segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Morreram homem e mulher feridos em Albergaria-a-Velha

 Um homem e uma mulher do concelho de Albergaria-a-Velha morreram esta segunda-feira na sequência de queimaduras sofridas no incêndio que lavrou no município do distrito de Aveiro na semana passada, disse o vice-presidente da autarquia.

Segundo o vice-presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, Delfim Bismark, trata-se de um homem que residia em Vila Nova de Fusos e de uma mulher de Frossos.

O autarca referiu que a mulher, de 81 anos, que estava internada no hospital de Coimbra, morreu hoje de madrugada.

O incêndio rural que deflagrou no dia 16 em Albergaria-a-Velha deixou desalojadas pelo menos 40 famílias e causou danos em seis empresas, disse na sexta-feira o presidente da Câmara.

O fogo entrou em fase de resolução na quarta-feira, causando até então a morte a duas pessoas, "um idoso que sofreu um enfarte e um colaborador de uma empresa que estava a combater as chamas e acabou por ficar carbonizado".

A Lusa contactou hoje a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), que disse desconhecer o registo de mais mortes além das que foram anunciadas na semana passada.

Uma fonte do organismo indicou que, com o fecho das ocorrências, a entidade deixou de acompanhar o estado dos feridos.

Com as duas mortes ocorridas hoje, sobe para nove o número de pessoas que morreram devido aos incêndios rurais que atingiram desde o dia 15 sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A ANEPC contabilizou até sexta-feira, além de 120 feridos, cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

Os incêndios florestais consumiram entre os dias 15 e 20 cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.
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In RPT

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Chefe de bombeiros que morreram em Tábua acionou SOS do SIRESP mas socorro não chegou a tempo

                         

O chefe da equipa dos Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha acionou o SOS do rádio SIRESP: a equipa, da qual fazia parte os três bombeiros que morreram, viu-se rodeada pelas chamas e pediu socorro. A ajuda não chegou a tempo de evitar a tragédia, indica esta quinta-feira o ‘Correio da Manhã’.

O botão de emergência – conhecido como ‘botão de pânico’ – é uma patilha laranja na parte superior do rádio que, quando é pressionada, abre um canal de comunicação, um “sinal aberto” com o comando de operações. Ao acionar o botão, o chefe de equipa “teve logo comunicação” com o comando da operação do combate ao incêndio, Rui Leitão.

“Confirmo que falei com o chefe de equipa assim que ele ativou o botão de pânico e que o pedido de ajuda foi prontamente respondido, com o envio de equipas para os socorrer, mas infelizmente não foi a tempo de evitar a tragédia”, indicou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Tábua.

Assim que foi acionado o SOS, o rádio SIRESP foi rapidamente identificado e geolocalizado no Comando Sub-regional de Coimbra, que enviou as coordenadas para as equipas de socorro. Um dos primeiros a chegar ao local e localizar os corpos foi o noivo de Sónia Cláudia Melo, a enfermeira de 36 anos que iria casar no próximo ano, por também ser bombeiro na Corporação de Vila Nova de Oliveirinha – recorde-se que nas chamas morreram também Paulo Jorge Santos, de 38 anos, e Susana Cristina Carvalho, de 44 anos: a equipa tinha outros dois bombeiros, que conseguiram escapar sem ferimentos.

Os funerais dos três bombeiros vão realizar-se no quartel de Vila Nova de Oliveirinha e só deverão acontecer dentro de cinco a sete dias, já que terão de ser identificados através de testes de ADN, por os corpos estarem carbonizados.

In Executive Digest

Governo decreta luto nacional para o dia de amanhã

O Governo de Luís Montenegro decretou dia luto nacional para amanhã, sexta-feira, 20 de setembro, em homenagem aos bombeiros que morreram no combate ao fogo nos últimos dias. A notícia é avançada pela RTP.

A informação foi transmitida também à Lusa por fonte oficial da Presidência do Conselho de Ministros.

A lei das precedências do Protocolo do Estado Português determina que “o luto nacional é declarado pelo falecimento do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro e, ainda, dos antigos Presidentes da República, assim como pelo falecimento de personalidade, ou ocorrência de evento, de excecional relevância”.

Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.

Cerca de 120 pessoas ficaram feridas, dezenas de casas foram destruídas e as autoridades cortaram estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam perto de 76 mil hectares.

In Sapo.pt

Arderam mais de 121 mil hectares em Portugal continental desde domingo

 Sistema europeu Copernicus mostra que nas zonas atingidas pelos incêndios nas regiões norte e centro, nos últimos dias, arderam 100.492 hectares.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas zonas atingidas pelos incêndios nos últimos dias, nas regiões norte e centro, já arderam 100.492 hectares.

