quinta-feira, 6 de março de 2008

Fogo controlado para treino e criação de faixas de contenção

Quando no próximo sábado vir fumo a sair da zona da Serra da Boa Viagem, não se assuste, já que se trata de um fogo controlado, realizado por técnicos credenciados da DFCI, que pretendem dar formação aos bombeiros e executar faixas de contenção e de segurança em parcelas de mato

Se as condições climáticas o permitirem, no próximo sábado, na Serra da Boa Viagem, vai realizar-se uma acção de formação e ao mesmo tempo de fogo controlado, com técnicos credenciados da Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI), com o apoio da câmara municipal (com equipa de Sapadores Florestais), e duas equipas dos Grupos de Intervenção Permanente da GNR.


Iniciativa do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra, com o apoio da DGRF (Direcção Geral de Recursos Florestais), que tem como objectivos «dar formação em ferramentas manuais às equipas dos bombeiros (Municipais e Voluntários) do distrito e também para os formandos executarem, em contexto real de trabalho e formação, faixas de contenção e de segurança em parcelas de mato, na rede primária» da Serra da Boa Viagem, segundo explicou ao nosso Jornal Sérgio Correia.

O coordenador da DGRF adianta ainda que, com o plano nacional, a Circunscrição Florestal do Centro tem, no seu plano de actividade para 2008, «a construção de 1. 280 hectares de rede primária», sendo que, na Serra da Boa Viagem já existem cerca de 20 hectares «em silvicultura preventiva», ou seja, corte de matos debaixo das árvores, desbastes, limpezas (locais onde se encontra a grande matéria de combustão). Sérgio Correia adianta que, «na área em que só há mato, é mais barato e um bom exercício para todos os operacionais, a queima de matos através da técnica de fogo controlado».

Ao todo, participarão nesta acção mais de meia centena de pessoas, entre as quais os técnicos, formados nos Estados Unidos da América e posteriormente na Catalunha, através do projecto “Foyer Paradoxe” da Comunidade Europeia. A acção inicia-se por volta das 9h00, depois de um conjunto de procedimentos que já se iniciaram há alguns dias, como a tomada de dados meteorológicos, o cálculo da humidade dos combustíveis, previsão de comportamento do fogo e todos os parâmetros. «Se não encaixarem numa janela de prescrição, não há condições para fazer o fogo».


Para o responsável da Circunscrição Florestal do Centro, António Gravato, estas acções, inéditas na Serra, mas vulgares nas regiões do interior, são «uma aposta clara» da DGRF, pretendo-se «intensificar a técnica de fogo controlado, fazendo estas operações de silvicultura preventiva, que permitem «uma maior rentabilidade, a custos mais baixos». Aposta clara da direcção geral de recursos florestais.

Diário de Coimbra Online