sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Mais de 20 concelhos em perigo máximo de incêndio

 IPMA coloca mais de 20 concelhos dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Faro em risco máximo de incêndio rural, mas perigo vai desagravar-se no sábado.

Mais de 20 concelhos dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Faro estão esta sexta-feira em perigo máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA colocou também vários concelhos do interior norte e centro e Algarve em perigo muito elevado e elevado de incêndio rural.

Segundo o Instituto, o perigo de incêndio rural vai desagravar no sábado.

Este perigo, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para esta sexta-feira no continente períodos de céu muito nublado, apresentando-se pouco nublado ou limpo no Baixo Alentejo e Algarve, chuva fraca no litoral norte e centro, vento forte na faixa costeira da região sul e nas terras altas e pequena subida da temperatura máxima.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 9 graus Celsius (na Guarda) e os 18 (em Faro e Lisboa) e as máximas entre os 20 (em Viana do Castelo) e os 29 (em Évora e Faro).

In O Observador

Como vencer o fogo na Lousã: "Há momentos em que não temos medo de morrer"

Olhos fechados, é apenas agosto. Cheira a figos, as vespas zumbem, mas não se ouvem os pássaros. Está calor. À sombra da figueira verde-ilusão, no centro de Cabanões, tudo o mais que a vista alcança é um castanho-desilusão que alastra entre os 3500 hectares ardidos na serra da Lousã.

"Isto foi aqui um pandemónio", desabafa Agostinho Alves, nascido em Cabanões, feito homem à beira-mar, na Figueira da Foz, onde fez vida de trabalho até regressar à serra da Lousã onde nasceu. "Foi um ciclone que passou por aqui", diz, apontando a um olival "todo partido pelo fogo" nas imediações da casa.

As lágrimas e palavras embrulham-se: as primeiras reprimidas, as segundas sem saberem como se expressar. "Foi aqui o inferno. Se eles não têm cá ficado ardia tudo", diz Agostinho Alves, apontando com a cabeça ao cimo da costeira, à porta de casa de Maria de Fátima. "Os bombeiros só vieram à noite, depois de tudo estar apagado", lamenta, agradecido aos cunhados que lhe salvaram a casa.

In Jornal de Noticias

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Três frentes ativas no incêndio de Vinhais, preocupa Bombeiros

 Júlio Miguel adiantou que, pelas 20:30, havia uma cabeça do fogo, em direção a Ervedosa.

O incêndio que lavra, hoje, com bastante intensidade no concelho de Vinhais, em Bragança, tem já três frentes ativas, de acordo com o segundo comandante sub-regional de Trás-os-Montes da Proteção Civil.

À Lusa, Júlio Miguel adiantou que, pelas 18:30, havia uma cabeça do fogo, em direção a Ervedosa, e dois flancos: um em Palas e outro em Nozedo de Baixo.

As frentes têm entre dois a quatro quilómetros de extensão.

Júlio Miguel admitiu que a que se dirige a Ervedosa é a que está a gerar maior preocupação.

O vento e os acessos, por se tratar de uma zona muito montanhosa, têm dificultado o combate.

O incêndio deflagrou por volta das 11:00 e consome mato e pinho

Segundo a Proteção Civil, pelas 18:30 estavam no combate às chamas 264 operacionais apoiados por 79 viaturas e 11 meios aéreos.

In Diário de Viseu

Menor de 14 anos confessa que ateou vários fogos em Fafe por "revolta e frustração"

O adolescente usava uma trotinete para se deslocar até às zonas florestais, ateava fogo com fósforos e fugia para casa. As autoridades acreditam que o jovem agia por revolta e frustração devido ao baixo rendimento escolar e problemas de socialização.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um menor de 14 anos, suspeito de ter provocado vários incêndios florestais nos últimos quatro anos no concelho de Fafe.

O adolescente, que já confessou os crimes, utilizava uma trotinete para se deslocar até às zonas florestais que queria incendiar. Após atear fogo, fugia do local e refugiava-se em casa.

