quinta-feira, 28 de julho de 2022

Emigrantes de férias e populares da aldeia de Reboredo uniram-se e muniram-se de giestas, sachos ou foices para ajudar a combater o incêndio que desde quarta-feira lavra em Vila Pouca de Aguiar. 











O emigrante Hermínio Alves chegou a Reboredo na semana passada e este é já o segundo fogo que ajuda a combater neste concelho do distrito de Vila Real, relatando, por isso, “dias difíceis”.

“No incêndio do outro lado andei toda a noite. Éramos 12 pessoas daqui da aldeia a combatermos o fogo sozinhos e, agora, vem o segundo para limpar o resto que ficou”, afirmou à agência Lusa o emigrante que na mão carrega “um batedor” feito por si e que “já está todo queimado”.

O incêndio “do outro lado” foi o de Murça, que deflagrou no dia 17 de julho, e depois se alastrou aos concelhos vizinhos de Vila Pouca de Aguiar e de Valpaços. Na quarta-feira, um outro fogo teve início em zona pinhal de Filhagosa e Revel, avançando, hoje, para Reboredo.

Hermínio Alves estava no quintal de uma casa de um vizinho, a última do fundo da aldeia. Ao lado há mato e floresta. “Defendemos onde arde e onde podemos ser úteis”, frisou.

O fogo, contou, aproximou-se do fundo da aldeia, mas também do cimo. Os bombeiros estão também posicionados na aldeia para impedir a entrada das chamas.

“Estamos todos a fazer o possível para que o fogo não venha para as casas”, frisou Hermínio Alves.

Domingos Gregório está também ali posicionando para ajudar a combater as chamas e traz na mão uma foice para cortar o mato. “A sorte desta aldeia é estar muito emigrante aqui, se não estava desgraçada. As pessoas juntam-se aqui para ajudar”, frisou.

Domingos Gregório disse estar assustado. “Não conseguimos dormir. Tenho 58 anos e nunca vi uma coisa destas”, contou, referindo que já contabiliza prejuízos com este incêndio, como castanheiros e pinheiros.

Também um outro emigrante que não quis dizer o nome disse “nunca” ter visto um fogo tão forte como este. Chegou no sábado e as férias estão, para já, a ser passadas no combate ao fogo.

“A gente pensa que vem para correr as festas e é para isto”, frisou, explicando que tem uma giesta para apagar as chamas. “Já a usei ali à roda de uma casa”, referiu.

Segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o fogo que teve origem na zona de Revel mobilizava, pelas 20:00, 466 operacionais, 144 viaturas e seis meios aéreos.

In Sapo24

terça-feira, 26 de julho de 2022

Incêndios: Uma centena de concelhos de 11 distritos mantêm-se em perigo máximo

 O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) mantém hoje, pelo segundo dia consecutivo, cerca de uma centena de concelhos de 11 distritos de Portugal continental em perigo máximo de incêndio rural.







Em perigo máximo estão cerca de uma centena de concelhos dos distritos de distritos de Faro, Beja, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Guarda, Coimbra, Viseu, Vila Real e Bragança.

O IPMA colocou também vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental em perigo máximo, muito elevado e elevado de incêndio rural.

O distrito de Faro vai estar sob aviso amarelo até às 18:00 de hoje devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima.

De acordo com o IPMA, o perigo de incêndio rural vai manter-se elevado em algumas regiões do continente, mas vai diminuindo até sábado.

O perigo de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

In Sapo24

Incêndio no concelho de Penacova dominado e população de regresso a casa

 O incêndio que deflagrou no início da tarde de segunda-feira no concelho de Penacova, distrito de Coimbra, foi dominado às 03:52, de acordo com fonte da proteção civil.









Às 05:30, encontravam-se no local 308 operacionais apoiados por 99 viaturas, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Coimbra.

Este incêndio, que deflagrou pelas 14:12 de segunda-feira numa zona de mato da povoação de Boas Eiras, na freguesia e concelho de Penacova, obrigou a evacuar um lar e a retirar população de aldeias por precaução.

No entanto, a população “já voltou” a casa, notou a mesma fonte.

“Não houve qualquer problema, só foi por precaução e já está tudo normalizado”, explicou.

