terça-feira, 18 de março de 2008

Verão propício a incêndios

Cientista adverte que estão criadas as condições para o período estival ser propenso a fogos florestais, e diz que em vez de aviões se devia apostar na sensibilização e treino das pessoas.

O especialista em comportamento do fogo Xavier Viegas antecipa “um Verão muito complicado” em termos de incêndios, tendo em conta a seca evidenciada pelos dados registados até final de Fevereiro e se a precipitação continuar escassa.

“Até ao final de Fevereiro, 2008 era o pior ano da década. Se a precipitação continuar a ser muito abaixo do normal, então podemos esperar por uma época de incêndios antecipada e umVerão muito complicado”, afirmou àLusa o catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e presidente da Associação para o Desenvolvimento a Aerodinâmica Industrial.

Xavier Viegas realça que “os campos encontram-se, de um modo geral, secos” e que “as chuvas
que têm caído, embora tenham atenuado em parte esta situação, não foram ainda suficientes para produzir grande quantidade de nova vegetação e abundância de água no solo, como seria de esperar no final do Inverno”.

A precipitação acumulada desde Setembro de 2007 é ainda menor que a de 2005, que foi um ano extremamente seco e no qual arderam 338 mil hectares. Ressalvando que“é sempre difícil fazer previsões devido à variabilidade do tempo”, Xavier Viegas refere que as mudanças climáticas apontam para a possibilidade de ocorrência de dias com temperaturas muito elevadas, na ordem dos 35 aos 40 graus, em que “o combate ao fogo vai ser muito complicado”.

Deveriam fazer-se planos de defesa e protecção das aldeias e das populações, com simulacros e treinos envolvendo as pessoas, preconiza. Para o cientista, as autoridades “anunciam mais aviões, mais brigadas helitransportadas, mais auto-tanques,mas o cerne da questão está na sensibilização das pessoas”, o que ainda está por fazer.

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