O menor é suspeito de estar envolvido em diversos incêndios nas freguesias de Seidões, Ardegão e Arnozela, onde, nos últimos anos, se registaram incêndios frequentes, especialmente durante o verão, algumas vezes de forma quase diária.

A investigação, conduzida pela Investigação Criminal de Braga, recolheu provas de que o jovem utilizava fósforos para provocar os incêndios. As autoridades acreditam que "o menor terá atuado num quadro de revolta e frustração, dado o seu parco rendimento escolar e a manifesta precariedade das suas relações sociais".

Judiciária não descarta "a possibilidade de, em alguma situações, ter mesmo atuado em grupo".

Este é um dos 32 incendiários detidos pela Polícia Judiciária no mês de Agosto. Um valor que aumenta quando acrescentamos as 44 detenções em flagrante delito registadas desde o início do ano pela Guarda Nacional Republicana.

In SIC Noticias

GNR já deteve 44 incendiários e passou quase 1500 multas por falta de limpeza

Segundo dados oficiais provisórios, até esta quinta-feira, 28 de Agosto, arderam quase 252 mil hectares no país.

GNR já deteve 44 incendiários e passou quase 1500 multas por falta de limpeza
A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou, até 25 de Agosto deste ano, 6860 incêndios florestais, tendo detido 44 incendiários em flagrante delito e identificado 606 suspeitos deste crime. Passou ainda 1486 multas por falta de limpeza de terrenos.

GNR já deteve 44 incendiários e passou quase 1500 multas por falta de limpeza
De acordo com dados enviados pela GNR à Lusa, até esta data foram registados 6860 incêndios florestais e elaborados "1922 autos de contra-ordenação, dos quais 1486 por falta de gestão de combustível, 324 por uso indevido do fogo e 30 por condicionamento de acessos".

GNR já deteve 44 incendiários e passou quase 1500 multas por falta de limpeza
"Tendo em consideração o trabalho preventivo, de vigilância e de detecção desenvolvido ao longo deste ano, registaram-se 44 detenções em flagrante delito pelo crime de incêndio florestal. Foram ainda identificados 606 suspeitos da prática deste crime, alguns dos quais já detidos pela Polícia Judiciária. A GNR tem vindo a intensificar os esforços de investigação, com o objectivo de apurar com rigor as causas de cada ocorrência. Trata-se de um trabalho contínuo, que procura dar resposta no mais curto espaço de tempo possível", referiu esta força policial em resposta à Lusa.

GNR já deteve 44 incendiários e passou quase 1500 multas por falta de limpeza
Os dados da GNR indicam ainda que, até 25 de Agosto, foram realizadas "40.306 patrulhas e 5027 acções de sensibilização, alcançando 96.408 pessoas", tendo esta força policial sublinhado a "responsabilidade partilhada" na protecção da floresta e das populações, e a acção preventiva de todos.

GNR já deteve 44 incendiários e passou quase 1500 multas por falta de limpeza
A GNR recordou ainda que tem em funcionamento permanente uma linha telefónica para denúncia de infracções ou esclarecimento de dúvidas, a Linha SOS Ambiente e Território, disponível através do número 808 200 520.

GNR já deteve 44 incendiários e passou quase 1500 multas por falta de limpeza
Os fogos que lavraram este Verão em Portugal provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias.

GNR já deteve 44 incendiários e passou quase 1500 multas por falta de limpeza
Segundo dados oficiais provisórios, até esta quinta-feira, 28 de Agosto, arderam quase 252 mil hectares no país — 57 mil só no incêndio que teve início em Arganil a 13 de Agosto, o maior de sempre em Portugal desde que há registos.

In Público

Incêndios. Empresas de animação turística com prejuízos “brutais”, avança associação

“Estamos a falar de nano e microempresas, que não têm estrutura para candidaturas exigentes. É preciso que os apoios sejam simples e rápidos”, alerta a APECATE.

Os incêndios que afetaram várias regiões do país nas últimas semanas tiveram um impacto “brutal” nas empresas de animação turística e eventos, alertou esta quinta-feira o presidente da associação do setor, que pede medidas urgentes de apoio.