As zonas mais afetadas localizam-se nas regiões de Aveiro, Tâmega e Sousa, Viseu Dão Lafões e Área Metropolitana do Porto, que totalizam 100.492 hectares de área ardida, 83% da área ardida em todo o território nacional.

De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 121.342 hectares.

Uma das zonas mais críticas continua a ser na Região de Aveiro, que inclui as zonas entre Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Águeda, onde a área ardida mais aumentou em relação ao dia anterior, contabilizando-se agora 26.784 hectares, mais 4.819 hectares do que na quarta-feira.

A sub-região de Viseu Dão Lafões é a mais afetada pelos incêndios que lavram desde o fim de semana, com 36.358 hectares de área ardida.

Na sub-região do Tâmega e Sousa, que inclui as zonas entre Felgueiras e Marco de Canaveses, o sistema Copernicus contabiliza 21.581 hectares de área ardida desde segunda-feira.

Com 15.769 hectares de área ardida desde domingo, a Área Metropolitana do Porto segue-se entre as zonas mais afetadas, sobretudo devido aos incêndios nas zonas de Arouca, Castro Daire e Gondomar.

Na sub-região do Ave, arderam 9.877 hectares, contabilizando-se ainda 8.636 hectares de área ardida no Alto Tâmega.

A área ardida em Portugal continental este ano totaliza já, segundo o sistema Copernicus, 139.819 hectares consumidos por 168 incêndios significativos (com 30 hectares ou mais de área ardida) contabilizados pelo sistema europeu de observação da Terra.

Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.

Cerca de 120 pessoas ficaram feridas, dezenas de casas foram destruídas e as autoridades cortaram estradas e autoestradas.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

In Novo Semanário

Ao quarto dia, rescaldo e solidariedade num país que se levanta das cinzas, ainda com incêndios preocupantes

 Ao quarto dia de incêndios é hora de olhar para os danos da passagem das chamas e no Pavilhão Multiusos em Gondomar distribuem-se mantimentos e bens aos bombeiros.

Ao quarto dia de fogos em território nacional, perto de 3900 bombeiros, apoiados por 1.200 meios terrestres, encontram-se a combater 83 fogos em Portugal continental pelas 7h30, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O incêndio florestal em Sever do Vouga, que entrou em fase se resolução esta manhã, é o que mobiliza mais operacionais, com 555 bombeiros apoiados por 167 meios terrestres.

Pedro Jorge, comandante da Proteção Civil, disse à Rádio Observador que o combate às chamas está a evoluir “favoravelmente”, mas que ainda há, pelo menos, nove incêndios significativos em curso, nos concelhos de Chaves, Vila Pouca de Aguiar, Arouca, Sever do Vouga, Cinfães, Amarante, Nelas e Castro Daire.

Segundo Pedro Jorge, nesta fase, os incêndios em Castro Daire e Arouca são os que estão a inspirar mais cuidados.

“Temos incêndios ainda com alguma severidade nos concelhos de Castro Daire e Arouca. São fogos ainda com forte atividade que justificam um número significativo de meios, sendo que no concelho de Castro Daire, na sub-região de Viseu Dão Lafões, temos 550 operacionais, apoiados por 178 veículos, e no concelho de Arouca temos 234 operacionais, com 71 veículos”, adiantou.

No distrito de Aveiro, segundo a fonte, o incêndio que teve início em Pessegueiro do Vouga, no concelho de Sever do Vouga, mobilizava àquela hora 497 operacionais, com o apoio de 143 meios terrestres.

Entretanto, às 07:20 de hoje, segundo informação disponível na página da ANEPC na internet, os dois incêndios iniciados no domingo no concelho de Sever do Vouga estavam em fase de resolução, com o de Pessegueiro do Vouga a manter ainda no terreno 555 operacionais e 167 viaturas.

“Tivemos alguma pressão sobre o edificado, sobre habitações no concelho de Castro Daire e de Arouca. O incêndio esteve próximo de habitações, o que levou os combatentes a fazerem a proteção a essas habitações, mas não temos conhecimento de que durante a noite tenham ardido habitações ou que destes incêndios tenham ocorrido vítimas entre os populares”, disse.

De acordo com o comandante da ANEPC, as condições meteorológicas tendem a ser hoje menos severas devido à diminuição da intensidade do vento e ao aumento da humidade relativa do ar, que favorece o combate às chamas.

“Queremos acreditar que parte significativa destes incêndios fique durante o dia de hoje dominada”, sublinhou.

Segundo informação disponível na página da ANEPC, às 7h30 continuava ativo o incêndio em Penalva do Castelo (distrito de Viseu) que deflagrou perto das 00:00 de segunda-feira, mobilizando 317 operacionais, apoiados por 81 veículos.

Também o fogo registado em Nelas, no mesmo distrito, desde as 11h53 de segunda-feira estava a ser combatido por 140 operacionais, apoiados por 37 meios terrestres.

