segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Incêndios: E os Voluntários o que “ganham”?

Mais uma vez o País ardeu. Este flagelo já passou a ser “negócio”. Contabilizem-se os milhões de euros que todos os anos são “queimados” pelo Estado.
Aonde vão parar?Aos Corpos de Bombeiros só chegam “migalhas”. Os prejuízos são elevados, desde viaturas para reparar, combustível gasto, pneus e mangueiras queimadas, etc. No final o Estado atribui um “subsídio”.

Os milhões de euros são gastos nos meios aéreos, nas horas de voo a mais, nos “subsídios” aos comandantes das bases, em toda a logística que compõe os Centros Distritais de Operações de Socorro, etc.

No entanto, o dinheiro não chega a quem é mais “sacrificado”. A atribuição de um subsídio de 40 (quarenta) euros, por 24 horas de serviço (1,67€ / hora) a cada “voluntário” que integra os GPIs (Grupos de Primeira Intervenção), o “voluntário” que se priva de tudo para, nesta altura do ano, servir o País. Julgo que é “ABUSAR” do voluntariado. Os outros bombeiros que reforçam este grupo nos grandes incêndios que subsídio tem? NENHUM!

Esta “revolta” sente-se nos quartéis, mas os regulamentos não permitem fazer declarações públicas.

Depois vem a velha “máxima”: “isto é para voluntários, só anda cá quem quer!”

Não estarão a menosprezar os VOLUNTÁRIOS neste País onde até há dinheiro para dar a quem não faz nada!

O Sr. Presidente da Republica veio pedir aos patrões para deixarem os seus empregados que são bombeiros saírem para ajudar no combate aos incêndios. A propósito de quê? Se os benefícios que os bombeiros têm são ridículos, (isenção de taxas moderadoras, seguro de vida de valor irrisório, tempo de serviço para a reforma pagando e pouco mais). Os patrões que “benesses” têm?

Porque razão os bombeiros ano não tem benefícios justos e, por conseguinte, outros incentivos tais como:
§ Redução da idade da reforma;
§ Isenção de propinas para os filhos;
§ Redução de I.R.S.;
§ Seguro de vida de valor realmente substancial, (não com o valor actual);
§ Isenção de determinadas taxas municipais.

Se o Estatuto Social do Bombeiro fosse justo, os Comandantes teriam mais autoridade para fazer cumprir.

Numa entrevista à RTP o Sr. Ministro da tutela afirmou que “os Voluntários são um ‘património’ do País a preservar”. Assim sendo, neste “negócio” de milhões deviam ter mais consideração por ELES. O Governo deve criar incentivos aos Bombeiros e às entidades patronais. Depois sim, os “fazedores” de opiniões podem dizer que é preciso mais “formação” para o combate aos incêndios!

Quanto à tão falada falta de coordenação, o Poder Politico é o principal responsável. Vejamos a afirmação do Governador Civil de Coimbra numa entrevista ao Expresso: “sou um ‘caloiro’, generalista, com bom senso e dois olhos na cara e não tenho formação técnica no domínio do combate aos fogos”.

Paulo Jesus
Coordenador da Nova Democracia