O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), António Marques Vidal, disse à agência Lusa que não existem números definitivos sobre o total de empresas afetadas, uma vez que “o setor dos eventos não tem registo formal”, o que dificulta a identificação das empresas e a quantificação dos prejuízos.

“Temos apenas dados dos nossos associados, que não são representativos do universo total”, sublinhou. Segundo a associação, o impacto foi “total” nas zonas atingidas pelas chamas, mas também se fez sentir em áreas encerradas por prevenção. “As empresas que trabalham com produto de natureza foram impedidas de trabalhar na época alta, não por causa do fogo, mas por causa do encerramento preventivo”, referiu.

Entre as atividades mais prejudicadas estão caminhadas, passeios de bicicleta, atividades corporativas ao ar livre e eventos populares, como festas e feiras de verão. Na Beira Interior, várias feiras tradicionais foram canceladas, afetando também setores como hotelaria, restauração e produção cultural

A associação lembra que muitas destas empresas são de pequena dimensão, com pouca capacidade técnica e financeira para aceder a programas complexos. “Estamos a falar de nano e microempresas, que não têm estrutura para candidaturas exigentes. É preciso que os apoios sejam simples e rápidos”, defendeu António Marques Vidal.

Além das medidas financeiras, a APECATE pede a revisão da legislação que proíbe atividades na natureza durante alertas vermelhos, argumentando que as empresas de animação são também agentes de prevenção. “Muitas ignições são detetadas por técnicos que estão no terreno e, em alguns casos, conseguem mesmo apagar pequenos focos”, afirmou.

O dirigente considerou ainda que este verão foi particularmente difícil para as empresas do interior, devido à combinação de vegetação densa e vagas de calor. “Alertámos as autoridades em maio, porque sabíamos que a meteorologia deste ano ia criar condições propícias aos incêndios”, explicou, sublinhando ainda que estas empresas contribuem para a manutenção de trilhos, fundamentais no combate aos fogos.

Portugal continental foi afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão em julho e agosto, sobretudo nas regiões Norte e Centro. Os fogos provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 250 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

In ECO

Incêndio de grandes dimensões em Vilar Seco, Nelas

                                    

Incêndio de grandes dimensões em Vilar Seco, Nelas no distrito de Viseu está muito próximo da Zona industrial.
Incêndio começou há instantes e já mobiliza mais de 120 bombeiros apoiados por 6 meios aéreos.
Muita precaução na estrada que liga Nelas a Mangualde.

In Meteo Trás os Montes - Portugal

Bombeiros do Baixo Alentejo fizeram cerca de 75 mil quilómetros para ajudar nos grandes fogos

 Os treze corpos de Bombeiros afetos ao Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo (CSREPCBA) foram mobilizados para os grandes incêndios que assolaram o Norte e o Centro de Portugal, tendo percorrido perto de 75 mil quilómetros.

De acordo com dados a que o JN teve acesso, nas 12 ocorrências para que os bombeiros do Baixo Alentejo foram mobilizados, por indicação do Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil, estiveram no terreno perto de 370 operacionais, apoiados por 117 veículos, incluindo as três rendições que ocorreram nos incêndios de Ponte de Lima e de Ponte da Barca.

Estes dois incêndios, para onde o Grupo de Reforço de Incêndios Rurais 01 (GRIR 01) do Baixo Alentejo foi mobilizado, entre 29 de julho e 5 de agosto, foram aqueles que empregaram mais meios. Na primeira intervenção foram utilizados 38 operacionais de 11 corporações, apoiados por 13 viaturas, tendo percorrido 14.560 quilómetros. Esta quilometragem considerando o local de agrupamento, Beja, a cidade sede do CSREPCBA, e o concelho de registo do incêndio (Ponte de Lima e Ponte da Barca), onde os veículos andaram 13.780 quilómetros a que se juntaram mais 780, tendo em conta o local de saída de cada corporação. Só na viagem de ida e volta entre Barrancos e Beja, a corporação raiana andou 200 quilómetros. Àqueles números há que juntar as três rendições dos efetivos, o que faz triplicar os operacionais, viaturas e quilómetros percorridos nos fogos dos dois municípios do Alto Minho.