Havia ainda fogos ativos em Amarante e Santo Tirso (distrito do Porto) e Vila Pouca de Aguiar e Alijó (Vila Real).

Em Albergaria-a-Velha (Aveiro), a resolução do incêndio que deflagrou às 7h20 de segunda-feira mobilizava 120 operacionais, com o apoio de 37 veículos.

Os trabalhos de resolução do incêndio que deflagrou no domingo, pelas 15h00, no concelho de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, mobilizavam 359 operacionais, apoiados por 125 veículos.

In Sapo.pt


Concelho de Castro Daire tem “cerca de 12 frentes ativas”

 

O presidente do município de Castro Daire alertou hoje que a situação dos incêndios é “ainda extremamente preocupante” e referiu que este concelho do distrito de Viseu tem “cerca de 12 frentes ativas”.

“A situação continua ainda extremamente preocupante”, afirmou Paulo Almeida, pelas 10:00, referindo que no concelho, com 380 quilómetros quadrados, terão ardido “cerca de 30 mil hectares”, havendo “ainda cerca de 12 frentes ativas em vários pontos do concelho”.

O autarca alertou que “estes 30 mil hectares ardidos podem ter reacendimentos a qualquer momento” e explicou que “é o que tem vindo também a acontecer”.

“As condições climatéricas melhoraram um bocadinho, o que também é uma ajuda. Tivemos também reforços de meios durante a noite, mais operacionais, temos meios aéreos que já estiveram para entrar, mas não tiveram condições de segurança (…), tendo em conta o nível de fumo que está no ar”, adiantou.

O presidente da Câmara de Castro Daire apelou à população para se manter vigilante”, mas sempre com a “máxima segurança”, destacando que o trabalho desenvolvido “é, precisamente, salvar vidas e salvar as primeiras habitações”.

Paulo Almeida adiantou que logo na primeira noite do incêndio, que começou na segunda-feira, houve registo de quatro feridos, sendo que na última noite um bombeiro ficou ferido, à partida com ferimentos ligeiros.

Quanto aos danos, elencou “primeiras habitações, barracões, anexos, arrumos, carros, máquinas, explorações agrícolas”, para assinalar que há “muita coisa afetada, muita coisa atingida”, ainda sem capacidade para quantificar.

“Sabemos que a situação é muito dramática nesse aspeto também e vai ser necessária, depois deste trabalho todo de debelar o incêndio, uma ajuda muito grande, para ajudar as famílias, para ajudarmos a que a nossa comunidade volte a ter condições mínimas de dignidade de vida”, alertou Paulo Almeida.

De acordo com o autarca, muitas famílias “acabaram por perder tudo, a sua subsistência”.

“Nós não conseguimos quantificar, mas a situação pós incêndio é também extremamente preocupante”, acrescentou.

Entretanto, o reforço de meios espanhóis que estava previsto para o incêndio de Sabroso de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, foi mobilizado para Castro Daire, disse o comandante sub-regional do Alto Tâmega da Proteção Civil.

Artur Mota disse hoje de manhã que estava previsto que 120 operacionais da Unidade Militar de Emergência espanhola reforçassem o combate ao fogo no concelho de Vila Pouca de Aguiar, mas que, devido a um agravamento da situação em Castro Daire, foram mobilizados para aquele incêndio no distrito de Viseu.

De acordo com o sítio na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio que deflagrou às 21h23 de segunda-feira, em zona de mato no concelho de Castro Daire, estava, pelas 11h20, a ser combatido por 424 operacionais, apoiados por 129 viaturas e 12 meios aéreos.


In Sapo.pt

A minha casa ardeu, perdi o carro, um animal morreu. O que faço agora?

 

Há vários pormenores que podem fazer diferença na hora de receber o dinheiro da seguradora

Ardem carros, habitações, armazéns, anexos e até animais. Desde domingo, a área ardida em Portugal continental já ultrapassa os 70 mil hectares, de acordo com o sistema europeu Copernicus.

A devastação causada pelos incêndios tornou-se uma realidade diária para muitos, trazendo consigo a perda de bens essenciais e várias dúvidas sobre como proceder quando se perde tudo, mesmo que o Governo tenha anunciado a criação de uma equipa para avaliar os estragos e garantir que tudo é resolvido o mais rápido possível.

“As pessoas ainda estão a viver o caos”, aponta Tânia Santana, jurista da Deco, prevendo que só na fase do rescaldo é que as vítimas dos incêndios do Norte e Centro do país “vão ter capacidade para tentar perceber os prejuízos”. 

Neste contexto, as seguradoras desempenham um papel fundamental. Quem tiver seguro, pode acionar a apólice, mas o que será coberto depende do que foi contratado previamente. “É fundamental ter presente as coberturas e exclusões que constam no contrato”, sublinha a jurista, enfatizando a importância de rever os detalhes da apólice.

