quinta-feira, 20 de março de 2008

GNR investiga incêndio que destruiu prédio em Caparrosa

Mais de quatro dezenas de bombeiros das corporações de Campo de Besteiros e Tondela foram ontem chamados a combater um incêndio numa casa desabitada localizada no centro de Caparrosa. O fogo destruiu grande parte do prédio, cujo único residente faleceu há pouco mais de um ano. A Guarda Nacional Republicana está a investigar a origem do incêndio

A população de Caparrosa, no concelho de Tondela, acordou na madrugada de ontem com um enorme estrondo que fez abanar portas, janelas e, em alguns casos, até paredes. Quando foram ver o que tinha provocado aquilo que parecia ter sido uma explosão, viram que um prédio, localizado no centro da localidade, estava a ser consumido pelas chamas.

Em pânico, as pessoas ligaram para os bombeiros. "O único pensamento que tinha na cabeça era o de que era preciso agir rapidamente para evitar o alastramento das chamas a outros prédios, quase todos muito antigos e construídos em tabique", adiantou ao nosso Jornal uma das mulheres que acorreu ao local.

Cerca de 10 minutos depois de ter sido dado o alerta no quartel dos bombeiros, mais de quatro dezenas de homens combatiam as chamas. No entanto, grande parte da casa, que se encontrada desabitada há pouco mais de um ano, já tinha sido devorada pelo fogo. O telhado caiu instantes antes das equipas de socorro chegarem ao local.

A principal tarefa das equipas de socorro foi a de evitar que as habitações vizinhas mais próximas, também desabitadas, começassem a arder. O que foi conseguido.

Um enorme susto

"Um enorme susto". Foi assim que Joaquim Oliveira da Silva, de 72 anos, classificou o incêndio. A residir a cerca de 50 metros do local do fogo, estava a descansar ao lado da mulher quando ouviu um enorme estrondo. "A minha mulher virou-se para mim e disse que era um tremor de terra", contou. Mais tarde ficou-se a saber que uma botija de gás tinha explodido.

Duas das filhas do septuagenário, que também moram em Caparrosa, apareceram pouco depois para retirar os pais de casa. "Ligámos mangueiras ao fontanário e começámos a molhar o telhado do prédio vizinho para evitar que pegasse fogo e colocasse em perigo a nossa habitação", lembrou Joaquim da Silva.

GNR investiga incêndio

Ao início da manhã, elementos do Núcleo de Investigação Criminal da Guarda Nacional Republicana estiveram no local, a tirar fotografias e a recolher vestígios, com o objectivo de identificar a origem do incêndio.

De acordo com populares, o prédio não tinha electricidade, o que exclui a possibilidade de ter havido um curto-circuito. Alguns dos habitantes comentavam a hipótese de "um vagabundo" ter aproveitado o facto da casa estar vazia para lá pernoitar, provocando o fogo com uma vela que deixou inadvertidamente acesa.

Quanto ao facto de o imóvel ter ardido muito depressa, ao ponto de estar quase completamente destruído quando os bombeiros chegaram, as pessoas lembraram que havia ainda muitas latas com resina guardadas no rés-do-chão. "O homem que lá vivia foi resineiro durante muitos anos", explicou uma vizinha.

Diário de Viseu