quinta-feira, 19 de julho de 2012

Nuvem de fumo envolve a Madeira

 Fogo em Águas Mansas “vê-se do ar, quando se aterra no aeroporto”, diz repórter da Renascença. Em Gaula, são os populares que combatem as chamas.
Cheira a queimado e o fumo é denso na ilha da Madeira. Depois de uma noite em claro para bombeiros e muitos populares, novos focos de incêndio devastam vastas áreas de floresta e há habitações em risco. “Na zona da Morena já arderam várias casas.

Está tudo a arder, tenho o concelho a arder. Em Gaula está complicado, o vento mudou e as chamas sobem a encosta. Chão está complicado e na Meia Serra está tudo a arder”, revela à Renascença a vereadora Alexandra Gaspar, da Câmara de Santa Cruz. “Estamos a desalojar as pessoas e a criar um centro de acolhimento”, adianta ainda a vereador.
A zona de Águas Mansas, no mesmo concelho, é a mais fustigada. Vê-se fogo do ar quando se aterra no aeroporto. Uma parte da ilha está coberta por uma nuvem amarelada muito densa, que se estende do pico até ao mar. A zona é florestada e pouco habitada. Antes, ao início da manhã, eclodiu um outro incêndio, na Camacha, mas a situação já está bastante controlada.

Muitos poulares com máscara e muita gente que vive no centro da Camacha ajudaram os bombeiros, com homens a encherem baldes e alguidares para combater o foho. Os quintais e jardins foram regados para evitar o pior. Quanto à evacuação de centro de saúde e de uma escola, tratou-se de uma mera medida de prevenção, sobretudo por causa do fumo, porque toda a zona está mergulhada numa densa nuvem de fumo. "Não dá para ver nada" Durante a manhã, os bombeiros entraram na vila do concelho de Santa Cruz e conseguiram evitar a destruição de habitações.

A Renascença falou com Elda Gomes, uma habitante da Camacha, que descreveu o que via da sua janela: “Há muito fumo. Aqui em baixo ainda está a arder um bocadinho e para cima está muito, muito fumo. Não dá para ver nada. Pelo que sei, ardeu um palheirinho, mas casas não chegaram a arder”. Depois de uma longa noite de combate às chamas no Funchal, onde arderam duas casas, há pequenas estruturas ainda em chamas, que os bombeiros estão a controlar.

Há um enorme cheiro a queimado e uma grande mancha negra de destruição. Neste momento, “há duas frentes preocupantes: da Feijã em direcção às Achadas da Cruz e ao lado do Rochão, zona de Águas Mansas”, revela o presidente do Governo Regional da Madeira.

 Alberto João Jardim anunciou ainda o adiamento da festa do PSD na ilha. “Em princípio, o Chão da Lagoa será adiado para 5 de Agosto”, disse o governante. O comício estava previsto para este fim-de-semana, mas "a altura não é para festas", afirmou Alberto João Jardim. Populares combatem fogo em Gaula. Uma casa destruída As chamas que lavram na Freguesia de Gaula, concelho de Santa Cruz, já destruíram uma casa e estão a ser combatidas apenas pelos populares, apesar dos apelos do presidente da Junta, Élvio Sousa.

O autarca diz que já foi feito um apelo aos bombeiros e que a Protecção Civil também já foi contactada, mas, até agora, os populares estão por sua conta. "As pessoas estão a fazer o que podem. Estão aqui 30 moradores a tentar com os seus meios evitar que o fogo chegue às casas. Já houve uma casa que abateu e estamos aqui a acompanhar o andamento do vento e do fogo com baldes e folhagens e mangueiras.

 É o que temos neste momento", descreve Élvio Sousa, citado pela agência Lusa. Apesar de compreender que nesta altura as corporações de bombeiros da Madeira estão a combater fogos em várias frentes, o presidente da Junta de Freguesia de Gaula lamentou o facto da população se sentir isolada.

In "Rádio Renascença"