terça-feira, 12 de julho de 2011

Helicópteros de combate aos fogos entram em serviço com atraso

A Autoridade Nacional de Protecção Civil informou que 15 helicópteros de combate aos fogos, que deveriam estar operacionais desde o dia 1 de Julho, só vão estar operacionais a partir desta segunda-feira, portanto, com 10 dias de atraso.

Num ano em que o dispositivo, sobretudo a nível de meios aéreos se encontra enfraquecido em termos de efectivos, o facto de um significativo número destas, correspondendo a perto de um terço do total, entrar em serviço com atraso é ainda mais de lamentar e de criticar.

Durante este período, estiveram operacionais perto de metade dos meios aéreos disponíveis nos anos anteriores, situação que, caso se verificassem condições climáticas mais extremas, poderia ter resultado em grandes dificuldades de resposta, com riscos para as populações e para quantos combatem as chamas em terra.

Já se sabia que houvera atrasos nos concursos e a tramitação legal impõe prazos que naturalmente levariam a uma situação deste tipo, ficando-se na dúvida se esta situação decorreu apenas da falta de disponibilidade financeira no lançamento do concurso ou se houve uma opção por reduzir custos, diminuindo o período de operação destes meios.


Mesmo após o atraso no concurso, a Protecção Civil considera que a responsabilidade é da empresa à qual foi efectuada a adjudicação, algo que, mesmo que formalment aceitável, é pelo menos dubio perante a experiência adquirida em anos anteriores e os prazos necessários para concretizar este tipo de contrato.

Qualquer que seja a razão que levou ao atraso, e que merece ser apurada, era inevitável que resultasse no atraso da entrada ao serviço destes meios aéreos, pelo que o dispositivo previsto nunca estaria completo no prazo anunciado, algo que devia ter sido tido em conta no planeamento efectuado e nos anúncios feitos.

Do evoluir do processo, seria de esperar que surgisse uma situação de atraso, a qual deve ser devidamente equacionada, preparando-se alternativas, mas o facto é que, perante a situação global que o País atravessa, a problemática dos fogos florestais foi francamente secundarizada, passando quase desapercebida devido a uma quase completa omissão nos noticiários.

É manifesto que esta situação, bem como muitas outras relacionadas com o combate aos incêndios florestais e com o socorro em geral tem sido esquecido pelos principais orgãos de comunicação social nacionais, que balançam entre a crise que atravessamos, incluindo a actualidade política, e assuntos mundanos, que atraem audiências, mas têm um peso insignificante a nível da vida nacional.

In "Verão Verde"