quinta-feira, 26 de março de 2009

Liga dos Bombeiros avança com proposta de antecipação da Fase Bravo

A onda de incêndios que tem alastrado por Portugal continental nas últimas duas semanas está a preocupar as entidades oficiais que falam de uma época completamente anormal. Perante os factos o Presidente da Liga de Bombeiros já veio colocar a hipótese de antecipar a Fase Bravo de combate a incêndios que deveria ter início apenas a 15 de Maio.

A Fase Bravo de combate a incêndios, que deveria ter início apenas no próximo dia 15 de Maio, pode ter que ser antecipada. Essa é pelo menos a proposta que está a ser equacionada pelo Presidente da Liga dos Bombeiros, Duarte Caldeira, como forma de ultrapassar uma época de fogos que está a surgir de uma forma totalmente anormal.

"Eu creio que é prudente o alerta que todos devemos ter, nomeadamente as estruturas operacionais e as estruturas de decisão politicam para podermos estar na iminência de um ano que é completamente diferente do engano que os últimos dois anos nos provocaram", referiu Duarte Caldeira em declarações à RTP.

O Presidente da Liga dos Bombeiros admite mesmo que "seja necessário esta época a Fase Bravo, que em condições normais começaria a 15 de Maio, possa vir a ser antecipada para podermos ter mais cedo mais meios e meios adequados em prontidão".

A mão do homem

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, também já se referiu a esta época anormal de incêndios considerando que a mão humana deverá estar associada ao que se está a passar principalmente com a realização de queimadas, tradicionais nesta altura do ano.

"Não é normal o número de incêndios", referiu Jaime Silva que acrescentou estarmos "perante o comportamento humanos" já que "não tem havido trovoadas" e que "estas ignições têm por trás a mão do homem".

Jaime Silva explicou ainda: "Não estou a dizer que é propositado, que são incendiários. Estou a dizer que pode muito bem ser as actividades normais no Inverno, que são as queimadas".

Sem alarmismo

Também o Governo já se tinha referido a esta época anormal de incêndios por intermédio do secretário de Estado da Protecção Civil, José Miguel Medeiros, que recusou atitudes de alarmismo, alegando que as actuais condições climatéricas são "excepcionais" e que os meios operacionais têm revelado eficácia e flexibilidade no combate aos fogos.

"Estamos preparados para o combate aos incêndios florestais, da mesma forma como estivemos preparados há um e há dois anos", declarou à agência Lusa José Miguel Medeiros.

Referiu ainda que os anos de 2007 e 2008 "foram os melhores de sempre" em termos de redução da área ardida e que em 2009 "estarão no terreno os mesmos meios", ou seja, "dez mil homens, 2500 viaturas e 56 meios aéreos".

Segundo o secretário de Estado a actual vaga de incêndios, sobretudo no Norte do país, "está a ser seguida" e "preocupa naturalmente" o Governo recordando que, na actual legislatura, o período crítico de incêndios "já foi antecipado de 15 de Junho para 15 de Maio".

Protecção Civil dá conta de dois incêndios

Esta manhã a Autoridade Nacional de Protecção Civil dá conta da existência de apenas dois incêndios em actividade e estão a mobilizar meios.

Um em Senhorinha, Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, fogo em floresta que ainda não se encontra circunscrito e que está a ser combatido por 172 homens e 46 veículos e ainda por um Helicóptero Bombardeiro Pesado Kamov.

O outro incêndio refere-se a Ermida, Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, um fogo em mato que está a ser combatido por 10 homens e três veículos e que já se encontra circunscrito.

RTP