Menino de seis anos sobrevive a queda de nove metros
Francisco Camacho, de seis anos, caiu do quinto andar de um prédio, na Marinha Grande, e conseguiu sobreviver. A queda, de uma altura de nove metros, provocou-lhe ferimentos nos membros inferiores e lesões internas.
Um menino de seis anos sobreviveu a uma queda de uma altura de nove metros, depois de ter caído do quinto piso de um apartamento, na Avenida Vítor Galo, Marinha Grande, onde reside com os pais e mais dois irmãos.
Ninguém sabe como é que Francisco Camacho caiu da marquise do apartamento para o terraço do prédio, faltavam poucos minutos para as 10h00 de sábado.
O menino estava em casa com o pai e dois irmãos - um dos quais gémeo de Francisco e outro com cinco anos -, e em poucos minutos ocorreu a tragédia. Supõe-se que estaria a brincar, que se terá debruçado sobre a janela da marquise, desequilibou-se e caiu desamparado no terraço do prédio. O pai só se terá apercebido da queda quando viu os outros dois filhos junto à janela a ver o irmão estatelado no terraço.
Lídia Camacho, mãe de Francisco, que se encontrava noutra zona da Marinha Grande a efectuar limpezas, contou que nem o marido sabe como é que ocorreu a queda. “Ele disse-me que os meninos estavam a ver os desenhos animados na televisão e que tinha ido à cozinha buscar qualquer coisa. Quando regressou à sala já ele tinha caído”, frisa, lavada em lágrimas e agarrada a uma foto do filho.
A queda provocou-lhe ferimentos graves nos membros inferiores e lesões internas, tudo levando a crer que terá caído em pé e posteriormente ficado de barriga para baixo.
Foi assistido no local pelos bombeiros e por uma equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Leiria e transportado num helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para o Hospital Pediátrico de Coimbra, onde se encontrava internado.
De acordo com a avaliação feita às 12h00 de ontem, a situação da criança, em coma no Serviço de Cuidados Intensivos do HPC, era estacionária.
"Colocou-se um sensor de pressão intracraniano, revelando uma pressão intracraniana estável, controlada com as medidas terapêuticas adequadas", segundo o boletim lido telefonicamente por um funcionário do HPC.
No mesmo comunicado é referido que a vítima "mantém suporte ventilatório".
"A gravidade da situação neurológica não permite ainda a resolução definitiva das lesões ortopédicas", adianta a nota da direcção do Serviço de Cuidados Intensivos. No sábado, quando entrou no no HPC, a criança encontrava-se em coma traumático grave por lesões crânio-encefálicas múltiplas. Sofreu ainda politraumatismos, fracturas dos membros e uma lesão ocular.
Família carenciada
A família Camacho recebe o Rendimento Social de Inserção (RSI), vive naquele apartamento há cerca de um ano, e tem acompanhamento de uma assistente social da Marinha Grande. Lídia Camacho trabalha como empregada de limpeza e o marido frequenta um curso profissional, no âmbito do RSI.
Segundo Lídia Camacho, Francisco debate-se com alguns problemas de saúde e os médicos suspeitam que sofra de epilepsia.
Durante o tempo que estiveram emigrados na Alemanha, o menino chegou a estar internado em algumas unidades hospitalares, por desmaiar com regularidade.
“Os médicos suspeitam que seja epilepsia, mas não há certezas”, sublinha a mãe, que tem ainda um rapaz de 15 anos .
Diário de Leiria Online
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