À CNN Portugal, o advogado Rui Mesquita, sócio da Antas da Cunha ECIJA, lembra que quando alguém compra uma habitação, normalmente tem seguro, uma vez que “os bancos o exigem”. 

No entanto, grande parte dos portugueses não tem. Estes são conhecidos como “consumidores vulneráveis”, de acordo com Tânia Santana, e dependerão dos apoios que o Estado possa criar. O Governo já prometeu “apoios públicos abundantes” para a reconstrução de casas destruídas pelos incêndios, nomeadamente as de primeira habitação.

No entanto, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, ressalvou que “cada caso é um caso”. Para calcular o possível custo de reconstrução de imóveis, a Associação Portuguesa de Seguradores desenvolveu um simulador

A pensar nos consumidores mais vulneráveis, a Deco defende “a criação de um fundo de catástrofe gerido pelo Estado” para apoiar as vítimas destes fenómenos.

Tânia Santana aponta ainda dois cenários típicos que um consumidor pode enfrentar em situações de incêndio: o segurado, cuja apólice inclui cobertura para incêndios, e o desprotegido, que tem um seguro que exclui essa cobertura, ficando assim vulnerável.

O seguro mais comum é o multirriscos de habitação. “É o que todos nós deveríamos ter nas nossas casas”, comenta a jurista, explicando que este tipo de seguro não só protege o imóvel, mas também o recheio e as componentes acessórias - desde que estejam devidamente detalhadas na apólice.

O valor da indemnização dependerá do que a apólice cobre. “Por isso, cada situação é diferente".

Ardeu uma casa

Quando uma casa é destruída por incêndio, é essencial verificar se a apólice cobre esses casos. Se cobrir, é necessário confirmar se diz respeito apenas ao próprio imóvel - representando apenas “as quatro paredes”, esclarece Tânia Santana.

Caso o tomador do seguro assim o exigir, a cobertura poderá atingir o "recheio da casa", que inclui bens móveis. No entanto, a avaliação dos danos pode ser um processo complicado, aponta Rui Mesquita. O especialista em direito indemnizatório e seguros ressalta que é necessário demonstrar que o valor dos itens destruídos atinge o montante global estipulado na apólice. E acrescenta: “Bens como eletrodomésticos são mais fáceis de calcular por deixarem vestígios, mas itens especiais, como dinheiro ou joias, podem desintegrar-se, complicando a avaliação”. 

Além disso, Tânia Santana observa que componentes como piscinas, muros e jardins podem ser incluídos na apólice, desde que especificados.

Há quem tenha perdido casas de férias, outros perderam a chamada casa de família. Nesse sentido, Rui Mesquita distingue que “o valor do seguro de uma primeira habitação difere de uma segunda”. E explica que por as segundas casas costumarem estar desabitadas por longos períodos, o risco é maior, resultando em franquias mais altas. 

Morreu um animal

Rui Mesquita destaca ainda que, juridicamente, os animais já não são considerados "coisas", mas sim seres vivos com valor patrimonial. Portanto, tanto animais domésticos quanto outros animais podem estar protegidos. Seguros específicos podem cobrir situações como a morte de um animal em casos de incêndio ou outros acidentes.

Perdi o carro

A perda de um carro em incêndios pode ou não ser compensada, dependendo do tipo de seguro contratado. Se for um “seguro contra todos os riscos”, o carro está coberto, conforme explica o sócio da Antas da Cunha ECIJA. “Este tipo de apólice costuma abranger danos resultantes de choques, incêndios, furtos ou roubos, fenómenos da natureza e até vandalismo”. Já os "seguros contra terceiros" não cobrem danos de incêndio.

Terreno agrícola nem vê-lo

Os seguros multirriscos de habitação não costumam cobrir terrenos agrícolas ou maquinaria associada à atividade agrícola. Para esses casos, “há seguros específicos de agropecuária” que protegem agricultores contra incêndios, como explica o advogado. 

Desafios e prazos na relação com as seguradoras

Ao lidar com seguradoras, as surpresas são frequentes. Apesar de haver “uma tendência para a compaixão”, os consumidores são muitas vezes “surpreendidos pelo valor dos capitais ou pelos peritos que dificultam o processo”, observa o advogado Rui Mesquita.

Enquanto Tânia Santana recomenda que as vítimas dos incêndios acionem o seguro “assim que tiverem disponibilidade para o fazer”, Rui Mesquita alerta que o prazo típico para comunicar um sinistro é de três anos, o que corresponde ao prazo de prescrição legal.

No caso de problemas como a recusa de indemnização ou pagamentos insuficientes, Rui Mesquita aconselha o consumidor a procurar apoio de um advogado para contestar a decisão.

A Deco está “solidária e disponível” para ajudar no processo burocrático, garante Tânia Santana.