Mas os operacionais baixo-alentejanos estiveram também nos fogos de Vila Real, Covilhã, nos incêndios do Pereiro e Sobral de São Miguel, Trancoso, Piódão e no passado sábado em Pedrogão Grande.

Mário Batista, um dos mais carismáticos comandantes das corporações do distrito de Beja, sustenta que "por onde passaram os nossos operacionais foram alvo dos maiores elogios, porque acima de tudo e apesar das distâncias, o objetivo foi trabalhar em prol das populações", resumiu.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Ourique reconhece que os pré-posicionamentos "são uma gestão difícil que podem retirar um grupo do quartel o que torna mais complicado o nosso trabalho de resposta", lembrando que entre 20 e 22 de agosto no incêndio de Portel "tivemos grupo e meio o que reduz em muito os efetivos", rematou.

"Em 2017 o nosso carro de reabastecimento esteve 21 dias nos incêndios de Viana do Castelo. Com as rendições "perdemos" dez homens. São os cinco que vão para cima e os cinco que vêm descansar. Só com um grande espírito de sacrifício dos nossos operacionais conseguimos dar as devidas respostas", rematou Mário Batista.

Das 12 intervenções, o Corpo de Bombeiros de Almodôvar participou em nove, Alvito em oito, Ourique, Barrancos e Moura em sete das mobilizações para combater as chamas que devastaram Portugal durante o último mês.

In Jornal de Noticias

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

“Este incêndio foi pior do que o de 2017”, afirma presidente da JF de Aldeia das Dez

                                 
Porta de entrada para o incêndio que começou no Piódão, no concelho de Arganil, a freguesia de Aldeia das Dez foi a primeira a reportar os prejuízos que resultaram do fogo, junto da equipa da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital que, até à próxima sexta-feira, dia 29, vai ao encontro das populações lesadas.

Depois de, no período da manhã, ter estado em Chão Sobral e na Gramaça, a equipa tinha ao início da tarde de hoje dezenas de pessoas à porta da Junta de Freguesia de Aldeia das Dez. Homens e mulheres a quem o fogo quase tudo levou. Os prejuízos são, na sua maioria, relacionados com a atividade agrícola e florestal, mas também arderam máquinas de grande porte, casas devolutas e de segunda habitação.

Uma casa de primeira habitação ficou sem condições de ser habitada depois de fogo ter tomado o telhado de assalto, deixando um jovem casal e os três filhos desalojados. Esta é a história de Marisa Benedito e Jorge Santos, pais de três crianças com um ano e meio, três e seis anos. O filho mais velho, que este ano já vai para a escola primária, chorou quando viu a maldade que o fogo causou.

“Alguém tem que fazer alguma coisa”

Luís Conceição, conhecido aldeense e presidente da direção do lar de idosos da freguesia, voltou a sofrer prejuízos, mas menos dos que registou em 2017 e dos quais garante que foi ressarcido. Hoje, também se deslocou à Junta de Freguesia para tentar “receber alguma coisa”. Pior do que os prejuízos, para Luís Conceição é a perceção de que “de oito em anos” o cenário se vai voltar a repetir. “Alguém tem que fazer alguma coisa”, desabafou, verificando que “ninguém faz nada” e as estradas e estradões “não são limpos”.

E volvidos oito anos também Benvinda Madeira foi hoje dar conta dos prejuízos, sobretudo a perda de árvores de fruto, oliveiras e mais de 200 videiras.

Carlos Castanheira, presidente da Junta de Freguesia de Aldeia das Fez estava ao início da tarde surpreendido com o elevado número de pessoas que marcou presença e que é revelador da “tragédia” que tocou cada uma das localidades da freguesia. Ainda com o incêndio de 2017 bem presente na memória, o autarca não tem dúvidas de que o deste ano “foi pior”. “Psicologicamente afetou-nos de uma forma devastadora”, partilhou o autarca que louva a iniciativa da Câmara Municipal de ir junto das populações para proceder ao levantamento dos prejuízos.

