Chamam-lhes soldados da paz e o nome assenta-lhes que nem uma luva. O seu combate é em favor de todos nós.
E que seria Portugal sem eles? Como arranjaria dinheiro para pagar a quem apagasse os fogos?
São voluntários. Trabalham sem esperar recompensa. E por vezes até são maltratados por quem se serve deles. Falamos obviamente dos Bombeiros Voluntários. Quase sempre jovens que passam muitas horas ao serviço dos outros. E às vezes essa doação vai até ao sacrifício da vida.
Como o Paulo Jorge da Piedade. Este bombeiro, de 34 anos, ficou gravemente queimado, quando, com outro colega, foi subitamente cercado pelas chamas, na zona da Foz de Alvares, concelho de Góis.
"Morreu a dar-se aos outros." Estas palavras do comandante dos Bombeiros Voluntários de Pampilhosa da Serra, ditas ao "Correio da Manhã", exprime o sentimento de muitos dos seus colegas e amigos.
O Paulo da Piedade sofreu queimaduras do terceiro grau em 85% do seu corpo e foi levado de helicóptero para a unidade de queimados do Hospital de S. José, em Lisboa. Ao fim de três dias de luta, sucumbiu ao sofrimento.
"A equipa estava normalmente a combater o fogo, quando houve uma alteração das condições climatéricas num vale, criando-se o efeito de chaminé. Um dos homens conseguiu sair de lá rebolando pelo chão, mas o Paulo, quando saiu vinha já com a roupa toda queimada", disse ainda o comandante.
"O Paulo era solteiro, não tinha pais nem irmãos. Gostava muito de ser bombeiro e viveu intensamente a sua missão", diz com a fala embargada José Brito, dando voz aos homens, em estado de choque, da sua corporação.
Nesse Verão seco e escaldante, não quero deixar de ter uma palavra de gratidão para com os nossos Bombeiros. Eles são os nossos heróis anónimos. Se Portugal ainda não ardeu totalmente quase só a eles o devemos.
Eram as palavras proferidas á cerca de quatro anos!
Desde esse fatidico Verão, o que mudou a nosso favor?
Autor Desconhecido
Correio da Manhã
