sexta-feira, 20 de julho de 2012

Área total ardida em Tavira equivale a um terço do concelho

O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, disse hoje que o concelho de Tavira tem um terço da sua área total ardida, por causa do incêndio que lavra desde quarta-feira e continua com quatro frentes ativas.
 O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, apelou hoje ao Governo para decretar o estado de calamidade pública no concelho devido ao incêndio que está a lavrar desde as 14:00 de quarta-feira. "Espero que o Governo olhe bem para isto e decrete a calamidade pública para o concelho de Tavira.

O que aconteceu é muito grave e quando amanhecer vamos ver uma faixa importantíssima do concelho negra", afirmou o autarca em declarações à agência Lusa junto ao posto de comando móvel da Autoridade Nacional de Protecção Civil, que está instalado no Cachoupo. Jorge Botelho disse não compreender como o fogo alastrou desde a zona de Cachoupo, depois de ter deflagrado em Catraia, até "à entrada de Tavira, muito perto da Via do Infante (A22)".

"Para termos uma ideia da calamidade são muitos proprietários, muita economia e é um concelho queimado", constatou o autarca, precisando que em causa estão áreas de sobreiros, pinheiros, eucaliptos e zonas de caça.
Jorge Botelho diz que foi "todo um sustento de uma população que foi transformado num braseiro".
De acordo com o responsável, toda a operação foi coordenada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, tendo a Câmara colocado todos os meios que tinha à sua disposição.

"Quem coordenou todos os trabalhos, todos os homens, meios aéreos 1/8durante o dia estiveram oito aeronaves no teatro de operações 3/8 foi a Autoridade Nacional de Protecção Civil e parece-me incompreensível como este fogo chegou a Tavira", observou.

O autarca frisou que o incêndio é "uma autêntica calamidade" e apelou ao Governo para decretar o estado no concelho. O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, disse hoje que o concelho de Tavira tem um terço da sua área total ardida, por causa do incêndio que lavra desde quarta-feira e continua com quatro frentes ativas.
"O ponto de situação no concelho é drástico, porque o fogo chegou a Tavira. Um incêndio que acontece em Cachopo, com dois dias de operações com muitos meios no terreno, chegar a Tavira, independentemente das consequências, só posso dizer que foi drástico e grave", afirmou o autarca.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, visitou hoje de madrugada o posto de comando móvel situado em Cachopo e ouviu dos comandantes operacionais que não são necessários mais meios, além dos mais de 700 homens, com cerca de duas centenas de veículos, que se encontram no local e uma dezena de meios aéreos, que regressarão ao combate ao fogo pela manhã.
"Não houve falta de meios, mas os resultados não posso considerar nada satisfatórios", considerou o autarca, que disse ter tido "populações a pedir por auxílio que não tiveram, populações a fugir do fogo e uma ajuda da GNR preciosa, que evitou casos mais graves ou gravíssimos".

Jorge Botelho, após a reunião com o ministro, disse que a Câmara vai avaliar os estragos quando o incêndio estiver dominado, mas frisou que "deve haver declaração de calamidade pública, porque Tavira tem um terço de área ardida de todo o seu território", com cerca de "20 mil hectares" perdidos.

"Achamos que devemos ser tratados com resultados e obviamente vou pedir responsabilidades, mas vamos primeiro fazer o rescaldo e depois vou apresentar ao Governo a posição do município de Tavira", acrescentou, afirmando que o fogo "tem que acabar amanhã, acabar rápido".

SIC