De acordo com a informação disponível às 05:30 no ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio de Silves (Faro), outro dos fogos que mobilizou esta madrugada mais operacionais, continua ativo.

Encontram-se no local 581 operacionais apoiados por 206 viaturas.

O fogo de São Marcos da Serra, no concelho de Silves, obrigou durante a tarde de segunda-feira ao corte entre Ourique (Beja) e São Bartolomeu de Messines (Faro) da autoestrada do Sul (A2) e do IC1 (Itinerário Complementar), sendo que o IC1 foi reaberto por volta das 23:00, segundo as autoridades.

Ainda durante a tarde, face à progressão das chamas, a Proteção Civil solicitou à GNR a retirada dos habitantes de diversas povoações, nomeadamente, do Monte das Zorras, Alcarias, Novas, Corte Peral, Chaminé, Boião e Casas Velhas, na zona de São Marcos da Serra.

Também ativo desde as 09:46 de segunda-feira, o fogo na Serra do Marão, em Senhora da Serra, concelho de Santa Marta de Penaguião (Vila Real) mobilizava ainda de madrugada 65 operacionais e 17 viaturas.

Os três fogos ativos no país concentravam pelas 05:30 um total de 713 operacionais, apoiados por 240 viaturas.

In Sapo24

Fogo no concelho de Silves entrou em resolução às 09:00

 O incêndio que deflagrou na segunda-feira na freguesia de São Marcos da Serra, no concelho de Silves, distrito de Faro, entrou em fase de resolução às 09:00, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operação de Socorro (CDOS).









Às 09:20, o fogo, que deflagrou por volta das 13:00 de segunda-feira perto da localidade do Fica Bem, na freguesia de São Marcos da Serra, concelho de Silves, no distrito de Faro, mobilizava 597 operacionais, com o apoio de 204 meios terrestres e nove meios aéreos.

Na segunda-feira, fonte do CDOS de Faro disse à Lusa que "face à progressão das chamas", a Proteção Civil pediu à GNR a retirada dos habitantes de diversas povoações, nomeadamente, do Monte das Zorras, Alcarias, Novas, Corte Peral, Chaminé, Boião e Casas Velhas, na zona de São Marcos da Serra.

(Notícia atualizada às 09h28)

In Sapo24

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Incêndios: Portugal faz hoje nova avaliação. Do prolongamento da situação de alerta ao regresso à contingência, isto é tudo o que pode acontecer

 

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou na terça-feira que Portugal iria manter-se em situação de alerta, pelo menos até ao dia de hoje, em que será feita uma nova avaliação.

“A partir do dia 22, 23 prevê-se que possa haver um recrudescimento das temperaturas e provavelmente um aumento da percentagem do território nacional que se encontrará em risco de seca extrema”, sublinhou na altura.

Nesse sentido, adiantou, “no dia 21 (esta quinta-feira) reavaliaremos os termos em que a partir do dia 22 para 23 procederemos à manutenção ou agravamento das medidas de contingência”, apontou.

Mas o que está em causa concretamente? Uma das hipóteses referidas e talvez a mais provável é o prolongamento da atual Situação de Alerta na qual Portugal se mantém desde segunda-feira e que, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil, é o nível menos grave, abaixo da Situação de Contingência.

Por outro lado, está em cima da mesa também o regresso à Situação de Contingência, segundo nível de resposta previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, em que Portugal esteve durante toda a semana passada e que não foi descartado pelo Governo.

Há ainda a Situação de Calamidade, o nível mais grave nesta Lei de Bases, mas que não foi apontado por nenhum responsável, não se prevendo que seja uma das hipóteses equacionadas pelo Governo.

Por último, a imprensa tem falado nos últimos dias na possibilidade de haver uma diferenciação entre regiões, para que as zonas mais afetadas do Interior pudessem estar num nível de risco maior do que o resto do país. Contudo, na última reunião, o ministro disse que essa hipótese não tinha sido discutida.

Vamos agora recordar o que implicam as duas situações mais prováveis – contingência e alerta:

Situação de Contingência

No âmbito da Declaração da Situação de Contingência, prevista na Lei de Bases de Proteção Civil, são implementadas as seguintes medidas de caráter excecional:

– Proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem,

– Proibição da realização de queimadas e de queimas de sobrantes de exploração;

– Proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a incêndios rurais;

– Proibição de realização de trabalhos nos demais espaços rurais com recurso a motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal;

– Proibição da utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas.

