrison de ter sido muito lento na resposta à crise.
A Austrália regista todos os anos incêndios florestais, mas este ano as chamas chegaram mais cedo, alimentadas pela seca e um verão muito quente e seco.
Para os cientistas, o aquecimento global é um dos principais fatores desta crise, bem como plantas muito secas e ventos fortes.
In Sapo24

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

3 Anos depois, do outro lado do Mundo


In Independent

Imagens no Twitter mostram tom castanho dos glaciares da Nova Zelândia devido aos incêndios na Austrália

A exposição a partículas resultantes dos incêndios devastadores na Austrália transformou o branco dos glaciares na vizinha Nova Zelândia.
Ilha Sul da Nova Zelândia acordou na última quarta-feira com o céu cor de laranja na sequência dos incêndios descontrolados que estão a devastar o sudeste da Austrália. Em algumas regiões, o sol parecia uma bola vermelha ou dourada, dependendo da espessura da nuvem tóxica. “Consegue-se ver claramente o fumo, que percorreu cerca de 2000 quilómetros pelo mar da Tasmânia”, indicou o instituto neozelandês de meteorologia numa publicação feita hoje no Twitter. Um dia depois, imagens captadas nos Alpes do Sul mostram que a nuvem de fumo tingiu os glaciares e os picos de neve com um tom acastanhado, um fenómeno confirmado pelos serviços de meteorologia e a comunicação social locais.
Andrew Mackintosh, da universidade australianade Monash e antigo diretor do Centro de Investigação da Antártida da Nova Zelândia, diz que em duas décadas de estudo dos glaciares nunca viu tal quantidade de poeira ser transportada sobre o mar de Tasman e que o que se está a passar pode aumentar entre 20 a 30% o derretimento dos glaciares.
“É bastante comum que poeira chegue aos glaciares da Nova Zelândia, mas diria que a quantidade transportada atualmente é fenomenal. Acho que nunca vi nada assim”, comenta o especialista.
O serviço de meteorologia neozelandês acredita que o fumo na Nova Zelândia se dissipará esta sexta-feira.
In Visão

Imagens impressionantes do espaço revelam a extensão chocante dos incêndios na Austrália

Os fogos florestais da Austrália são tão violentos que os satélites a milhares de quilómetros acima da Terra identificam facilmente as chamas e o fumo do espaço.
Os incêndios provavelmente começaram de forma natural, embora os especialistas pensem que a perturbação climática causada pelo homem exacerbou as condições de clima quente e árido que alimentam o crescimento de tais chamas. As estimativas actuais sugerem que a crise de incêndios florestais no leste da Austrália arrasou mais de 6 milhões de hectares de terra, matou cerca de quinhentos milhões de animais e deslocou centenas de milhares de pessoas.
A foto abaixo – que mostra nuvens de fumo em cerca de metade da área da Europa que escurece os céus até a Nova Zelândia numa névoa amarela – foi tirada na quinta-feira pelo satélite Himawari-8 da Agência Meteorológica do Japão.
O Himawari-8 foi lançado em Outubro de 2014 e pesa tanto quanto um camião Ford F-150. Agora orbita sobre o mesmo ponto, a cerca de 22 300 milhas acima do nosso planeta. Usando uma variedade de sensores a bordo, o Himawari-8, o satélite Suomi NPP da NASA e outras máquinas de monitorização da Terra estão a trazer-nos imagens impressionantes da terrível situação da Austrália.
Aqui estão algumas das fotos, animações e ilustrações mais reveladoras da crise na Terra, vistas do espaço sideral, de acordo com a Business Insider.
O Himawari-8 tem vista para o Hemisfério Ocidental e fotografa essa parte da Terra uma vez a cada 10 minutos. A Austrália, os seus incêndios florestais e nuvens de fumo são facilmente visíveis. (Uma animação do satélite Himawari-8 a 2 de Janeiro.)
 
O satélite Suomi NPP da NASA, que orbita a cerca de 500 milhas acima, oferece uma visão muito mais próxima do planeta – embora seja menos consistente. Aqui, os incêndios na Austrália são mostrados em Novembro.
(Uma animação mostra a visão do satélite Himawari-8 dos incêndios florestais australianos de 6 a 11 de Novembro).
Comprimentos de onda de luz mais vermelhos e longos, podem mostrar pontos quentes de fogo no chão através da névoa e do fumo. (Visão de Himawari-8 sobre incêndios florestais na Austrália Oriental a 7 de Novembro.)

