terça-feira, 14 de agosto de 2018

Segurança Social disponibiliza linhas de apoio às populações afetadas pelos incêndios

A Segurança Social disponibiliza, a partir de hoje, quatro linhas telefónicas específicas para apoiar as populações afetadas pelo incêndio de Monchique.
“Na sequência do incêndio que deflagrou em Monchique, no passado dia 3 de agosto, e do acompanhamento social prestado às populações afetadas, a Segurança Social disponibiliza a partir de hoje linhas telefónicas específicas de apoio, para informação genérica e encaminhamento/agendamento de atendimento”, afirma o instituto em comunicado.
Para os moradores residentes no concelho de Monchique está disponível o número 300 518 518 e para os de Odemira o número 300 512 950.
Quem residir no concelho de Portimão tem à disposição a linha telefónica 300 515 290, enquanto para os moradores no concelho de Silves está disponível o número 300 516 050.
Este serviço telefónico está disponível nos dias úteis, entre as entre as 09:00 e as 17:00, informa o Instituto da Segurança Social (ISS).
O incêndio rural de Monchique (distrito de Faro, Algarve), combatido por mais de mil operacionais e considerado dominado na sexta-feira (dia 10) de manhã, atingiu também o concelho vizinho de Silves, depois de ter afetado, com menor impacto, os municípios de Portimão (no mesmo distrito) e de Odemira (distrito de Beja).
Quarenta e uma pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade (uma idosa que se mantém internada em Lisboa).
Segundo o município de Monchique, arderam cerca de 16.700 hectares no concelho.
In Sapo24

Tanque de água salvou a vida de João, um "veterano dos incêndios" 14 ago 2018 09:47

Ao lado da casa destruída, João aponta para o tanque de água que lhe salvou a vida. Aos 61 anos, considera-se um "veterano dos incêndios", até porque as marcas no corpo não deixam esquecer 1991, 2003 e 2018.
À entrada da vila de Monchique, no Algarve, é preciso fazer cerca de três quilómetros numa estrada sinuosa para chegar à zona da Picota. Depois, surge um caminho de terra batida, com forte inclinação, mas com uma vista que, num dia de céu limpo, permite contemplar uma grande área.
A casa de João Furtado está completamente queimada, tal como os terrenos à volta. Sobram apenas as paredes principais. As telhas amontoam-se e o artesão vai procurando, entre destroços e cinzas, aquilo que pode recuperar.
“Olhe, olhe a fechadura! Estava bem trancada, mas o fogo entrou”, brinca, enquanto continua a vasculhar a antiga manjedoura, colada à habitação, e que transformou na sua oficina.
Pela experiência de outros anos, e pelo que ia vendo na televisão, João calculou que o fogo, que começou no dia 03, uma sexta-feira, na Perna da Negra, só chegasse à sua zona na terça-feira, dia 07, “se não fosse travado antes”.
“Enganei-me nas contas, redondamente”, admite, porque o fogo acabou por chegar na “triste” noite de domingo, dia 05. Era um “caldeirão” de chamas e de fumo que avançava, com a ajuda do vento forte e da baixa humidade.
“Tinha a casa toda preparada. Reguei tudo, cortei as trepadeiras todas, alaguei a rua. Em meados de maio já tinham sido cortados todos os eucaliptos”, garante, acrescentando que em junho foram cortados os pinheiros mais próximos da habitação: “Eu até dizia que aquilo estava um deserto, que era impossível arder”.
Com a “azáfama” toda, João nem tinha almoçado. Tinha umas postas de bacalhau com cebola para “desenrascar”. A mesa acabou por ficar posta como a deixou, mas não dispensou um copo.
“Estou a beber o melhor vinho no meio do fogo”, escreveu por mensagem a um familiar.
Cerca da uma da manhã, enfiou-se no tanque de água, onde, por segurança, já tinha colocado duas botijas de gás, levando consigo apenas o telemóvel. “Agora explodiu o gerador. ‘Tava’ farto de o aturar”, escreveu noutra mensagem, enviada ao amigo Leonel, seguida de um sorriso.
“Ele é muito animado”, justifica Leonel, que pouco depois tentou outro contacto com João.
“Como estás?”, escreveu, obtendo como resposta: “Vivo para contar. Enquanto tiver bateria tiro fotos!”. A troca de mensagens prossegue: “Estás no tanque?”. “Estou”, responde o artesão.
Nesta altura, já Leonel estava no posto de comando da Proteção Civil, no centro da vila de Monchique, para tentar convencer alguém a ir com ele salvar João. Chegou mesmo a mostrar as mensagens a elementos da GNR, mas ninguém se disponibilizou.
A preocupação cresceu quando o artesão deixou de responder. “O telemóvel ‘fritou’” com o calor e a água do tanque, explica João, admitindo que tinha “perfeita consciência de que ninguém ia aparecer” para o ajudar: “Não se viu ali ninguém, nunca”.
Saiu do tanque cerca das 04:00 e deitou-se no muro para tentar dormir um pouco, mas isso foi “impossível”, porque a parede de cimento da estrutura "era muito dura”.
Pegou num balde e começou a apagar o que ainda ardia. Marcaram-no a devastação total à volta da sua habitação, o fumo e a quantidade de cinza com que ficou nos olhos.
“Quatro gatos safaram-se, mas os bigodes arderam e estão muito desorientados. Coitaditos”, diz à Lusa, enquanto coloca água e comida para um deles, que, entretanto, se aproximou.
Só cerca das 06:00 é que um elemento da GNR aceitou ir com Leonel procurar João, mas o amigo não sabia exatamente como chegar à habitação. Foi uma colega artesã que, ao telefone, foi dando indicações ao operacional que conduzia a viatura.
Perto das 07:00, lá encontraram João, de calções e chinelos de plástico de enfiar no dedo, a apagar o que por ali ainda ardia.
“Não podia ir muito longe, mas eu não sou de fugir, nunca fui”, garante.
Nos últimos dias, tem tentado recuperar das cinzas algumas das ferramentas. Perdidas ficaram máquinas de costura, diluentes, acetona, motosserras, tintas, bem como as peles que usava no seu ofício, que avaliou em cerca de 20 mil euros.
As marcas do fogo no corpo não deixam João esquecer os incêndios pelos quais já passou - em 1991, 2003 e este ano -, pelo que se considera um “veterano dos incêndios”.
“Já tenho um currículo de fogos”, brinca, enquanto mostra as feridas nos braços e as cicatrizes nas pernas.
In Sapo24