A proibição não abrange:

– Os trabalhos associados à alimentação e abeberamento de animais, ao tratamento fitossanitário ou de fertilização, regas, podas, colheita e transporte de culturas agrícolas, desde que as mesmas sejam de carácter essencial e inadiável e se desenvolvam em zonas de regadio ou desprovidas de florestas, matas ou materiais inflamáveis, e das quais não decorra perigo de ignição;

– A extração de cortiça por métodos manuais e a extração (cresta) de mel, desde que realizada sem recurso a métodos de fumigação obtidos por material incandescente ou gerador de temperatura;

– Os trabalhos de construção civil, desde que inadiáveis e que sejam adotadas as adequadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural.

A Declaração da Situação de Contingência implica:

– O imediato acionamento de todos os planos de emergência e proteção civil nos diferentes níveis territoriais;

– A passagem ao Estado de Alerta Especial de nível vermelho, do DECIR, para todos os distritos, com mobilização de todos os meios disponíveis;

– O reforço do dispositivo dos Corpos de Bombeiros com a contratualização de até 100 novas Equipas, mediante a disponibilidade dos Corpos de Bombeiros;

– A elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte da GNR e da PSP, com reforço de meios para operações de vigilância, fiscalização, patrulhamentos dissuasores de comportamentos e de apoio geral às operações de proteção e socorro que possam vir a ser desencadeadas, considerando-se para o efeito autorizada a interrupção da licença de férias e a suspensão de folgas e períodos de descanso;

– O aumento do grau de prontidão e mobilização de equipas de emergência médica, saúde pública e apoio social, pelas entidades competentes das áreas da saúde e da segurança social, através das respetivas tutelas;

– A mobilização em permanência das equipas de Sapadores Florestais;

– A mobilização em permanência do Corpo Nacional de Agentes Florestais e dos Vigilantes da Natureza que integram o dispositivo de prevenção e combate a incêndios, pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, através da respetiva tutela;

– O aumento do nível de prontidão das equipas de resposta das entidades com especial dever de cooperação nas áreas das comunicações (operadoras de redes fixas e móveis) e energia (transporte e distribuição);

– O reforço, pela GNR, das ações de patrulhamento (vigilância) e fiscalização terrestre e aérea através de meios das Forças Armadas, incidindo nos locais sinalizados com um risco de incêndio muito elevado e máximo;

– A mobilização de meios de apoio e resposta previstos nos planos de emergência, nomeadamente a nível municipal, de cisternas de água para apoio às operações de supressão ou outros equipamentos;

– O reforço da capacidade de atendimento do serviço 112;

– A dispensa de serviço ou a justificação das faltas dos trabalhadores, do setor público ou privado, que desempenhem cumulativamente as funções de bombeiro voluntário, salvo aqueles que desempenhem funções nas Forças Armadas, forças de segurança e na ANEPC, bem como em serviço público de prestação de cuidados de saúde em situações de emergência, nomeadamente técnicos de emergência pré-hospitalar e enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Situação de Alerta

No âmbito da Declaração da Situação de Alerta, prevista na Lei de Bases de Proteção Civil, são implementadas as seguintes medidas de caráter excecional:

– Proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem;

– Proibição da realização de queimadas e de queimas de sobrantes de exploração;

– Proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a incêndios rurais;

– Proibição de realização de trabalhos nos demais espaços rurais com recurso a motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal;

– Proibição da utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas.

Há exceções – a proibição não inclui:

– Os trabalhos associados à alimentação e abeberamento de animais, ao tratamento fitossanitário ou de fertilização, regas, podas, colheita e transporte de culturas agrícolas, desde que as mesmas sejam de carácter essencial e inadiável e se desenvolvam em zonas de regadio ou desprovidas de florestas, matas ou materiais inflamáveis, e das quais não decorra perigo de ignição;

– A extração de cortiça por métodos manuais e a extração (cresta) de mel, desde que realizada sem recurso a métodos de fumigação obtidos por material incandescente ou gerador de temperatura;

– Os trabalhos de construção civil, desde que inadiáveis e que sejam adotadas as adequadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural;

– Os trabalhos de colheita de culturas agrícolas com a utilização de máquinas, nomeadamente ceifeiras debulhadoras, entre as 06h00m e as 10h00m e entre as 19h00 e as 22h00, desde que sejam adotadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural e comunicada a sua realização ao Serviço Municipal de Proteção Civil territorialmente competente.

