sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

O horror dos incêndios que está a devastar Los Angeles

 


























By Noticias ao Minuto

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Desespero e críticas aos bombeiros de quem perdeu tudo em Los Angeles

As camas improvisadas e os cobertores cedidos pela Cruz Vermelha Norte-Americana são tudo o que os sobreviventes dos incêndios em Pacific Palisades e Malibu têm após a devastação, com evacuações obrigatórias em toda a cidade.

Mandaram-nos sair às nove da noite", disse à Lusa Ray, que escapou com o marido e a filha adolescente do incêndio. "Às cinco da manhã a nossa casa ficou em cinzas", acrescentou.

Saíram de pijama e fato de treino, com os telemóveis, e apenas tiveram tempo de salvar o animal de estimação, uma cabra-pigmeu com dez anos. 

"Hoje [quarta-feira] vamos dormir no carro", contou Ray, à porta da escola secundária El Camino Real, em Woodland Hills, que foi transformada em abrigo.

A cabra-pigmeu não pode dormir lá dentro, por isso terão de ficar dentro do carro.

"Não temos cabeça para mais nada. Amanhã procuramos outro sítio", partilhou Ray.

A casa, em Malibu, está totalmente destruída. Viviam lá há 20 anos e já tinham passado por outros fogos, mas nunca viram nada tão destrutivo.

Os fortes ventos de Santa Ana, que atingiram os 160 quilómetros por hora, fizeram alastrar o fogo em poucas horas e os incêndios continuam a propagar-se. 

Ray estava emocionada mas também zangada com os bombeiros, que disse não terem feito nada para salvar as casas.

"Não nos deixaram usar mangueiras de alta pressão porque disseram que havia pouca água", contou. "Queriam usá-la em Pacific Palisades", acusou. 

Há vários incêndios ativos em Los Angeles, o mais grave dos quais em Pacific Palisades, junto às montanhas de Santa Mónica, onde arderam mil edifícios e seis mil hectares.

Este é já o incêndio mais destrutivo da história da cidade, onde há fogos sazonais devido aos ventos fortes, baixa humidade e vegetação seca. 

Os habitantes de Los Angeles começaram nas últimas horas a receber avisos para ferverem a água, devido à intensidade do uso pelos bombeiros que está a diminuir a pressão nos canos e pode tornar o seu consumo perigoso. 

Mais de 160 mil habitantes continuam sem eletricidade, com os semáforos desligados na rua e um cheiro muito intenso a queimado por todo o lado, mesmo a bastantes quilómetros de distância dos vários fogos.

Cerca de 30 mil pessoas tiveram de ser evacuadas e cinco mortes confirmadas

Também nas últimas horas surgiram mais incêndios, incluindo um nos Hollywood Hills, onde há grandes mansões e vivem celebridades. 

Segundo disse à Lusa Mimi Teller, porta-voz da Cruz Vermelha Norte-Americana, os abrigos têm neste momento 94 pessoas em Westwood e 12 em Pacoima.

A Lusa esteve no abrigo de Woodland Hills, onde os funcionários contabilizaram nove pessoas desde o início dos incêndios. 

Com estado de emergência declarado pelo governador da Califórnia Gavin Newsom, o distrito decidiu encerrar todas as escolas do condado, devido à má qualidade do ar, as cinzas que estão a cair e os ventos que continuam fortes. 

A associação de críticos Critics Choice Association decidiu adiar a sua cerimónia de entrega de prémios de cinema e televisão, que estava marcada para Santa Mónica no domingo, 12 de janeiro.

In Mundo ao Minuto

Hollywood evacuado, casas destruídas e críticas. Fogos assolam Califórnia

Vários incêndios continuam a assolar o estado norte-americano da Califórnia, sobretudo o condado de Los Angeles. Até ao momento, registam-se cinco vítimas mortais, mais de 1.500 casas destruídas e centenas de pessoas retiradas.