Há hoje 24 concelhos do país em risco máximo de incêndio

Esta terça-feira, há vinte e quatro concelhos dos distritos de Bragança, Guarda, Viseu, Castelo Branco e Faro que estão em risco máximo de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O IPMA refere que em risco máximo de incêndio se encontram os concelhos de Vimioso, Alfândega da Fé, Mogadouro, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, e os concelhos de Sernancelhe, Tabuaço e Penedono, no distrito de Viseu. Já no distrito da Guarda estão em risco máximo de incêndio os concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Meda, Trancoso, Celorico da Beira, Guarda, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo.
No distrito de Castelo Branco, os concelhos de Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão também se encontram sob o mesmo risco.
Mais a Sul do país, em Faro, estão em risco máximo de incêndio os concelhos de Monchique, Portimão, Silves, Tavira, São Brás de Alportel, Castro Marim e Alcoutim.
Além disso, o IPMA colocou ainda sob risco muito elevado de incêndio 55 municípios dos distritos do Porto, Bragança, Braga, Viseu, Faro, Beja, Portalegre, Vila Real, Castelo Branco, Guarda e Santarém.
Para esta segunda-feira, prevê-se uma subida da temperatura máxima a norte do Baixo Alentejo.
In Sol

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Ao fim de uma semana, bombeiros dominam incêndio de Monchique

O incêndio que lavra há uma semana em Monchique, no Algarve, está dominado desde as 08:30, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
O fogo, que está ainda a ser combatido por 1.371 operacionais, apoiados por 442 viaturas e dois meios aéreos, já destruiu cerca de 27.000 hectares, segundo os dados mais recentes disponibilizados pelo Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais (EFFIS), tornando-o no maior este ano em Portugal.
Este ano, o maior incêndio, em termos de área ardida, que se tinha verificado em Portugal era o que deflagrou em fevereiro na Guarda, onde arderam 86 hectares.
Segundo os dados do EFFIS, as chamas em Monchique já destruíram 26.957 hectares, mais de metade dos 41 mil que arderam na mesma região em 2003, nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.
As chamas desde incêndio, que deflagrou na localidade de Perna Negra, já provocaram 39 feridos, um deles em estado grave, obrigaram a evacuar diversos aglomerados populacionais e uma unidade hoteleira.
No ano passado, as chamas destruíram mais de 440 mil hectares, o pior ano de sempre em Portugal, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Quanto aos maiores incêndios em termos de área ardida ocorridos no ano passado, no topo da lista aparece o que teve origem no dia 15 de outubro, em Seia/Sandomil, no distrito da Guarda, que destruiu 43.191 hectares.
In Sapo24

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Monchique - O Inferno



































































































In TVI24.pt