A Declaração da Situação de Alerta implica:

– A elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte da GNR e da PSP, com reforço de meios para operações de vigilância, fiscalização, patrulhamentos dissuasores de comportamentos e de apoio geral às operações de proteção e socorro que possam vir a ser desencadeadas, considerando-se para o efeito autorizada a interrupção da licença de férias e a suspensão de folgas e períodos de descanso;

– A mobilização de equipas de emergência médica, saúde pública e apoio social, pelas entidades competentes das áreas da saúde e da segurança social, através das respetivas tutelas;

– O reforço do dispositivo dos Corpos de Bombeiros com a contratualização de até 100 equipas, mediante a disponibilidade dos Corpos de Bombeiros;

– A mobilização em permanência das equipas de Sapadores Florestais;

– A mobilização em permanência do Corpo Nacional de Agentes Florestais e dos Vigilantes da Natureza que integram o dispositivo de prevenção e combate a incêndios, pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, através da respetiva tutela;

– O aumento do nível de prontidão das equipas de resposta das entidades com especial dever de cooperação nas áreas das comunicações (operadoras de redes fixas e móveis) e energia (transporte e distribuição);

– A realização pela GNR de ações de patrulhamento (vigilância) e fiscalização aérea através de meios das Forças Armadas, nos distritos em estado de alerta especial com um risco de incêndio muito elevado e máximo;

– A dispensa de serviço ou a justificação das faltas dos trabalhadores, do setor público ou privado, que desempenhem cumulativamente as funções de bombeiro voluntário, salvo aqueles que desempenhem funções nas Forças Armadas, forças de segurança e na ANEPC, bem como em serviço público de prestação de cuidados de saúde em situações de emergência, nomeadamente técnicos de emergência pré-hospitalar e enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica.

O Ministério da Defesa Nacional, através das Forças Armadas, responde às solicitações da ANEPC com os meios aéreos militares pertencentes ao sistema de forças nacional, em função das disponibilidades existentes.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil emite avisos à população sobre o perigo de incêndio rural.

In Multinews

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Tudo ao contrário, na política de prevenção e combate aos incêndios

 Vejo e ouço António Costa, todos os dias, a todas as horas, a acusar quem trabalha nos campos de ser o responsável por provocar incêndios rurais ou florestais.











Direta ou indiretamente, através de publicidade paga com o dinheiro dos nossos impostos, António Costa acusa todos os que usam roçadoras mecânicas, cortadoras elétricas, desmatadoras, moto cultivadoras, máquinas ceifeiras de trigo, milho, cevada, máquinas de cortar e enfardar feno, de serem as causadoras de incêndios rurais.

"Objetivamente o primeiro-ministro passa os dias a ofender todos os que trabalham nos campos de Portugal, acusando-os de serem odiosos incendiários. Mais do que isso, António Costa decretou que não podem trabalhar em determinadas horas do dia e, mais grave, em vários dias seguidos, durante as próprias campanhas de colheita dos cereais e tratamento de culturas agro florestais."

Esta sanha contra quem trabalha na terra tem um grave desfoque na sua origem: António Costa não percebe nada da vida no campo, na agricultura e na floresta. Não sabe que as raras ignições provocadas pelas alfaias agrícolas são absolutamente marginais em relação ao real número de fogos e que, mesmo assim, quando acontecem são em regra imediatamente apagadas pelos próprios trabalhadores.

António Costa não conhece nada do ciclo reprodutivo da natureza e da necessidade de a agricultura usar o fogo como queima de sobrantes orgânicos para fertilizar as terras com a própria cinza, num regime controlado que é usado desde que a agricultura existe há dezenas de milhar de anos, e que quem sabe usar, usa com parcimónia em função das temperaturas e dos ventos locais.