O estado da Califórnia, nos Estados Unidos, está a ser assolado por vários incêndios de grandes proporções. Uma das situações mais preocupantes é em Los Angeles.

No condado de Los Angeles, o fogo já obrigou à retirada de mais de 130 mil pessoas e destruiu cerca de 1.500 habitações, incluindo de várias celebridades. Há ainda milhares de casas sem eletricidade. 

Na noite de quarta-feira, as autoridades ordenaram aos moradores do bairro histórico de Hollywood que abandonassem as suas casas, depois de um novo incêndio ter deflagrado a centenas de metros da Hollywood Boulevard. Em causa, explicou o Corpo de Bombeiros de Los Angeles, está uma "ameaça imediata à vida".

Foram também encerradas escolas e centros recreativos transformados em abrigos para as pessoas que tiveram de ser retiradas. Durante o dia, nuvens negras de fumo taparam o sol em grandes extensões da cidade de Los Angeles e caíram cinzas mesmo em bairros que estão a vários quilómetros das zonas afetadas. 

Até ao momento, há registo de cinco vítimas mortais nas zonas de Altadena e Pasadena.

Face à catástrofe, foi declarado o estado de emergência pelo condado de Los Angeles e pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom, que conseguiu luz verde do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para obter ajuda federal no combate aos incêndios. 

Joe Biden decidiu cancelar uma viagem oficial a Itália, marcada para esta quinta-feira, que seria provavelmente a última visita ao estrangeiro antes de Donald Trump tomar posse, a 20 de janeiro. Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean, o ainda presidente norte-americano "tomou a decisão de cancelar a sua próxima viagem a Itália para se concentrar na gestão da resposta federal geral nos próximos dias".

Desespero e críticas aos bombeiros de quem perdeu tudo em Los Angeles

As camas improvisadas e os cobertores cedidos pela Cruz Vermelha Norte-Americana são tudo o que os sobreviventes dos incêndios em Pacific Palisades e Malibu têm após a devastação, com evacuações obrigatórias em toda a cidade.

"Mandaram-nos sair às nove da noite", disse à Lusa Ray, que escapou com o marido e a filha adolescente do incêndio. "Às cinco da manhã a nossa casa ficou em cinzas", acrescentou.

Saíram de pijama e fato de treino, com os telemóveis, e apenas tiveram tempo de salvar o animal de estimação, uma cabra-pigmeu com dez anos.  O animal não pode dormir em abrigos, por isso terão de ficar dentro do carro.

Ray estava emocionada mas também zangada com os bombeiros, que disse não terem feito nada para salvar as casas. "Não nos deixaram usar mangueiras de alta pressão porque disseram que havia pouca água", contou. "Queriam usá-la em Pacific Palisades", acusou. 

Os habitantes de Los Angeles começaram também nas últimas horas a receber avisos para ferverem a água, devido à intensidade do uso pelos bombeiros que está a diminuir a pressão nos canos e pode tornar o seu consumo perigoso. 

In Mundo ao Minuto

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Mais de 150 Bombeiros no Combate ao Fogo em Armazéns de Coimbra

 

O incêndio que se prolonga há nove horas em quatro armazéns de uma empresa de componentes elétricos e pisos flutuantes, em Coimbra, mantém-se ativo e está a ser combatido por 157 operacionais, apoiados em 55 viaturas.

Pelas 6.15 horas, fonte do Comando Sub-regional da Região de Coimbra disse também à agência Lusa que o fogo está a consumir armazéns da empresa Globovac, numa zona industrial.


O alerta para o fogo em armazéns na zona de Sargento Mor, Coimbra, foi dado pelas 21.30 horas de segunda-feira.


Na segunda-feira, a fonte do mesmo Comando disse que o fogo está circunscrito àqueles armazéns e que não há registo de feridos.