As brasas dos incêndios que começaram em Setembro espalharam-se facilmente na terra. (A visão de Himawari-8 dos incêndios florestais australianos e das nuvens de fumo a 2 de Janeiro. Melbourne é visível no canto inferior esquerdo.)
Esta animação, de 1 e 2 de Janeiro, destaca vários pontos activos na luz infravermelha normalmente invisível. Dois remendos especialmente grandes de incêndios florestais (mostrados ao sudoeste do centro) estendem-se por dezenas de quilómetros. (A visão de Himawari-8 dos incêndios florestais da Austrália Oriental de 1 a 2 de Janeiro.)
As vistas diurnas por satélite do solo são igualmente, se não mais, dramáticas. O satélite Sentinel-2 da Agência Espacial Europeia captou esta imagem de incêndios florestais crescentes enquanto passava por Bateman Bay na véspera de Ano Novo. (Uma vista de um incêndio florestal em Bateman Bay, Austrália, a 31 de Dezembro.)
O alcance dos incêndios é difícil de compreender. Somente em New South Wales as chamas criaram uma frente de incêndio no estado que – se colocado em linha recta – se estenderia de Sydney, através do Oceano Índico, até ao Afeganistão. (A visão de um satélite dos incêndios florestais australianos no dia 2 de Janeiro.)
Só a nuvem de fumo tem mais de 500 milhões de hectares, ou metade do tamanho da Europa, e está a flutuar mais de 1000 milhas sobre a Nova Zelândia, onde está a amarelar os céus. (Himawari-8 vê os incêndios a 2 de Janeiro.)
Até agora, os incêndios florestais atingiram mais de duas vezes a área queimada nas florestas tropicais da Amazónia em 2019. (Uma animação mostra a visão de Himawari-8 dos incêndios florestais australianos e nuvens de fumo a 2 de Janeiro.)
Pelo menos 17 pessoas desapareceram nos incêndios, oito morreram e centenas de milhares foram evacuadas. Bombeiros voluntários estão a trabalhar dia e noite para reduzir o desastre, embora possa continuar a queimar até que as temperaturas mais baixas do Outono cheguem ao Hemisfério Sul daqui a alguns meses. (Bombeiros a 31 de Dezembro, perto da cidade de Nowra, no estado australiano de New South Wales.)

In Executive Digest

Mãe e duas filhas admitem culpa pelo incêndio que matou macacos em zoológico na Alemanha

Uma mulher e as suas duas filhas admitiram nesta quinta-feira terem sido responsáveis pelas lanternas chinesas que caíram num zoológico em Krefeld, na Alemanha, e que, na noite do final do ano, causaram o incêndio que matou dezenas de macacos.
Mãe e filhas compareceram voluntariamente na esquadra da polícia onde admitiram terem sido elas a lançar cinco das lanternas chinesas que provocaram o incêndio no jardim zoológico de Krefeld, informou a polícia local. Segundo uma fonte ouvida pela AFP, as três mulheres estariam "arrasadas" com o que aconteceu.
Uma das lanternas, compradas online, caiu na gruta dos macacos do zoológico local, causando o incêndio mortal que tirou a vida de 30 macacos de espécies diferentes. Entre eles, havia orangotangos, saguis e chimpanzés.



As três mulheres afirmaram que não pensaram nas possíveis consequências de seu gesto.Agora, serão acusadas de incêndio criminoso por negligência. Estão sujeitas a uma sentença de prisão de até cinco anos e ao pagamento de uma pesada multa.
Desde 2009 que objetos estão proibidos no estado da Renânia do Norte-Vestfália, onde o incêndio aconteceu.
O zoológico de Krefeld tem mil animais e recebe cerca de 400.000 visitantes por ano. Após o incidente, recebeu doações e mensagens de solidariedade e o parque deve reabrir nesta sexta-feira, dia 3.
In Sapo24

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Austrália autoriza retirada forçada de pessoas perante novo pico de incêndios