António Costa todos os dias ouve, como eu, que foram detidos mais suspeitos de incêndios criminosos que ganharam proporções dantescas e que puseram em risco ou destruíram mesmo vidas humanas. Mas para ele, o crime sistemático como motor da indústria dos incêndios não existe… ou melhor, não se deve referir na comunicação social que é a melhor forma de não existir…

E no entanto já são muitos os suspeitos de graves incêndios criminosos a serem detidos este ano pelas autoridades…

"Sim, a verdadeira indústria dos incêndios rurais e florestais continua a dar de comer a muita gente em Portugal."

Vejamos um apanhado resumido, dos menos relevantes até aos que têm mais impacto económico e ambiental:

Os incêndios rurais interessam sobretudo,

Aos proprietários de rebanhos que se alimentam nos vales, encostas e serras do centro e norte do país, que assim terão pastagens renovadas e tenras para o gado na primavera;

Às empresas de fornecimento de equipamentos aos bombeiros, que não são poucas em Portugal;

Às empresas que reparam os veículos dos bombeiros, que são poucas e muito poderosas;

Às empresas de meios aéreos de combate a incêndios, onde se incluem os tubarões da viciação de concursos públicos em Espanha;

Às indústrias de celuloses que todos os anos beneficiam com a queda dos preços da madeira como matéria prima, seja verde, seja ardida, precisamente por causa dos incêndios;

Aos grandes proprietários das plantações de eucaliptos, incluindo os industriais de celuloses, que todos os anos veem aumentada a área da espécie em Portugal;

E também às indústrias de aglomerados, laminados e contraplacados de madeira, que todos os anos têm matéria-prima mais barata com a madeira ardida e ainda não apodrecida;

E ainda às indústrias de pelets, que cada vez exportam mais para o centro e norte da Europa.

A madeira chamuscada, para estas indústrias de pelets e aglomerados não faz qualquer diferença a não ser no preço ao produtor. Com os incêndios, cai para zero e essa mesma madeira continua a poder ser utilizada.

Sobre o que acabei de escrever, ponham-me em tribunal se quiserem. Irei de bom grado explicar aos juízes aquilo que desgraça o nosso país todos os anos.

Não, nunca acusarei nenhum dos operadores destas atividades agrícolas ou industriais de ser um incendiário ativo. Não o são certamente…

Sim, todos esses agentes económicos beneficiam de uma forma ou de outra com os incêndios rurais e florestais em Portugal.

Os únicos que não beneficiam são os pequenos proprietários rurais e florestais.

É contra eles que se desenrola esta guerra económica. Porque é de uma guerra económica e de uma indústria dos incêndios que se trata.

Para os intelectuais de Lisboa e Cascais, o melhor era proibir a construção de casas no meio das zonas de floresta e impedir os pequenos proprietários de explorar o tipo de ocupação agrícola ou florestal que quiserem desenvolver nos seus terrenos. O melhor seria mesmo proibi-los de existir, de ter casas e atividades agro florestais, quaisquer que sejam, e obrigá-los a entregar tudo às grandes empresas florestais, cotadas em bolsa, para aumentar os lucros dos acionistas dessas empresas, que vivem em Lisboa e Cascais.

Não estou de acordo.

Ao contrário do que o Governo e estes intelectuais de pacotilha dizem, quanto mais habitações existirem em zona de floresta, mais hortas, pomares, tanques de água, represas, zonas húmidas, árvores de fruto, oliveiras, folhosas, sobreiros, castanheiros, oliveiras, medronheiros, loureiros, salgueiros e carvalhos haverá, no meio do mar de eucaliptos que os lobbies querem tornar em monocultura no nosso país.

Mesmo que os pequenos proprietários também queiram beneficiar com o valor económico da madeira de eucalipto e também estejam interessados em os plantar, como plantam certamente, guardarão sempre uma parte dos seus terrenos para aquelas atividades.

E fique este Governo ciente de uma realidade que desconhece:

"No dia em que o Governo, o Ministério da Agricultura e as câmaras municipais aliadas dos principais partidos políticos, começarem a tomar posse administrativa de pequenos terrenos aparentemente sem dono conhecido, nesse dia começará a germinar uma revolta sem precedentes nas últimas décadas em Portugal"

Para os funcionários do ar condicionado e os intelectuais e acionistas da Lisboa rendeira, aqui vai a explicação:

As pequenas parcelas rurais, aparentemente abandonadas no centro e norte do país, são a última reserva estratégica de quem migrou ou emigrou para as grandes cidades e para outros países, mas sabe sempre que terá um palmo de terra para voltar a cultivar na sua aldeia natal ou nos arredores, se as coisas correrem mal nas latitudes e longitudes onde agora se encontram.

