segunda-feira, 30 de junho de 2025

O estranho efeito de arrefecimento dos incêndios florestais

A maioria dos modelos climáticos dominantes não inclui as taxas crescentes de atividade dos incêndios registadas nas florestas boreais da Terra. Em vez disso, esses modelos tendem a assumir que a atividade dos incêndios, e as emissões associadas, manter-se-iam nos níveis registados no final da década de 2010.

Num artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences no início de junho, três investigadores estudaram o que aconteceria às projeções climáticas se utilizassem novos modelos que representassem com mais precisão a severidade da época de incêndios nas florestas boreais dos últimos anos e no futuro.

Segundo o nautilus, o que descobriram parece contraintuitivo. De acordo com os novos modelos, o fumo proveniente de todos os incêndios poderia, na verdade, atenuar o aquecimento global em cerca de 12%.

Dargan Frierson, cientista atmosférico e coautor do artigo, diz que estava “à espera do oposto”.

Para calcular o impacto do aumento da atividade dos incêndios nas alterações climáticas, Frierson e os seus colegas usaram a Global Fire Emissions Database, que regista os níveis de fumo, fuligem e CO2 emitidos pelos incêndios num dado ano.

Analisaram então a relação entre a atividade dos incêndios, as emissões relacionadas e as temperaturas globais entre 1997 e 2023, e inseriram essas variáveis nos modelos de alterações climáticas existentes.

“Os incêndios florestais afetam o clima de várias maneiras,” explica Frierson. Estes incêndios libertam fumo, dióxido de carbono, metano e todo o tipo de poluentes — incluindo substâncias por vezes tóxicas.

Grande parte desta mistura tem um efeito de aquecimento no planeta, seja por adicionar mais gases com efeito de estufa à atmosfera, seja por escurecer a superfície da neve e do gelo, causando uma maior retenção de calor e um degelo mais rápido.

Mas os modelos de Frierson e colegas indicaram que este aquecimento é mais do que compensado pelo efeito líquido de arrefecimento que o fumo e outros aerossóis provocam ao iluminar as nuvens e impedir que parte do calor do sol chegue à superfície.

Isto ajuda até a preservar algum do gelo marítimo no Ártico, fazendo com que o gelo dure mais e se mantenha mais espesso durante o verão e o outono do que aconteceria de outra forma, o que provoca ainda mais arrefecimento durante o inverno, comparado com o que a maioria dos modelos climáticos sugere.

Ainda assim, embora Frierson e a sua equipa consigam afirmar com alguma confiança que o aumento da atividade dos incêndios poderá reduzir o aquecimento global em 12% e em 38% no Ártico.

Hamish Gordon, cientista atmosférico da Carnegie-Mellon University, afirma que “os números precisos são extremamente incertos.”

Gordon não diz isto para pôr em causa o estudo, que até lhe agradou, mas porque os autores tiveram de fazer muitas suposições e porque existem muitas incertezas inerentes à modelação climática, especialmente quando se trata de aerossóis como o fumo dos incêndios, que continuam a ser um dos maiores desafios para os cientistas do clima.

Aerossóis, partículas minúsculas suspensas na atmosfera, comportam-se de maneiras complexas: algumas dispersam a luz, outras absorvem calor, algumas fazem ambas as coisas; e todas elas iluminam as nuvens ao multiplicar as gotas de água, causando por vezes até precipitação espontânea.

Frierson refere que “os números não devem ser levados demasiado a sério neste momento.”

O artigo não tinha como objetivo determinar o efeito preciso e definitivo do aumento dos incêndios no clima global, mas sim destacar a importância de contabilizar corretamente essas emissões nos futuros modelos climáticos, especialmente com a preparação dos relatórios do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas no seu sétimo ciclo de avaliação.

Mas, mesmo que futuras análises reforcem as conclusões de Frierson e seus colaboradores e indiquem que uma grande quantidade de fumo possa ter um efeito de arrefecimento pronunciado no planeta e no Ártico, isso não significa que estes incêndios sejam benignos ou benevolentes.

Como salienta Erin Hanan, ecologista de incêndios da Universidade de Nevada Reno. “as mudanças no regime de incêndios nas regiões boreais são um desastre ecológico, ambiental e para a saúde humana”.

