As zonas mais castigadas pelos Incêndios
Os parques das serras de Aire e Candeeiros e da Peneda-Gerês concentram mais de dois terços da área ardida este ano em zonas protegidas, que ascende a mais de 9 mil hectares de floresta.
O Instituto da Conservação da Natureza (ICN), que tutela as áreas protegidas, refere, em comunicado, que as chamas já consumiram desde o início deste ano 9.068 hectares de 13 parques e reservas nacionais.
Deste total, 3.871 hectares arderam no Parque Nacional da Peneda-Gerês e 3.636 foram consumidos no Parque Natural das serras de Aire e Candeeiros, na sua maioria devido aos incêndios da primeira quinzena de Agosto.
De acordo com o ICN, o incêndio que atingiu, entre 8 e 15 de Agosto, o Parque da Peneda-Gerês destruiu mais de 3.000 hectares de paisagem natural, o equivalente a quatro por cento desta área protegida.
Em grande parte foram consumidos matos para a pastorícia, tendo sido também afectada parcialmente a Mata do Mezio e a Reserva Integral do Ramiscal.
Nesta última zona, considerada uma das mais importantes em termos de biodiversidade ecológica, a maioria dos carvalhos poderá ter resistido ao fogo, pelo que o ICN antevê uma recuperação da área ardida num prazo de dois anos.
Apesar de um número significativo de azevinhos ter ardido, as zonas onde a águia-real costumava procurar alimento conservaram-se intactas, ressalvou o mesmo
organismo.
Na mata do Mezio, constituída por carvalhos e vidoeiros, o parque de campismo deverá ser reaberto este fim-de-semana.
No Parque Natural das Serras de Aire e dos Candeeiros, o incêndio ocorrido entre 10 e 13 de Agosto consumiu 3.024 hectares, correspondentes a 7,9% da área total desta zona protegida.
Segundo o ICN, o fogo destruiu matos mediterrânicos, que poderão estar reconstituídos ao fim de quatro a cinco anos.
As chamas provocaram também estragos relevantes nos parques da Serra da Estrela, onde arderam 666 hectares, e do Guadiana, onde foram consumidos 595 hectares de floresta.
O organismo salienta que, em 80% dos 297 incêndios registados desde o início deste ano em paisagem protegida, a área ardida foi inferior a dois hectares, graças à intervenção das equipas de vigilância e de primeira intervenção e das brigadas de sapadores.
Rádio Renascença
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