"Para os interesseiros políticos que estão agora a ocupar o poder e nele querem continuar, já é tempo de terem percebido esta realidade sociológica muito simples: ousem tomar posse administrativa do minifúndio em Portugal e serão literalmente postos na rua. Aliás, ousem aumentar os impostos sobre esse minifúndio que pouco ou nenhum rendimento dá e mais cedo serão apeados do poder!"

Para esta classe política tão completamente desfocada da realidade do interior, que representa mais de 75 por cento do território do país, fica uma sugestão:

"A grave situação dos incêndios rurais e florestais só mudará quando os incentivos económicos forem estabelecidos exatamente ao contrário do que são agora: não punitivos para quem é proprietário e orientados para haver fogo e muita gente ganhar com isso, mas para incentivar quem cultiva e cuida, e para proteger o que é verde."

Quando os pequenos proprietários rurais forem considerados benfeitores da comunidade e forem subsidiados pelas cidades, nomeadamente através de taxas pagas pelo Fundo Ambiental e pelas empresas de urbanização e promotoras imobiliárias, como forma de ajudar a manter as propriedades florestais verdes, as pequenas, as médias e as grandes, nesse dia começaremos a ganhar a guerra contra os incêndios.

Infelizmente, não será pela mão dos governantes que nos têm desgovernado…do PS e do PSD incluídos.

Entrevista a: José Gomes Ferreira

In SIC Noticias

Incêndios em Chaves e Murça mantêm-se ativos e com mais de 900 operacionais

 Os incêndios nos concelhos de Chaves e Murça, no distrito de Vila Real, mantinham-se cerca das 07:00 de hoje ativos, mobilizando mais de 900 operacionais, com o apoio de 314 meios terrestres, segundo dados da proteção civil.










O incêndio que deflagrou às 16:35 de domingo em Cortinhas, concelho de Murça, no distrito de Vila Real, era o que mais meios mobilizava cerca das 07:00, com 765 operacionais, com o apoio de 265 meios terrestres.

Este incêndio em Murça já obrigou à retirada das habitações de 79 pessoas, que foram realojadas temporariamente numa zona de apoio, instalada num pavilhão da vila.

Já o incêndio que deflagrou na sexta-feira na freguesia de Bustelo, no concelho de Chaves, também no distrito de Vila Real, era combatido às 07:00 por 155 operacionais, apoiados por 48 veículos.

Este incêndio passou para Espanha e está novamente em território português, segundo informou na terça-feira o presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz.

De acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 07:00 combatiam os quatro incêndios em curso 945 operacionais, apoiados por 318 veículos.

Mais de 1.200 operacionais combatiam 25 incêndios - entre fogos em curso, resolução e conclusão - em Portugal continental, com o auxílio de 411 veículos.

Desde o dia 08 de julho, os vários incêndios obrigaram a retirar preventivamente das habitações 1.055 pessoas.

Relativamente ao número de feridos e vítimas, desde o dia 07 de julho e até terça-feira foram registados 223, dos quais 116 são ligeiros, seis graves e três óbitos, segundo dados da proteção civil.

Na terça-feira, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou que Portugal continental vai permanecer em situação de alerta até quinta-feira, devido ao risco de incêndio.

In Lusa

Incêndios: Trinta e cinco concelhos de sete distritos em perigo máximo









Trinta e cinco concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Coimbra, Castelo Branco, Portalegre, Guarda e Viseu apresentam hoje perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA colocou também vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental em perigo muito elevado e elevado de incêndio rural, no dia em que mantêm nove distritos com aviso amarelo devido ao calor.

Para quinta-feira, o IPMA prevê um agravamento do perigo de incêndio, que se estenderá por uma área maior.

O perigo de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Às 06:30 de hoje, os incêndios que lavram nos concelhos de Murça e Chaves, no distrito de Vila Real, eram os que mobilizavam mais meios, com mais de 940 operacionais no terreno, apoiados por mais de 314 meios terrestres, segundo dados da proteção civil.