In Jornal de Noticias

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Morreram homem e mulher feridos em Albergaria-a-Velha

 Um homem e uma mulher do concelho de Albergaria-a-Velha morreram esta segunda-feira na sequência de queimaduras sofridas no incêndio que lavrou no município do distrito de Aveiro na semana passada, disse o vice-presidente da autarquia.

Segundo o vice-presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, Delfim Bismark, trata-se de um homem que residia em Vila Nova de Fusos e de uma mulher de Frossos.

O autarca referiu que a mulher, de 81 anos, que estava internada no hospital de Coimbra, morreu hoje de madrugada.

O incêndio rural que deflagrou no dia 16 em Albergaria-a-Velha deixou desalojadas pelo menos 40 famílias e causou danos em seis empresas, disse na sexta-feira o presidente da Câmara.

O fogo entrou em fase de resolução na quarta-feira, causando até então a morte a duas pessoas, "um idoso que sofreu um enfarte e um colaborador de uma empresa que estava a combater as chamas e acabou por ficar carbonizado".

A Lusa contactou hoje a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), que disse desconhecer o registo de mais mortes além das que foram anunciadas na semana passada.

Uma fonte do organismo indicou que, com o fecho das ocorrências, a entidade deixou de acompanhar o estado dos feridos.

Com as duas mortes ocorridas hoje, sobe para nove o número de pessoas que morreram devido aos incêndios rurais que atingiram desde o dia 15 sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A ANEPC contabilizou até sexta-feira, além de 120 feridos, cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

Os incêndios florestais consumiram entre os dias 15 e 20 cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.
Tópicos

In RPT

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Chefe de bombeiros que morreram em Tábua acionou SOS do SIRESP mas socorro não chegou a tempo

                         

O chefe da equipa dos Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha acionou o SOS do rádio SIRESP: a equipa, da qual fazia parte os três bombeiros que morreram, viu-se rodeada pelas chamas e pediu socorro. A ajuda não chegou a tempo de evitar a tragédia, indica esta quinta-feira o ‘Correio da Manhã’.

O botão de emergência – conhecido como ‘botão de pânico’ – é uma patilha laranja na parte superior do rádio que, quando é pressionada, abre um canal de comunicação, um “sinal aberto” com o comando de operações. Ao acionar o botão, o chefe de equipa “teve logo comunicação” com o comando da operação do combate ao incêndio, Rui Leitão.

“Confirmo que falei com o chefe de equipa assim que ele ativou o botão de pânico e que o pedido de ajuda foi prontamente respondido, com o envio de equipas para os socorrer, mas infelizmente não foi a tempo de evitar a tragédia”, indicou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Tábua.

Assim que foi acionado o SOS, o rádio SIRESP foi rapidamente identificado e geolocalizado no Comando Sub-regional de Coimbra, que enviou as coordenadas para as equipas de socorro. Um dos primeiros a chegar ao local e localizar os corpos foi o noivo de Sónia Cláudia Melo, a enfermeira de 36 anos que iria casar no próximo ano, por também ser bombeiro na Corporação de Vila Nova de Oliveirinha – recorde-se que nas chamas morreram também Paulo Jorge Santos, de 38 anos, e Susana Cristina Carvalho, de 44 anos: a equipa tinha outros dois bombeiros, que conseguiram escapar sem ferimentos.

Os funerais dos três bombeiros vão realizar-se no quartel de Vila Nova de Oliveirinha e só deverão acontecer dentro de cinco a sete dias, já que terão de ser identificados através de testes de ADN, por os corpos estarem carbonizados.

In Executive Digest

Governo decreta luto nacional para o dia de amanhã

O Governo de Luís Montenegro decretou dia luto nacional para amanhã, sexta-feira, 20 de setembro, em homenagem aos bombeiros que morreram no combate ao fogo nos últimos dias. A notícia é avançada pela RTP.

A informação foi transmitida também à Lusa por fonte oficial da Presidência do Conselho de Ministros.