A culpa é do vizinho

O especialista em direito indemnizatório e seguros aponta casos especiais onde terceiros podem ser obrigados a indemnizar os afetados pelos incêndios. Um exemplo é quando “um vizinho não mantém o terreno limpo, permitindo que o fogo se propague”. Nesses casos, “o vizinho pode ser considerado co-responsável pelo agravamento dos danos e obrigado a indemnizar os afetados”, explica Rui Mesquita.

Também podem existir “falhas na coordenação de entidades públicas, como ocorreu no incêndio de Pedrógão”. Em acidentes de trabalho que envolvam bombeiros ou polícias, os seguros de acidentes de trabalho e de vida podem cobrir tratamentos, baixas e indemnizações para as vítimas e suas famílias, acrescenta Rui Mesquita.

In CNN

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Bombeiros estão no terceiro dia de combate aos grandes incêndios que lavram no Norte de Portugal (Em Fotos)

In Lusa

Tábua decreta três dias de luto municipal pela morte de bombeiros

O município de Tábua, no norte do distrito de Coimbra, expressou esta terça-feira “profundo pesar” pela morte de três bombeiros da corporação de Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha, naquele concelho e decretou três dias de luto municipal.

Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, o presidente da Câmara, Ricardo Cruz e o executivo municipal por si liderado, manifestam-se “consternados com este trágico acontecimento” e sublinham “o extraordinário exemplo de abnegação, de entrega e dedicação” dos três bombeiros mortos, duas mulheres e um homem, que “prestaram à causa dos bombeiros e da proteção dos seus concidadãos”.

No comunicado, o município de Tábua explicita que o grave acidente que vitimou mortalmente os três bombeiros aconteceu no decorrer de um incêndio rural junto à aldeia de Vila do Mato, na freguesia de Midões.

Em nome do Município de Tábua e de todas e todos os Tabuenses, o Presidente da Câmara Municipal expressa as mais sentidas condolências às famílias enlutadas, aos amigos, e à direção, comando e corpo ativo da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha, a todos se associando nesta hora de profunda dor e tristeza, acrescenta o comunicado.

Os três dias de luto municipal, hoje decretados, cumprem-se a partir de quarta-feira até sexta-feira, inclusive, e a bandeira do município será hasteada a meia haste em todos os edifícios municipais.

In CNN

Mais de 250 bombeiros morreram em serviço nos últimos 44 anos

Nos últimos 44 anos morreram em serviço 254 bombeiros, incluindo os quatro que morreram nos últimos três dias no combate aos incêndios florestais, segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Os dados enviados à Lusa indicam que o ano com o maior número de bombeiros mortos foi em 1985, com 19 óbitos, dos quais 14 ocorreram num incêndio em Armamar, no distrito de Viseu.

Em sentido contrário, a LBP refere que, nas últimas quatro décadas, 2019 foi o único ano de exceção, não tendo contabilizado qualquer morte.

Desde janeiro deste ano até agora já foram registadas cinco mortes, das quais quatro aconteceram entre domingo e hoje.

Três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha (Tábua) morreram hoje num incêndio em Nelas, distrito de Viseu.

Antes, no domingo, um bombeiro da corporação de São Mamede de Infesta (Matosinhos) havia sido vítima de morte súbita, na pausa para refeição no combate que travava contra o incêndio que lavra na freguesia de Pinheiro da Bemposta, concelho de Oliveira de Azeméis.

De acordo com a LBP, além de 1985, foram contados mais seis anos com o número de mortes a ultrapassar a casa dos dois dígitos.

Em 1986 e 2005 foram assinalados 16 óbitos e em 1996 registados 13, enquanto em 1989, 1998 e 2013 contabilizados 10.

A LBP acrescenta que em 1995 foram registados nove mortos, em 2007 e 2020 oito, em 1990, 1994, 1997, 1999, 2000, 2006 e 2010 sete, em 1991, 2011 e 2012 seis, em 1980, 1981, 1982 e 1992 cinco, em 1988, 2003 e 2009 quatro, em 1984, 2008, 2017 e 2022 três, em 2002, 2004, 2014, 2015, 2016, 2018 e 2021 dois e em 1983, 1987, 1993, 2001 e 2023 um.

In Lusa

Atuação dos meios aéreos está a ser "muito difícil" devido ao fumo

A atuação dos meios aéreos tem sido “muito difícil” na maioria dos incêndios em curso “devido ao fumo intenso e espesso” que se faz sentir, explicou hoje o comandante nacional de emergência e proteção civil.

“Devido ao fumo intenso e espesso que existe na maioria destes incêndios, é muito difícil operar com os meios aéreos, daí estarem 36 meios aéreos em operação”, afirmou Ande Fernandes, na conferência de imprensa realizada na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para fazer um ponto de situação dos incêndios que lavram nas regiões do norte e centro de Portugal desde domingo.