De acordo com a ANEPC, às 06:30 combatiam os três incêndios em curso 728 operacionais, apoiados por 318 veículos.

Mais de mais de 1.200 operacionais combatiam 22 incêndios – entre fogos em curso, resolução e conclusão – em Portugal continental, com o auxílio de 406 veículos.

Na terça-feira, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou que Portugal continental vai permanecer em situação de alerta até quinta-feira, devido ao risco de incêndio.

A situação de alerta, nível de resposta mais baixo previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, está em vigor em Portugal continental desde as 00:00 de segunda-feira e até às 23:59 de terça-feira, tendo em conta que as temperaturas baixaram, depois de o país ter estado sete dias em situação de contingência.

Por causa da persistência de valores elevados da temperatura máxima, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja e Faro sob aviso amarelo entre as 09:00 de hoje e as 18:00 de quinta-feira.

O IPMA vai elevar o aviso amarelo para laranja nos distritos de Bragança e Guarda entre as 09:00 de quinta-feira e as 06:00 de sexta-feira por causa do tempo quente.

O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

In Multinews

terça-feira, 19 de julho de 2022

Situação de alerta prolongada ou regresso à contingência? Governo faz nova avaliação esta terça-feira

 

O Governo vai reavaliar a situação dos incêndios em Portugal esta terça-feira, depois de no domingo ter baixado para o nível de alerta, suspendendo a situação de contingência que estava em vigor, face à melhoria das condições meteorológicas.

O anúncio foi feito na altura pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro. “O nível de alerta estará em vigor entre as 00:00 de segunda-feira e as 23:59 de terça-feira, dia em que voltaremos a reavaliar”, disse.

“Nos próximos dias, a temperatura deverá baixar entre 2 e 8 graus, o que permite termos uma pequena janela para ajustar os esforços”, explicou José Luís Carneiro, lembrando que, “até ao final do verão, vão existir outros momentos muito exigentes” e “é preciso estar preparado”.

Perante a diminuição da temperatura e a necessidade de reduzir esforços, “tomámos a decisão – nomeadamente o Ministério da Administração Interna, o da Defesa Nacional, o do Ambiente, o da Agricultura, da Saúde e do Trabalho e Solidariedade, em articulação com o primeiro-ministro e o Presidente da República, de baixar nível de exigência dos recursos e meios” de combate aos incêndios para Situação de alerta, referiu na altura o ministro.

Hoje, terça-feira, a situação será reavaliada até porque se prevê um novo aumento das temperaturas, adiantou.

Portugal continental entrou em Situação de Contingência, segundo nível de resposta previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, na segunda-feira da semana passada e na quinta-feira o Governo decidiu prolongar esta situação até domingo.

Ontem passou para Situação de Alerta que é, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil, o nível menos grave, abaixo da Situação de Contingência e do patamar mais grave, a Situação de Calamidade.

Pode consultar agora todas as medidas da situação de contingência e de alerta, bem como que cada uma delas implica para a população.

Recuo para situação de alerta mas não implica desmobilização de meios

Portugal passou a estar em situação de alerta desde as 00h desta segunda-feira, mas André Fernandes, da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), garantiu que “não há desmobilização de meios.”

“O dispositivo continua todo no terreno, operacional, com mesma entrega e acima de tudo mantém-se não só restrições ao uso de fogo mas a consciencialização da situação que se está a viver e adequação de comportamentos”, afirmou ontem em conferência de imprensa.

O responsável da Proteção Civil indicou que Portugal continental continua “em seca severa”, o que faz com que existam “condições para incêndios florestais terem dimensão”.

960 pessoas retiradas de casa numa semana

Na última semana as autoridades realizaram em Portugal, no âmbito dos incêndios que estão a invadir o país, mais de 200 assistências médicas, destacando-se uma morte e cinco feridos graves.

André Fernandes referiu na mesma ocasião que entre os dias 7 e 18 de julho, contam-se 201 assistências, uma morte, cinco feridos graves, 109 feridos ligeiros e 95 assistidos.

