Fogo devastador em Sever do Vouga e Oliveira de Frades
O fogo de Cedrim, Sever do Vouga, não parou este fim-de-semana e, propagando-se a Oliveira de Frades, passou a constituir um só incêndio unindo os distritos de Aveiro e Viseu. Ameaçou casas, atingiu duas empresas, mobilizou mais de 300 bombeiros, um avião pesado e um heli. Ontem à tarde estava «a caminho de ser circunscrito».
O incêndio florestal de Sever do Vouga era ontem dos mais preocupantes no país, com as chamas que partiram na sexta-feira de Cedrim e passaram a atingir, a partir da noite do passado sábado, o concelho de Oliveira de Frades, do distrito de Viseu. Constituindo um só fogo, em Sever do Vouga e Oliveira de Frades, o incêndio avançava destruindo a floresta e ameaçando populações. Chegou a danificar duas empresas, da Zona Industrial de Cedrim, e pontos inacessíveis aos bombeiros. Devido ao avanço descontrolado das chamas temia-se que pela serra acima, por Arcas e Talhadas, poderia chegar a Oliveira de Santos onde há casas junto à A-25. O fogo que lavrava em Aveiro e Viseu chegou a mobilizar durante a tarde de ontem mais de 300 bombeiros.Do lado de Aveiro, na freguesia de Cedrim, o fogo chegou a estar extinto, na sexta-feira, mas reacendeu na madrugada de sábado e atingiu Oliveira de Frades, ameaçando Lagoa e Talhadas. Na madrugada de ontem, o vento mudou o curso do fogo que voltou a Cedrim e se estendeu para Ribeiradio, em Oliveira de Frades. Na passagem por Cedrim, as populações residentes em Carezedo, Vilarinho e Santo Adrião tiveram o fogo perto das suas casas. Particularmente, Santo Adrião esteve toda a madrugada de ontem «cercado pelo fogo, sem água e sem electricidade», segundo o presidente da Junta de Freguesia, Edgar Jorge, que diz ter ficado «encurralado» até às sete horas de domingo. Na zona Industrial de Cedrim, o fogo chegou a duas empresas, sendo que numa há a registar um prejuízo de 200 mil euros, segundo o autarca.Ao final da tarde de ontem, o incêndio em Sever do Vouga mobilizava 176 bombeiros, de 29 corporações, 59 viaturas, um helicóptero e um aero-tanque pesado e cerca das 19:30 horas de ontem, o incêndio estava «a caminho de ficar circunscrito».Em Oliveira de Azeméis, em Vermoim, as chamas ameaçaram casas e, à hora do fecho desta edição, o incêndio de Macinhata de Seixa era o que se encontrava activo, mas controlado. Outros incêndios relevantes na região registaram-se na Ponte da Bateira, em Castelo de Paiva, com alguma relevância.A comunicação e o acesso à informação esteve dificultada ontem pelo corte do acesso ao site do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil e da proibição, por parte da GNR, da cobertura do fogo de Cedrim, impedindo a passagem de jornalistas, fotógrafos e operadores de câmara de estações de televisão, durante a manhã de ontem, na zona de Talhadas.
João Peixinho
Diário Regional de Aveiro
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