O comandante nacional explicou o está a ser feito no âmbito da utilização dos meios aéreos para contornar esta situação.

Segundo André Fernandes, nos diferentes incêndios onde existe maior pressão junto das habitações e infraestruturas está a ser “garantida uma cadência de meios aéreos para auxiliar as operações que estão a ser executadas pelos bombeiros”.

In Lusa

Espanha enviou 248 militares e 82 meios para Portugal

O Governo espanhol enviou para Portugal 248 militares e 82 meios da Unidade Militar de Emergências (UME) para o combate aos incêndios, revelou hoje o Ministério da Defesa de Espanha.

"As unidades da UME já estão em Portugal, a colaborar na extinção dos incêndios florestais", escreveu o Ministério da Defesa de Espanha, numa publicação na rede social X.

"Com 248 militares e 82 meios, trabalham no ataque direto para defender a população", segundo a mesma publicação.

O Ministério da Administração Interna português já tinha dito à Lusa, na terça-feira à noite, que iriam chegar a Portugal, durante a última madrugada, 230 bombeiros espanhóis da UME, uma unidade militar que é ativada em casos de emergência.

Segundo o Governo espanhol, foram enviados 248 militares, em resposta a um pedido feito pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, aos seus homólogos de Espanha e Marrocos ao abrigo dos acordos bilaterais existentes entre Portugal e aqueles dois países.

Além dos 248 militares e 82 meios da UME, Espanha enviou para Portugal dois aviões Canadair para combater os fogos, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

In Lusa

Situação crítica nos distritos de Aveiro, Porto e Viseu por causa dos incêndios

                
In CNN

Incêndio no concelho de Tábua está dominado

                      

O incêndio que atingiu o concelho de Tábua desde terça-feira foi considerado dominado por volta das 11h10 de hoje, garantiu o comandante dos Bombeiros Voluntários de Tábua, Rui Leitão. “Confirmo que as chamas foram dominadas pelas 11h10”, referiu, à agência Lusa.

Por volta das 10h00, o incêndio já se encontrava apenas com uma frente activa, embora a progredir em local de difícil acesso, nas encostas do Mondego.

Para além de um meio aéreo, por volta das 12h00, encontravam-se no terreno 231 bombeiros, apoiados por 70 veículos.

O incêndio neste município do distrito de Coimbra teve origem no fogo que na segunda-feira eclodiu em Nelas e se estendeu a Carregal do Sal, no distrito de Viseu.

O presidente da Câmara Municipal de Tábua, Ricardo Cruz, por seu lado, explicou que, com o incêndio em resolução, espera-se “que tudo regresse à normalidade e que quinta-feira os alunos voltem à escola”.

Por razões de segurança, o Município de Tábua, em articulação com o Agrupamento de Escolas de Tábua e a EPTOLIVA, tinha decidido encerrar, durante o dia de hoje, todos os estabelecimentos de educação e ensino do concelho. “O trabalho das equipas de apoio psicossocial irá continuar com a sua intervenção”, concluiu.

In Correio da Beira Serra

"De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento". O que são os "ventos de leste" que têm agravado os incêndios em Portugal

O que diferencia este vento de leste, que o torna tão perigoso? Dois especialistas explicam à CNN Portugal como estes ventos estão a afetar o combate às chamas em Portugal.

Numa altura em que dezenas de fogos estão a devastar Portugal, com consequências catastróficas em várias localidades do país, procuram-se explicações para a rapidez com que as chamas têm avançado. Para além da situação meteorológica de elevadas temperaturas, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, apontou outra causa para o aumento da severidade destes acontecimentos: "o vento do quadrante de leste".

Costuma dizer-se que “De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento” e é o que está a acontecer em Portugal neste momento, explica à CNN Portugal, Pedro Soares, investigador do Instituto D. Luiz. "É uma situação atmosférica de larga escala, que corresponde ao vento que vem predominantemente do leste da Península Ibérica, ou seja, de Espanha. Estes ventos, ao percorrerem a Península Ibérica e estarem em contacto com o solo, tendem a aquecer, fazendo com que fiquem secos e quentes”, detalha o especialista em alterações climáticas.

E o que diferencia este vento de leste, que o torna tão perigoso? “Este vento caracteriza-se por ter temperaturas elevadas e humidade baixa, que vai sendo perdida ao longo da massa continental”, esclarece ainda Pedro Soares, sublinhando que estes ventos representam uma situação atmosférica normal, embora “mais frequente no verão”.

O climatologista Mário Marques acrescenta ainda que os “ventos de leste não trazem nada que preste”. “Não são bons para os incêndios, para a agricultura e, de forma geral, para nada. Por isso se diz que não prestam”, explica também.