Sobre a atuação da Proteção Civil neste incêndio, Carlos Castanheira preferiu não fazer comentários. Notou, porém, a falta de meios no local, sobretudo aéreos, cuja intervenção poderia ter sido crucial para debelar a frente de fogo em Chão Sobral”.

In Rádio Boa Nova

Incêndios: Chamas “bateram à porta” de agricultor de Oliveira do Hospital pela segunda vez

                             

As chamas bateram, pela segunda vez, à porta de um agricultor de Avô, em Oliveira do Hospital, e sem pedir licença levaram-lhe os anexos, o motocultivador, a lenha, as árvores de fruto e metade de uma vinha.

“O fogo desta vez veio mais lento e não me levou tudo. Ficou a minha casa, com cerca de 28 metros quadrados, os animais – uma gata, um burro, patos, galinhas e ovelhas – também sobreviveram nem sei bem como conseguiram fugir”, contou Helder Correia, sentado à entrada daquela que passou a ser a sua habitação, um antigo barracão que ampliou depois dos incêndios de outubro de 2017 lhe terem destruído a casa.

O acesso ao terreno deste agricultor, na Quinta do Pisão, faz-se depois de curvas e contracurvas, com a subida a permitir avistar a imensidão da paisagem pintada quase toda ela de negro e com um odor a queimado ainda muito carregado.

“Isto está 99% preto, mas não foi tão mau como em 2017. Ainda se vê um bocadinho de verde aqui e ali. Há oito anos foi bem pior, fiquei na miséria”, lamentou.

Em conversa com a agência Lusa, o agricultor de 66 anos contou que, em outubro de 2017, as chamas chegaram aos seus terrenos a uma velocidade assustadora e temeu nem conseguir ter tempo suficiente para fugir.

“Eu e a minha mulher só levámos a roupa do corpo. Ardeu-me a casa, os anexos, os terrenos e uma casa de turismo rural que era o meu principal sustento”, lamentou.

No dia a seguir aos incêndios de há oito anos, ele e a sua esposa Mariana, uma holandesa que vive em Portugal há quase 40 anos, viram-se “todos sujos, suados e a cheirar a queimado” e sem sítio para tomar um banho.

“Nós até vivíamos razoavelmente bem e depois nem sequer tínhamos onde tomar banho. Acabámos a tomar banho no rio, sem toalha para nos secarmos e a termos de voltar a vestir a mesma roupa suja”, recordou.

Foi então que deu por si a pensar na vida e no que iria fazer, mas a onda de solidariedade que se gerou nos dias seguintes transmitiu-lhe alguma esperança para recomeçar.

A sua habitação acabou por ser reconstruída, mas “era uma porcaria por dentro”.

“Nem me sentia em casa, não eram as minhas coisas e acabei por vendê-la”, indicou, apontando para a casa, que consegue avistar a uma centena de metros.

Também a casa de alojamento rural que possuía na vila de Avô – um prédio do século XIX, que ainda tinha madeiras de origem e onde funcionava um bar e um restaurante num piso inferior e um hotel na parte superior, continua por reconstruir.

“Para reconstruir a parte de baixo não tinha qualquer apoio, para a parte de cima tínhamos direito a 80%. Era para aceitar, mas depois a minha mulher fez as contas às nossas idades e a obra só estaria pronta quando teríamos 70 e picos anos e durante 10 anos não podíamos nem alugar, nem vender…”, partilhou, desolado.

No total, o seu prejuízo “rondou os 500 mil euros”, mas manteve a esperança de que “as pessoas se iam consciencializar e fazer o que era necessário para não voltar a acontecer”.

“Acreditava que as coisas mudassem e que nunca mais voltasse a passar por isto: que voltássemos a ter uma floresta bonita, mas passámos agora pelo mesmo. Cheguei à conclusão de que ninguém aprendeu nada e aquilo que se fazia mal continua a fazer-se mal”, afirmou.

Poucos dias depois das chamas lhe terem voltado a destruir os seus bens, Helder Correia duvida que as coisas mudem e embora viver sem trabalhar não lhe pareça fazer sentido, sabe que tudo o que vá “fazer daqui para a frente vai ser para arder daqui por mais uns anos”.