A lei das precedências do Protocolo do Estado Português determina que “o luto nacional é declarado pelo falecimento do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro e, ainda, dos antigos Presidentes da República, assim como pelo falecimento de personalidade, ou ocorrência de evento, de excecional relevância”.

Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.

Cerca de 120 pessoas ficaram feridas, dezenas de casas foram destruídas e as autoridades cortaram estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam perto de 76 mil hectares.

In Sapo.pt

Arderam mais de 121 mil hectares em Portugal continental desde domingo

 Sistema europeu Copernicus mostra que nas zonas atingidas pelos incêndios nas regiões norte e centro, nos últimos dias, arderam 100.492 hectares.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas zonas atingidas pelos incêndios nos últimos dias, nas regiões norte e centro, já arderam 100.492 hectares.

As zonas mais afetadas localizam-se nas regiões de Aveiro, Tâmega e Sousa, Viseu Dão Lafões e Área Metropolitana do Porto, que totalizam 100.492 hectares de área ardida, 83% da área ardida em todo o território nacional.

De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 121.342 hectares.

Uma das zonas mais críticas continua a ser na Região de Aveiro, que inclui as zonas entre Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Águeda, onde a área ardida mais aumentou em relação ao dia anterior, contabilizando-se agora 26.784 hectares, mais 4.819 hectares do que na quarta-feira.

A sub-região de Viseu Dão Lafões é a mais afetada pelos incêndios que lavram desde o fim de semana, com 36.358 hectares de área ardida.

Na sub-região do Tâmega e Sousa, que inclui as zonas entre Felgueiras e Marco de Canaveses, o sistema Copernicus contabiliza 21.581 hectares de área ardida desde segunda-feira.

Com 15.769 hectares de área ardida desde domingo, a Área Metropolitana do Porto segue-se entre as zonas mais afetadas, sobretudo devido aos incêndios nas zonas de Arouca, Castro Daire e Gondomar.

Na sub-região do Ave, arderam 9.877 hectares, contabilizando-se ainda 8.636 hectares de área ardida no Alto Tâmega.

A área ardida em Portugal continental este ano totaliza já, segundo o sistema Copernicus, 139.819 hectares consumidos por 168 incêndios significativos (com 30 hectares ou mais de área ardida) contabilizados pelo sistema europeu de observação da Terra.

Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.

Cerca de 120 pessoas ficaram feridas, dezenas de casas foram destruídas e as autoridades cortaram estradas e autoestradas.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

In Novo Semanário

Ao quarto dia, rescaldo e solidariedade num país que se levanta das cinzas, ainda com incêndios preocupantes

 Ao quarto dia de incêndios é hora de olhar para os danos da passagem das chamas e no Pavilhão Multiusos em Gondomar distribuem-se mantimentos e bens aos bombeiros.

Ao quarto dia de fogos em território nacional, perto de 3900 bombeiros, apoiados por 1.200 meios terrestres, encontram-se a combater 83 fogos em Portugal continental pelas 7h30, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O incêndio florestal em Sever do Vouga, que entrou em fase se resolução esta manhã, é o que mobiliza mais operacionais, com 555 bombeiros apoiados por 167 meios terrestres.

Pedro Jorge, comandante da Proteção Civil, disse à Rádio Observador que o combate às chamas está a evoluir “favoravelmente”, mas que ainda há, pelo menos, nove incêndios significativos em curso, nos concelhos de Chaves, Vila Pouca de Aguiar, Arouca, Sever do Vouga, Cinfães, Amarante, Nelas e Castro Daire.

Segundo Pedro Jorge, nesta fase, os incêndios em Castro Daire e Arouca são os que estão a inspirar mais cuidados.

“Temos incêndios ainda com alguma severidade nos concelhos de Castro Daire e Arouca. São fogos ainda com forte atividade que justificam um número significativo de meios, sendo que no concelho de Castro Daire, na sub-região de Viseu Dão Lafões, temos 550 operacionais, apoiados por 178 veículos, e no concelho de Arouca temos 234 operacionais, com 71 veículos”, adiantou.