In Ciência e Saúde

Mais de 90 concelhos do continente em risco máximo

O IPMA prevê para hoje, no continente, continuação de tempo quente, com céu em geral pouco nublado, e a possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada dispersos no interior, em especial das regiões Norte e Centro e durante a tarde.

Mais de 90 concelhos do interior Norte e Centro e do Algarve estão esta segunda-feira em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, os concelhos que estão sob este alerta pertencem aos distritos de Vila Real, Bragança, Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Guarda, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Beja e Faro.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou ainda em risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ quase todos os concelhos dos distritos do continente.

Apenas cerca de 30 municípios, a maioria no litoral do país, estão com risco moderado ou reduzido de incêndio.

O risco de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo.

Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Devido à vaga de calor que está a atingir o país, o IPMA colocou sete distritos do continente em aviso vermelho, o mais grave de todos. São eles Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre.

Bragança, Vila Real, Guarda, Viseu, Coimbra e Faro estão sob aviso laranja (o segundo mais grave) e os restantes sob aviso amarelo (o menos grave).

O IPMA prevê para hoje, no continente, continuação de tempo quente, com céu em geral pouco nublado, e a possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada dispersos no interior, em especial das regiões Norte e Centro e durante a tarde.

Está igualmente previsto nevoeiro em alguns locais da faixa costeira ocidental e a temperatura máxima vai começar a descer.

Segundo o IPMA, as temperaturas mínimas vão oscilar entre os 17 (Aveiro) e os 26 graus Celsius (Faro) e as máximas entre os 24 (Aveiro) e os 43 (Beja).

In TVI Noticas

Incêndio numa zona florestal de Castelo Branco "continua ativo"

 Este incêndio, que foi combatido no domingo com o apoio de nove meios aéreos, foi dado como em rescaldo no final da noite, mas voltou a ficar ativo durante a madrugada.

O incêndio que deflagrou este domingo numa zona florestal no concelho de Castelo Branco "continua ativo", disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

De acordo com informações disponibilizadas no site da ANEPC, às 06:40 desta segunda-feira encontravam-se no terreno 140 operacionais e 48 veículos.

Fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil disse à Lusa que esta manhã será feita uma "reavalização", que deverá passar pelo envio de meios aéreos para o combate a este incêndio, notificado às autoridades às 17:00 de domingo nas povoações de Almaceda e Padrão, no concelho e distrito de Castelo Branco.

Este incêndio, que foi combatido no domingo com o apoio de nove meios aéreos, foi dado como em rescaldo no final da noite de ontem, mas voltou a ficar ativo durante a madrugada.

Um outro incêndio que lavrava no domingo em Alvorão, Torres Novas, e estava às 19:00 a ser combatido por 109 operacionais, apoiados por 29 veículos e três meios aéreos, foi dominado ao final do dia e entrou em fase de rescaldo às 22:15, disse à agência Lusa fonte do Comando Sub-regional do Médio Tejo da ANEPC.

Devido à onda de calor que está a atingir o país, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou sete distritos do continente em aviso vermelho, entre hoje e terça-feira: Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre.

Os restantes distritos estarão com avisos laranja (o segundo mais grave) e amarelo, variando nos dias entre hoje e terça-feira.

In Sic Noticias

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Três incêndios florestais ativos mobilizam meios no distrito de Évora

 Bombeiros de Setúbal mobilizados para combater 3 incêndios no distrito de Évora.

Três incêndios florestais estão, neste momento, ativos no distrito de Évora, em área florestal perto das freguesias de Nossa Senhora da Tourega e Nossa Senhora de Guadalupe – Valverde, e nos concelho de Alandroal e Redondo. Os fogos deflagraram por volta das 14h13, e os meios de combate já se encontram no terreno desde as 14h38.

Os incêndios deflagraram em áreas de povoamento florestal, numa zona onde se registam temperaturas extremas (37°C), humidade muito baixa (17%), condições meteorológicas que não dão tréguas aos bombeiros. Segundo o comando dos Bombeiros de Évora, não há habitações nem pessoas em risco.

Até ao momento, estão mobilizados 127 operacionais, apoiados por 41 viaturas e 3 meios aéreos, numa operação de combate que continua em curso.

O Diário do Distrito apurou que já estão em deslocação bombeiros do distrito de Setúbal para reforçar o combate às chamas no terreno.

Esta é uma notícia em atualização.

In Sapo.pt