O incêndio que começou no Piódão, em Arganil, no dia 13, afetou também os concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Castelo Branco, Fundão e Covilhã (Castelo Branco).

Segundo o relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), este incêndio apresenta a maior área ardida de sempre em Portugal, com 64 mil hectares consumidos.

In As Beiras

Turismo Centro de Portugal está solidário com vítimas dos incêndios e prepara plano para recuperação

 Entidade ativa plano de ação para apoiar empresas afetadas pelos fogos.

A Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (TCP) manifesta a sua solidariedade para com todas as pessoas, famílias, empresas, municípios e associações direta ou indiretamente afetadas pelos fogos.

“Os nossos pensamentos estão, em primeiro lugar, com as famílias que sofreram danos pessoais e materiais: lamentamos profundamente as vidas perdidas nos incêndios e sabemos que todos os portugueses se juntam a nós nesta mensagem de solidariedade. Em segundo lugar, endereçamos o nosso profundo agradecimento aos bombeiros e aos serviços de proteção civil: sem a sua coragem e determinação, a catástrofe seria muito maior”, sublinha Rui Ventura, presidente da Turismo Centro de Portugal.

“Enviamos também um abraço solidário aos municípios afetados. O impacto foi grande mas, com o empenho de todos, a recuperação começa de imediato. Este é um território de gente resiliente, de empresários visionários, onde a esperança nunca desaparece. O Centro de Portugal vai reerguer-se rapidamente e continuará a afirmar-se como um destino turístico de excelência, que todos os anos atrai cada vez mais visitantes do mundo inteiro”, acrescenta o presidente.

Plano de ação para avaliar danos e apoiar empresas

A Turismo Centro de Portugal tem já em curso um plano de ação, que tem como ponto de partida o levantamento dos prejuízos materiais e das necessidades das autarquias e das empresas de turismo afetadas pelos incêndios.

Depois de reunida esta informação, a TCP irá solicitar reuniões com a Secretaria de Estado do Turismo, o Turismo de Portugal, a CCDRC, as Comunidades Intermunicipais, a AHRESP e outras entidades e parceiros da região, para que, em articulação permanente, sejam encontradas medidas rápidas e eficazes de apoio aos territórios atingidos.

Esta estratégia será acompanhada de uma campanha de reafirmação da marca Centro de Portugal, destinada a mostrar que a região é vasta e que muitos dos principais ativos turísticos não foram afetados. A campanha dará também destaque aos grandes eventos desportivos e culturais que vão decorrer nos próximos meses no território.

“O Centro de Portugal é muito maior do que as áreas atingidas pelos incêndios. É um território vasto, com 100 municípios, dos quais apenas uma parte foi diretamente afetada. A região está, como sempre, preparada para receber os visitantes com a qualidade e a hospitalidade que lhe são reconhecidas, proporcionando-lhes experiências turísticas inesquecíveis”, afirma Rui Ventura.

Além das medidas imediatas, a Turismo Centro de Portugal está também a preparar, em estreita colaboração com outros parceiros no terreno, iniciativas que visam a revitalização turística das áreas mais afetadas, nomeadamente as aldeias e os territórios rurais. Estas iniciativas, ainda em fase de projeto, passarão por ações de reflorestação e de capacitação comunitária, com o objetivo de juntar toda a região numa causa comum e de, assim, ajudar a construir o futuro do território.

In SAPO 

Fogo que começou em Arganil apresenta a maior área ardida de sempre em Portugal

Incêndio deflagrou no dia 13 de agosto e lavrou durante 11 dias. Arderam mais de 64 mil hectares de floresta.

O incêndio que deflagrou em Arganil no dia 13 de agosto apresenta a maior área ardida de sempre em Portugal, com 64 mil hectares consumidos, de acordo com o relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

O incêndio que começou no Piódão, no concelho de Arganil (distrito de Coimbra), e que entrou em resolução no domingo, ao fim de 11 dias, apresenta uma área ardida de 64.451 hectares, de acordo com o relatório nacional provisório do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SGIF) do ICNF, a que a agência Lusa teve acesso.