No distrito de Aveiro, segundo a fonte, o incêndio que teve início em Pessegueiro do Vouga, no concelho de Sever do Vouga, mobilizava àquela hora 497 operacionais, com o apoio de 143 meios terrestres.

Entretanto, às 07:20 de hoje, segundo informação disponível na página da ANEPC na internet, os dois incêndios iniciados no domingo no concelho de Sever do Vouga estavam em fase de resolução, com o de Pessegueiro do Vouga a manter ainda no terreno 555 operacionais e 167 viaturas.

“Tivemos alguma pressão sobre o edificado, sobre habitações no concelho de Castro Daire e de Arouca. O incêndio esteve próximo de habitações, o que levou os combatentes a fazerem a proteção a essas habitações, mas não temos conhecimento de que durante a noite tenham ardido habitações ou que destes incêndios tenham ocorrido vítimas entre os populares”, disse.

De acordo com o comandante da ANEPC, as condições meteorológicas tendem a ser hoje menos severas devido à diminuição da intensidade do vento e ao aumento da humidade relativa do ar, que favorece o combate às chamas.

“Queremos acreditar que parte significativa destes incêndios fique durante o dia de hoje dominada”, sublinhou.

Segundo informação disponível na página da ANEPC, às 7h30 continuava ativo o incêndio em Penalva do Castelo (distrito de Viseu) que deflagrou perto das 00:00 de segunda-feira, mobilizando 317 operacionais, apoiados por 81 veículos.

Também o fogo registado em Nelas, no mesmo distrito, desde as 11h53 de segunda-feira estava a ser combatido por 140 operacionais, apoiados por 37 meios terrestres.

Havia ainda fogos ativos em Amarante e Santo Tirso (distrito do Porto) e Vila Pouca de Aguiar e Alijó (Vila Real).

Em Albergaria-a-Velha (Aveiro), a resolução do incêndio que deflagrou às 7h20 de segunda-feira mobilizava 120 operacionais, com o apoio de 37 veículos.

Os trabalhos de resolução do incêndio que deflagrou no domingo, pelas 15h00, no concelho de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, mobilizavam 359 operacionais, apoiados por 125 veículos.

In Sapo.pt


Concelho de Castro Daire tem “cerca de 12 frentes ativas”

 

O presidente do município de Castro Daire alertou hoje que a situação dos incêndios é “ainda extremamente preocupante” e referiu que este concelho do distrito de Viseu tem “cerca de 12 frentes ativas”.

“A situação continua ainda extremamente preocupante”, afirmou Paulo Almeida, pelas 10:00, referindo que no concelho, com 380 quilómetros quadrados, terão ardido “cerca de 30 mil hectares”, havendo “ainda cerca de 12 frentes ativas em vários pontos do concelho”.

O autarca alertou que “estes 30 mil hectares ardidos podem ter reacendimentos a qualquer momento” e explicou que “é o que tem vindo também a acontecer”.

“As condições climatéricas melhoraram um bocadinho, o que também é uma ajuda. Tivemos também reforços de meios durante a noite, mais operacionais, temos meios aéreos que já estiveram para entrar, mas não tiveram condições de segurança (…), tendo em conta o nível de fumo que está no ar”, adiantou.

O presidente da Câmara de Castro Daire apelou à população para se manter vigilante”, mas sempre com a “máxima segurança”, destacando que o trabalho desenvolvido “é, precisamente, salvar vidas e salvar as primeiras habitações”.

Paulo Almeida adiantou que logo na primeira noite do incêndio, que começou na segunda-feira, houve registo de quatro feridos, sendo que na última noite um bombeiro ficou ferido, à partida com ferimentos ligeiros.

Quanto aos danos, elencou “primeiras habitações, barracões, anexos, arrumos, carros, máquinas, explorações agrícolas”, para assinalar que há “muita coisa afetada, muita coisa atingida”, ainda sem capacidade para quantificar.