O especialista esclarece que os ventos descendentes e divergentes, devido à sua área de alta pressão, influenciam os ventos à superfície terrestre, que por norma são mais fortes durante a madrugada e a manhã. Acrescenta ainda que “este fenómeno ajuda a propagar e a acelerar as chamas, sobretudo em períodos noturnos, quando os meios no terreno são mais reduzidos”.

Mário Marques diz que estes ventos são sempre secos, “embora sejam diferentes dependendo da estação do ano, já que, enquanto no verão são considerados quentes, no inverno tendem a ser mais frios”.

In CNN


Um "cocktail explosivo" impulsionado pelo "palheiro" em que Portugal se tornou: incêndios são "uma crónica de uma catástrofe anunciada"

Dois especialistas explicam o que correu mal, não agora, mas muito antes, aproveitando para deixar alertas para o futuro.

Carlos da Câmara é um dos maiores especialistas em Climatologia do país e, em 20 anos de carreira, nunca viu nada parecido com o que está a acontecer desde o fim de semana em Portugal, onde arderam, só desde domingo, cerca de 70 mil hectares.

Em declarações à CNN Portugal, o especialista explica que as condições como humidade e de vento estão integradas num “sistema de índices de perigo meteorológico de incêndio”, uma fórmula científica que tenta prever “o estado dos combustíveis finos”, o primeiro “alimento dos incêndios”.

“Como climatologistas, nós calculamos esses índices numa base diária em longos períodos de tempo. Os dados mostram que se eu olhar para distritos como Aveiro ou Viseu, e olhar para os últimos 24 anos, o que acontece é que Aveiro tinha um índice que estava em primeiro lugar”, afirma.

O mesmo é dizer que uma situação deste género não se verificava há 8.650 dias em Portugal. Ao lado, Viseu estava em segundo lugar, acrescenta o especialista, sublinhando que os outros distritos estão ainda nos primeiros lugares e, mesmo junto ao Tejo, onde a situação não levanta problema, os distritos ocupam posições dentro das primeiras 100 em mais de oito mil.

“Do ponto de vista climatológico esta é uma situação que não teve lugar e que explica porque é que, com condições meteorológicas destas, temos incêndios com esta magnitude”, reitera, garantindo que estes eram valores impossíveis de prever com este nível de detalhe.

Trata-se, para Carlos da Câmara, de um “cocktail explosivo”, sendo que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já tinham dado o aviso ao Governo a 12 de setembro, acionando-se dias depois uma situação de alerta vermelho.

António Bento Gonçalves concorda com esta visão. O professor do Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho assume à CNN Portugal um tom sarcástico: “Se isto fosse um filme poderíamos apelidá-lo de ‘Uma Crónica de Uma Catástrofe Anunciada’”.

O especialista alerta que existe demasiado combustível no país, nomeadamente num ano de muita chuva na primavera e de tempo seco depois. É o chamado “piro-ambiente”, em que “no inverno chove e a vegetação cresce, e no verão o tempo quente coincide com o tempo seco”.

“Cresce no inverno para queimar no verão. Por omissão, por ação, durante décadas fomos, na prática, transformando o nosso país num palheiro”, afirma, assinalando que essa “palha” arde em catadupa quando existem estas condições excecionais.

O que acontece, diz António Bento Gonçalves, é que a dimensão do combustível no terreno deixa a situação impossível de ser combatida por parte dos bombeiros.

Assim, e numa reflexão para o futuro, é preciso “coragem política” para uma aposta no “depois”, nomeadamente pelo fim das “manchas de monoculturas”, sob pena de ficar impossível de apagar, até porque “a manta é curta”.

In CNN

Mais de 5.400 operacionais combatiam cerca de 50 fogos às 08:00

                      

Mais de 5.400 operacionais, apoiados por 1.600 meios terrestres, continuavam às 08:00 de hoje a combater cerca de 50 fogos rurais em Portugal continental, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Às 07:45 estavam ativos 46 incêndios no território continental que eram combatidos por 4.492 operacionais, segundo a informação disponível na página oficial da ANEPC na Internet.

Os fogos que lavram há vários dias no distrito de Aveiro continuam a ser os que mobilizam mais operacionais e outros meios.

Em Sever do Vouga, mantinham-se ativos dois incêndios àquela hora: um mobilizava 320 operacionais, com o apoio de 101 veículos, e o outro 296 elementos das forças de socorro e segurança, com o auxílio de 96 veículos.

Em Albergaria-a-Velha, o incêndio que deflagrou às 07:20 de segunda-feira mobilizava 406 operacionais, assistidos por 125 meios terrestres.

O fogo que deflagrou no domingo, pelas 15:00, no concelho de Oliveira de Azeméis estava a ser combatido por 408 elementos, apoiados por 156 veículos.

Já no distrito de Viseu, continuava ativo o fogo que lavra em Nelas desde o final da manhã de segunda-feira, com 261 operacionais e 75 veículos no combate às chamas.