O relatório, com a última atualização de área ardida feita no domingo, confirma que este incêndio apresenta a maior área ardida de sempre em Portugal desde que há registos, ultrapassando a anterior marca do fogo que começou em Vilarinho, no concelho da Lousã, em outubro de 2017, que tinha atingido 53 mil hectares.

O incêndio que começou em Arganil afetou também os concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Castelo Branco, Fundão e Covilhã (Castelo Branco).

Neste ano, de acordo com o relatório do SGIF, já arderam cerca de 250 mil hectares.

O incêndio que começou em Freches, Trancoso, no dia 09, terá consumido 49.324 hectares e é o segundo maior deste ano e o terceiro maior incêndio de sempre em Portugal.

Já o incêndio com a terceira maior área ardida deste ano, segundo o relatório do SGIF consultado pela Lusa, era o de Sátão, com 13.769 hectares, que se juntou ao de Trancoso, formando um complexo que afetou 11 municípios dos distritos de Viseu e da Guarda.

Freixo de Espada à Cinta (11.697 hectares), os dois incêndios do Sabugal (10.539 e 10.403), um outro incêndio em Trancoso que começou no dia 14 (8.673), Guarda (7.151) e Vila Real (6.007) estão também na lista dos 10 maiores incêndios deste ano, todos estes ocorridos em agosto.

Na lista dos 10 maiores fogos, regista-se apenas um incêndio em julho, em Ponte da Barca (7.164), pode ler-se no relatório consultado pela Lusa.

Até domingo, registaram-se 80 grandes incêndios (com área superior a 100 hectares) em Portugal este ano, responsáveis por 97% do total da área ardida no país, concluiu o SGIF.

De acordo com o relatório provisório do SGIF, Guarda, Viseu e Castelo Branco são os distritos com mais área ardida.

Covilhã (20.257), Sabugal (18.726) e Trancoso (17.239 hectares) são os concelhos mais afetados pelos incêndios em relação à área ardida, seguindo-se Sernancelhe, Mêda, Arganil e Penedono, todos municípios com mais de 10.000 hectares ardidos.

Na quarta-feira, o investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) Paulo Fernandes já antevia que o incêndio de Arganil poderia ser o maior incêndio de sempre em Portugal, considerando que aquele fogo tinha as condições para se tornar grande.

O incêndio começou de madrugada, a partir de dois raios, numa cumeada de difícil acesso, propagando-se muito rapidamente nas primeiras horas, afirmou à agência Lusa o especialista em incêndios e membro das comissões técnicas de análise aos grandes incêndios de 2017.

O incêndio progrediu num território de difícil acesso e numa região que arde sucessivamente, havendo “um contínuo de vegetação cada vez mais homogéneo” que contribui para a progressão do fogo, explicou.

In CNN Portugal

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

A nova plataforma digital que liga vítimas de incêndios a voluntários em todo o país

O projeto é liderado por Hugo de Sousa, fundador da Mars Shot, e pretende ser uma ferramenta útil para cidadãos, voluntários e comunidades.

Portugal enfrenta, todos os anos, incêndios que deixam um rasto de destruição, desalojados e comunidades inteiras a precisar de apoio urgente. Foi para responder a esta realidade que nasceu a Portugal Ajuda, uma plataforma digital criada para unir, de forma rápida e segura, quem precisa de ajuda e quem está disponível para ajudar.

Desenvolvida pela consultora de inteligência artificial Mars Shot – Redefining Limits, a plataforma funciona de forma simples: qualquer pessoa pode publicar um pedido de ajuda ou oferecer apoio em áreas como abrigo, alimentação, roupa, medicamentos, transporte, apoio psicológico, reconstrução e cuidado de animais.

Isto sem necessidade de criar conta e, segundo a organização, com proteção total de dados pessoais — os contactos nunca deverão ser exibidos publicamente.