“Sabemos que a situação é muito dramática nesse aspeto também e vai ser necessária, depois deste trabalho todo de debelar o incêndio, uma ajuda muito grande, para ajudar as famílias, para ajudarmos a que a nossa comunidade volte a ter condições mínimas de dignidade de vida”, alertou Paulo Almeida.

De acordo com o autarca, muitas famílias “acabaram por perder tudo, a sua subsistência”.

“Nós não conseguimos quantificar, mas a situação pós incêndio é também extremamente preocupante”, acrescentou.

Entretanto, o reforço de meios espanhóis que estava previsto para o incêndio de Sabroso de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, foi mobilizado para Castro Daire, disse o comandante sub-regional do Alto Tâmega da Proteção Civil.

Artur Mota disse hoje de manhã que estava previsto que 120 operacionais da Unidade Militar de Emergência espanhola reforçassem o combate ao fogo no concelho de Vila Pouca de Aguiar, mas que, devido a um agravamento da situação em Castro Daire, foram mobilizados para aquele incêndio no distrito de Viseu.

De acordo com o sítio na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio que deflagrou às 21h23 de segunda-feira, em zona de mato no concelho de Castro Daire, estava, pelas 11h20, a ser combatido por 424 operacionais, apoiados por 129 viaturas e 12 meios aéreos.


In Sapo.pt

A minha casa ardeu, perdi o carro, um animal morreu. O que faço agora?

 

Há vários pormenores que podem fazer diferença na hora de receber o dinheiro da seguradora

Ardem carros, habitações, armazéns, anexos e até animais. Desde domingo, a área ardida em Portugal continental já ultrapassa os 70 mil hectares, de acordo com o sistema europeu Copernicus.

A devastação causada pelos incêndios tornou-se uma realidade diária para muitos, trazendo consigo a perda de bens essenciais e várias dúvidas sobre como proceder quando se perde tudo, mesmo que o Governo tenha anunciado a criação de uma equipa para avaliar os estragos e garantir que tudo é resolvido o mais rápido possível.

“As pessoas ainda estão a viver o caos”, aponta Tânia Santana, jurista da Deco, prevendo que só na fase do rescaldo é que as vítimas dos incêndios do Norte e Centro do país “vão ter capacidade para tentar perceber os prejuízos”. 

Neste contexto, as seguradoras desempenham um papel fundamental. Quem tiver seguro, pode acionar a apólice, mas o que será coberto depende do que foi contratado previamente. “É fundamental ter presente as coberturas e exclusões que constam no contrato”, sublinha a jurista, enfatizando a importância de rever os detalhes da apólice.

À CNN Portugal, o advogado Rui Mesquita, sócio da Antas da Cunha ECIJA, lembra que quando alguém compra uma habitação, normalmente tem seguro, uma vez que “os bancos o exigem”. 

No entanto, grande parte dos portugueses não tem. Estes são conhecidos como “consumidores vulneráveis”, de acordo com Tânia Santana, e dependerão dos apoios que o Estado possa criar. O Governo já prometeu “apoios públicos abundantes” para a reconstrução de casas destruídas pelos incêndios, nomeadamente as de primeira habitação.

No entanto, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, ressalvou que “cada caso é um caso”. Para calcular o possível custo de reconstrução de imóveis, a Associação Portuguesa de Seguradores desenvolveu um simulador

A pensar nos consumidores mais vulneráveis, a Deco defende “a criação de um fundo de catástrofe gerido pelo Estado” para apoiar as vítimas destes fenómenos.

Tânia Santana aponta ainda dois cenários típicos que um consumidor pode enfrentar em situações de incêndio: o segurado, cuja apólice inclui cobertura para incêndios, e o desprotegido, que tem um seguro que exclui essa cobertura, ficando assim vulnerável.