Em Castro Daire, o incêndio que começou pelas 21:30 de segunda-feira mobilizava 295 operacionais, assistidos por 90 meios terrestres.

O fogo de Penalva do Castelo, que deflagrou cerca das 00:00 de segunda-feira, era combatido por 157 operacionais, com 43 veículos.

No distrito de Coimbra, o fogo de Tábua para o qual foi dado alerta às 10:39 de terça-feira mobilizava 252 operacionais e 81 meios terrestres.

O incêndio de Arganil, que chegou a ter três frentes ativas e obrigou à evacuação do Centro de Recolha Animal e das aldeias de Salgueiral e Medas, entrou em resolução às 23:01 de terça-feira.

Já no distrito do Porto, o incêndio que deflagrou pelas 13:00 de segunda-feira em Gondomar era combatido por 174 elementos das forças de socorro e segurança e 38 meios terrestres.

Perto das 00:00 de hoje, algumas habitações na zona de Branzelo, em Melres, concelho de Gondomar, foram evacuadas e a população retirada devido aos incêndios, avançou à Lusa o comando-geral da GNR.

Ainda no Porto, o fogo que começou em Paredes pelas 05:20 de terça-feira ocupava 134 operacionais, apoiados por 44 veículos.

O fogo que lavrava em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, estava a ser combatido por 79 operacionais, apoiados por 27 meios terrestres.


In Sapo.pt

Bombeiros falam de siituação gravíssima e incontrolável devido a fogo em Arouca - A noite foi terrivel

 O incêndio que deflagrou terça-feira em Castro Daire alastrou a Arouca por volta das 23:00 e está esta madrugada a criar uma situação gravíssima e incontrolável no concelho vizinho, dizem fontes municipais.


"Isto está incontrolável e eu só tenho aqui os meus homens de Arouca", disse à Lusa, às 01:30, o comandante dos Bombeiros de Arouca, José Gonçalves, num estado de agitação que não lhe permitiu avançar mais dados sobre as operações nesse município do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto.

Vinte minutos depois, outra fonte dos bombeiros adiantava, a partir do quartel: "Só agora é que aqui estão a chegar homens de outras corporações, mas podemos dizer que, mesmo com eles, a situação é gravíssima".

Com os 90 bombeiros da corporação de Arouca e os que que se lhes juntaram para ajudar no combate ao fogo, às 02:00 já estavam no terreno cerca de 100 homens.

Às 03:00, o portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil continuava a indicar que ao incêndio iniciado em Castro Daire, na zona de Moção, estavam afetos apenas 62 operacionais e 16 veículos.  

"Pode ser uma falha técnica ou excesso de trabalho, mas o que sabemos é que em Arouca as chamas estão a avançar a grande velocidade e há muitas zonas habitacionais já cercadas pelo fogo", refere a fonte dos bombeiros.

Classificado como Geoparque da UNESCO, o concelho estende-se por 322,11 quilómetros quadrados e 85% do território é área florestal. Com temperaturas altas e vento forte, essa mancha verde está a facilitar a rápida propagação do fogo, que, chegando de Castro Daire, se disseminou "por uma frente muito extensa, prolongando-se, para um lado, até Alvarenga e, para o outro, até Regoufe", disseram os bombeiros.

As zonas apontadas como mais críticas são os núcleos habitacionais de Alvarenga, Covêlo de Paivó, Janarde e Ponte de Telhe, onde a ameaça levou a Câmara de Arouca a acionar o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil.

O procedimento em causa implica preparar alternativas para o caso de serem necessárias evacuações.

A presidente da autarquia, Margarida Belém, diz que essa eventualidade já está acautelada: "Se as famílias a viver nas zonas de maior risco tiverem que deixar as suas casas por uma questão de segurança, já temos o pavilhão da Escola EB1 de Alvarenga preparado para as receber".

In Lusa

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Nota de Pesar

 

|| 𝐍𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐑 ||

O Blog de um Bombeiro expressa, desta forma, as mais sentidas condolências à família e amigos dos Bombeiros Sónia Cláudia Melo, Paulo Jorge Santos, e Susana Cristina Carvalho, bem como a todos os elementos dos Bombeiros BvvnOliveirinha.

É um dia triste para os Bombeiros de Portugal!

É um dia triste para a região!

𝑫𝒆𝒔𝒄𝒂𝒏𝒔𝒆𝒎 𝒆𝒎 𝑷𝒂𝒛 
⭐️⭐️⭐️

Três bombeiros morreram no incêndio em Tábua

Três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha morreram, esta manhã, num incêndio no concelho de Tábua.

A informação foi confirmada à CentroTV pelo presidente da Câmara de Tábua.

Ricardo Cruz disse que os soldados da paz que faleceram são duas mulheres e um homem.

(em atualização)

In CentroTV