A Portugal Ajuda recorre a um sistema de reencaminhamento que permite a comunicação entre vítimas e voluntários sem expor emails ou números de telefone para garantir a privacidade de todos os utilizadores e reduzir o risco de fraude ou abuso. O objetivo é tornar o processo de apoio mais rápido, transparente e acessível, ajudando a colmatar lacunas entre a necessidade imediata e a resposta das estruturas formais. Ainda assim, a plataforma deixa claro que “não substitui as autoridades, bombeiros ou proteção civil e que, em caso de emergência, o contacto com estas entidades deve ser prioritário”.

O projeto é liderado por Hugo de Sousa, fundador da Mars Shot, que também esteve por detrás da criação do movimento WeHelpUkraine.org — iniciativa que, com o apoio do presidente da República, uniu centenas de voluntários para apoiar cidadãos ucranianos nos primeiros dias do conflito.

Com um design simples, acessível em qualquer dispositivo e que deverá estar preparado para atuar em situações de crise, a Portugal Ajuda pretende ser uma ferramenta útil para cidadãos, voluntários e comunidades, reforçando a solidariedade num momento em que a união é muito importante.

In 24 Noticias

Esperada descida das temperaturas no domingo

As temperaturas máximas deverão cair entre dois a sete graus Celsius em Portugal continental no próximo domingo. Há mesmo possibilidade de aguaceiros dispersos no centro e no sul, segundo a meteorologista Maria João Frada, ouvida pela agência Lusa.

Todavia, a terem lugar, os aguaceiros dispersos não vão ter impacto nas zonas atingidas por incêndios. "O que vai ajudar é a descida dos valores da temperatura máxima e o aumento da humidade relativa a partir da noite de 23 para 24, isso sim ajuda", apontou a meteorologista.

A previsão esta sexta-feira e sábado é de céu pouco nublado ou limpo e e pequena subida das temperaturas nas regiões do norte e centro, sendo os valores mais elevados no Vale do Tejo e interior do Alentejo e interior centro.

"Depois no domingo temos então de um modo geral mais nuvens na generalidade do território, neblina matinal e depois durante a tarde aumento temporário de nebulosidade com condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoadas, mas serão dispersos e nas regiões centro e sul", indicou.

In RTP

Mais de 50 concelhos em perigo máximo de incêndio

Mais de 50 concelhos dos distritos da Viseu, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro estão esta sexta-feira em perigo máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Vários concelhos do interior norte e centro e Algarve estão ainda em perigo muito elevado de incêndio rural e as restantes regiões do continente em perigo elevado, de acordo com o IPMA.

Para sábado, está previsto um agravamento do risco de incendo, segundo as previsões do instituto.

Este perigo, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para esta sexta-feira no continente céu pouco nublado ou limpo, com mais nebulosidade no litoral Centro e na Costa Vicentina até meio da manhã e pequena subida de temperatura, em especial no norte e centro.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 13 graus Celsius (em Leiria e na Guarda) e os 20 (em Castelo Branco) e as máximas entre os 26 (em Aveiro) e os 36 (em Évora e Santarém).

In Correio da Manhã

Bombeiros registam “melhoria significativa” no combate aos maiores fogos ativos na última noite

combate aos fogos que começaram em Arganil, distrito de Coimbra, e Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, e que passaram para concelhos vizinhos, decorreu muito favoravelmente durante a noite, segundo a proteção civil.

Fonte do comando sub-regional Beiras e Serra da Estrela disse à Lusa, pelas 6h45, que “não houve progressões preocupantes” nos dois fogos, ainda ativos, e que houve “uma melhoria significativa no combate, que decorre favoravelmente”.

Durante a madrugada houve alguns reacendimentos, em localidades do Fundão, mas foram logo controlados, acrescentou a fonte, sobre o fogo que teve início em Arganil.

Na quinta-feira, o agravamento da frente de fogo que entrou no concelho da Covilhã obrigou ao confinamento em Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio, mas, segundo a mesma fonte, não houve qualquer problema.

Pelas 7h00, o fogo que teve início em Arganil, no dia 13, estava a ser combatido por 1.605 operacionais, apoiados por 548 veículos, e o incêndio de Figueira de Castelo Rodrigo, que começou na quarta-feira, mobilizava 255 bombeiros e 81 veículos, de acordo com o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

In ECO