O seguro mais comum é o multirriscos de habitação. “É o que todos nós deveríamos ter nas nossas casas”, comenta a jurista, explicando que este tipo de seguro não só protege o imóvel, mas também o recheio e as componentes acessórias - desde que estejam devidamente detalhadas na apólice.

O valor da indemnização dependerá do que a apólice cobre. “Por isso, cada situação é diferente".

Ardeu uma casa

Quando uma casa é destruída por incêndio, é essencial verificar se a apólice cobre esses casos. Se cobrir, é necessário confirmar se diz respeito apenas ao próprio imóvel - representando apenas “as quatro paredes”, esclarece Tânia Santana.

Caso o tomador do seguro assim o exigir, a cobertura poderá atingir o "recheio da casa", que inclui bens móveis. No entanto, a avaliação dos danos pode ser um processo complicado, aponta Rui Mesquita. O especialista em direito indemnizatório e seguros ressalta que é necessário demonstrar que o valor dos itens destruídos atinge o montante global estipulado na apólice. E acrescenta: “Bens como eletrodomésticos são mais fáceis de calcular por deixarem vestígios, mas itens especiais, como dinheiro ou joias, podem desintegrar-se, complicando a avaliação”. 

Além disso, Tânia Santana observa que componentes como piscinas, muros e jardins podem ser incluídos na apólice, desde que especificados.

Há quem tenha perdido casas de férias, outros perderam a chamada casa de família. Nesse sentido, Rui Mesquita distingue que “o valor do seguro de uma primeira habitação difere de uma segunda”. E explica que por as segundas casas costumarem estar desabitadas por longos períodos, o risco é maior, resultando em franquias mais altas. 

Morreu um animal

Rui Mesquita destaca ainda que, juridicamente, os animais já não são considerados "coisas", mas sim seres vivos com valor patrimonial. Portanto, tanto animais domésticos quanto outros animais podem estar protegidos. Seguros específicos podem cobrir situações como a morte de um animal em casos de incêndio ou outros acidentes.

Perdi o carro

A perda de um carro em incêndios pode ou não ser compensada, dependendo do tipo de seguro contratado. Se for um “seguro contra todos os riscos”, o carro está coberto, conforme explica o sócio da Antas da Cunha ECIJA. “Este tipo de apólice costuma abranger danos resultantes de choques, incêndios, furtos ou roubos, fenómenos da natureza e até vandalismo”. Já os "seguros contra terceiros" não cobrem danos de incêndio.

Terreno agrícola nem vê-lo

Os seguros multirriscos de habitação não costumam cobrir terrenos agrícolas ou maquinaria associada à atividade agrícola. Para esses casos, “há seguros específicos de agropecuária” que protegem agricultores contra incêndios, como explica o advogado. 

Desafios e prazos na relação com as seguradoras

Ao lidar com seguradoras, as surpresas são frequentes. Apesar de haver “uma tendência para a compaixão”, os consumidores são muitas vezes “surpreendidos pelo valor dos capitais ou pelos peritos que dificultam o processo”, observa o advogado Rui Mesquita.

Enquanto Tânia Santana recomenda que as vítimas dos incêndios acionem o seguro “assim que tiverem disponibilidade para o fazer”, Rui Mesquita alerta que o prazo típico para comunicar um sinistro é de três anos, o que corresponde ao prazo de prescrição legal.

No caso de problemas como a recusa de indemnização ou pagamentos insuficientes, Rui Mesquita aconselha o consumidor a procurar apoio de um advogado para contestar a decisão.

A Deco está “solidária e disponível” para ajudar no processo burocrático, garante Tânia Santana.

A culpa é do vizinho

O especialista em direito indemnizatório e seguros aponta casos especiais onde terceiros podem ser obrigados a indemnizar os afetados pelos incêndios. Um exemplo é quando “um vizinho não mantém o terreno limpo, permitindo que o fogo se propague”. Nesses casos, “o vizinho pode ser considerado co-responsável pelo agravamento dos danos e obrigado a indemnizar os afetados”, explica Rui Mesquita.