A Austrália autorizou hoje a retirada forçada de moradores dos estados mais devastados pelos incêndios, como Nova Gales do Sul, numa altura em que os serviços meteorológicos alertam para um novo pico de calor no sábado.
A chefe do Governo estadual de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, declarou hoje um estado de emergência com duração de sete dias para permitir a retirada forçada de pessoas a partir de sexta-feira.
Desde o início da temporada de incêndios, em setembro, esta é a terceira vez que é declarado um estado de emergência na Nova Gales do Sul, o estado mais populoso da Austrália.
“Não tomamos esse tipo de decisão de ânimo leve, mas queremos garantir que são tomadas todas as medidas necessárias para nos prepararmos para o que pode ser um sábado horrível”, explicou Gladys Berejiklian.
A declaração foi feita pouco depois de os bombeiros de Nova Gales do Sul terem pedido aos turistas para saírem de uma área costeira de 200 quilómetros de extensão, que abrange a pitoresca cidade de Batemans Bay (a cerca de 300 km ao sul de Sydney) e se estende até ao sul do estado de Victoria.
Vários incêndios descontrolados devastaram o sudeste do país na véspera do Ano Novo, matando oito pessoas e tornando-se no dia mais mortífero desde o início da crise.
Desde setembro, os incêndios na Austrália já provocaram a morte de pelo menos 18 pessoas, mas o balanço poderá subir, já que as autoridades de Victoria avisaram hoje que há 17 pessoas desaparecidas naquele estado.
Os apelos feitos pelas autoridades são para as pessoas saírem das áreas assinaladas antes de sábado, dia em que se esperam fortes rajadas de vento e temperaturas acima dos 40°C.
A evacuação da área não turística será “a maior de todos os tempos na região”, disse o ministro dos Transportes da Nova Gales do Sul, Andrew Constance, em declarações à ABC.
Uma longa fila de carros estava hoje a formar-se na autoestrada em direção a Sydney. Um dos condutores disse à AFP que demorou mais de três horas para percorrer apenas 50 quilómetros.
O diretor-adjunto dos bombeiros, Rob Rogers, admitiu que é impossível, neste momento, apagar ou sequer controlar os incêndios em curso no estado.
“Existem tantos nesta área que não conseguimos conter” a catástrofe, admitiu, acrescentando que, neste momento, o papel dos bombeiros é “apenas garantir que mais ninguém se atravessa na frente dos fogos”.
Mais de 400 casas foram destruídas nos últimos dias, número que deverá aumentar à medida que os bombeiros conseguem chegar às aldeias mais remotas.
Navios e aviões militares foram enviados, juntamente com equipas de emergência, para fornecer ajuda humanitária e avaliar os danos nas áreas mais remotas.
Dois navios chegaram hoje de manhã à cidade costeira de Mallacoota, onde as pessoas estão, desde terça-feira, refugiadas na praia para fugir às chamas que atingiram a cidade.
Num primeiro momento, deverão ser retiradas até 4.000 pessoas, mas as operações podem durar várias semanas, segundo as autoridades.
O comandante da Força de Combate a Incêndios do estado de Victoria, Doug Laidlaw, explicou que as pessoas devem começar a chegar aos navios na sexta-feira de manhã e sublinhou que as crianças, os doentes e os idosos têm prioridade.
Desde o início da temporada de incêndios, mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas e 5,5 milhões de hectares foram destruídos, o que representa uma área maior que a de um país como a Dinamarca ou a Holanda.
Esta crise sem precedentes provocou protestos para exigir ao Governo medidas imediatas contra o aquecimento global, que os cientistas dizem ser a causa destes incêndios, mais longos e mais violentos do que nunca.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, que renovou recentemente o seu apoio à lucrativa e altamente poluente indústria de carvão australiana, tem sido amplamente criticado.
Entretanto, o resto do mundo está a tentar ajudar as vítimas dos incêndios na Austrália, nomeadamente o mundo do ténis, que começa tradicionalmente a temporada naquele país.
O jogador local Nick Kyrgios, de 24 anos, lançou hoje um apelo no Twitter para arrecadar fundos para as vítimas, antes do início do Open da Austrália.
Como resposta, o patrão da Federação Australiana (Tennis Australia), Craig Tiley, anunciou que serão organizadas formas de “juntar fundos e operações de apoio durante o campeonato ATP, o Open da Austrália (20 de janeiro a 2 de fevereiro) e noutros eventos nas próximas semanas”.
In Sapo24