Quanto às evacuações, “no total foram retiradas 960 pessoas de casa e constituídas 12 zonas de concentração de apoio à população, das quais passaram 431 pessoas que já regressaram às suas habitações”, explicou.

In Multinews

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Fogo no Fundão foi dominado

 O fogo que deflagrou no domingo, na Fatela, concelho do Fundão, foi dominado às 13:25, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco.










De acordo com a fonte, às 14:15, mantinham-se no local 406 operacionais, auxiliados por 123 veículos.

O incêndio deflagrou no domingo, às 14:30, na Fatela, concelho do Fundão, e acabou por alastrar ao concelho da Covilhã.

Ainda no domingo, cerca das 18:30, o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, disse à agência Lusa que a situação no terreno era "extraordinariamente grave".

O autarca adiantou que, durante a tarde, a povoação de Pero Viseu esteve "em perigo", mas que não tinha informação de terem ardido habitações.

As chamas destruíram alguns anexos e equipamentos agrícolas, disse, admitindo que "em pouco mais de duas horas arderam, provavelmente, alguns milhares de hectares, tal era a violência do vento".

Já o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, adiantou, também no domingo, que este fogo teve uma progressão inicial de 2,5 quilómetros por hora.

"Significa que durante um curto espaço de tempo, o incêndio, mais ou menos, em três horas, três horas e meia, perfez um total de sete quilómetros", destacou.

In Sapo24

Fogo “não ameaça casas, mas terá prejuízos emocionais e materiais elevadíssimos”. Incêndio em Murça mobiliza cinco meios aéreos

 O incêndio em Murça e Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real, começou hoje de manhã a ser combatido por cinco meios aéreos, “não ameaça casas, mas terá prejuízos emocionais e materiais elevadíssimos”, disse o autarca de Murça.









De acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 09:30, no terreno estavam já quase duas centenas e meia de operacionais, auxiliados por 77 meios terrestres e cinco meios aéreos.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Murça indicou que, “neste momento, não há populações em risco”, mas referiu que existem já “situações dramáticas relacionadas com animais e produções agrícolas”.

“De noite o incêndio baixou de intensidade, mas os ventos foram dramáticos. Já são vários os hectares ardidos. Ainda não é possível fazer um ponto de situação preciso, mas os prejuízos emocionais e materiais serão elevadíssimos. Chegaram [de manhã] os meios aéreos que são uma ajuda fundamental. Ontem [domingo] não vieram os meios que desejávamos, mas sabemos havia situações alarmantes no distrito”, disse Mário Artur Lopes.

Segundo o autarca de Murça, de noite a principal preocupação prendeu-se com a segurança da aldeia de Vilares, isto depois do incêndio ter começado na aldeia de Cortinhas.

“Não foi necessário evacuar nenhuma, mas estamos muito preocupados”, referiu, aproveitando para deixar “uma palavra de agradecimento aos bombeiros”.

“Já três tiveram problemas de inalação de fumos e todos estão exaustos. É muito difícil”, concluiu.

O incêndio que deflagrou em Murça que depois passou para o concelho de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, tinha de manhã, cerca das 08:00, uma frente de “12 a 15 quilómetros”, lavrando numa zona “sem acessos”, junto ao rio, disse fonte da Proteção Civil.

O segundo-comandante distrital de operações de socorro de Vila Real, Artur Mota, num ponto de situação feito à agência Lusa, referiu que o fogo, que atinge os dois concelhos, continua ativo.

“Para já, as aldeias estão fora de perigo, mas o incêndio tem sensivelmente entre 12 a 15 quilómetros de frente que está ativa porque não tem acesso, está a arder em direção do rio [Tinhela]. Está de um lado e do outro do rio, em Vila Pouca de Aguiar e em Murça”, afirmou Artur Mota.

Portugal entrou hoje, às 00:00, em situação de alerta, depois de sete dias em contingência devido aos incêndios que assolaram o país e às altas temperaturas registadas.

A situação de alerta prolonga-se até às 23:59 de terça-feira, dia em que voltará a ser reavaliada a situação, afirmou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, no domingo, após uma reunião, por videoconferência, com os ministérios da Defesa Nacional, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e da Alimentação.

A situação de alerta é, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil, o nível menos grave, abaixo da situação de contingência e do patamar mais grave, a situação de calamidade.

In Sapo24