Também podem existir “falhas na coordenação de entidades públicas, como ocorreu no incêndio de Pedrógão”. Em acidentes de trabalho que envolvam bombeiros ou polícias, os seguros de acidentes de trabalho e de vida podem cobrir tratamentos, baixas e indemnizações para as vítimas e suas famílias, acrescenta Rui Mesquita.

In CNN

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Bombeiros estão no terceiro dia de combate aos grandes incêndios que lavram no Norte de Portugal (Em Fotos)

In Lusa

Tábua decreta três dias de luto municipal pela morte de bombeiros

O município de Tábua, no norte do distrito de Coimbra, expressou esta terça-feira “profundo pesar” pela morte de três bombeiros da corporação de Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha, naquele concelho e decretou três dias de luto municipal.

Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, o presidente da Câmara, Ricardo Cruz e o executivo municipal por si liderado, manifestam-se “consternados com este trágico acontecimento” e sublinham “o extraordinário exemplo de abnegação, de entrega e dedicação” dos três bombeiros mortos, duas mulheres e um homem, que “prestaram à causa dos bombeiros e da proteção dos seus concidadãos”.

No comunicado, o município de Tábua explicita que o grave acidente que vitimou mortalmente os três bombeiros aconteceu no decorrer de um incêndio rural junto à aldeia de Vila do Mato, na freguesia de Midões.

Em nome do Município de Tábua e de todas e todos os Tabuenses, o Presidente da Câmara Municipal expressa as mais sentidas condolências às famílias enlutadas, aos amigos, e à direção, comando e corpo ativo da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha, a todos se associando nesta hora de profunda dor e tristeza, acrescenta o comunicado.

Os três dias de luto municipal, hoje decretados, cumprem-se a partir de quarta-feira até sexta-feira, inclusive, e a bandeira do município será hasteada a meia haste em todos os edifícios municipais.

In CNN

Mais de 250 bombeiros morreram em serviço nos últimos 44 anos

Nos últimos 44 anos morreram em serviço 254 bombeiros, incluindo os quatro que morreram nos últimos três dias no combate aos incêndios florestais, segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Os dados enviados à Lusa indicam que o ano com o maior número de bombeiros mortos foi em 1985, com 19 óbitos, dos quais 14 ocorreram num incêndio em Armamar, no distrito de Viseu.

Em sentido contrário, a LBP refere que, nas últimas quatro décadas, 2019 foi o único ano de exceção, não tendo contabilizado qualquer morte.

Desde janeiro deste ano até agora já foram registadas cinco mortes, das quais quatro aconteceram entre domingo e hoje.

Três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha (Tábua) morreram hoje num incêndio em Nelas, distrito de Viseu.

Antes, no domingo, um bombeiro da corporação de São Mamede de Infesta (Matosinhos) havia sido vítima de morte súbita, na pausa para refeição no combate que travava contra o incêndio que lavra na freguesia de Pinheiro da Bemposta, concelho de Oliveira de Azeméis.

De acordo com a LBP, além de 1985, foram contados mais seis anos com o número de mortes a ultrapassar a casa dos dois dígitos.

Em 1986 e 2005 foram assinalados 16 óbitos e em 1996 registados 13, enquanto em 1989, 1998 e 2013 contabilizados 10.

A LBP acrescenta que em 1995 foram registados nove mortos, em 2007 e 2020 oito, em 1990, 1994, 1997, 1999, 2000, 2006 e 2010 sete, em 1991, 2011 e 2012 seis, em 1980, 1981, 1982 e 1992 cinco, em 1988, 2003 e 2009 quatro, em 1984, 2008, 2017 e 2022 três, em 2002, 2004, 2014, 2015, 2016, 2018 e 2021 dois e em 1983, 1987, 1993, 2001 e 2023 um.

In Lusa