quinta-feira, 9 de abril de 2009

Bombeiros e PSP reclamam sensibilização para evitar acidentes no Metro Sul do Tejo

Os Bombeiros Voluntários e a PSP de Almada afirmam que os cidadãos ainda não estão habituados à presença do metro e que é preciso apostar na sensibilização para evitar acidentes.

«Repare-se que o metro não pára na passadeira. As pessoas é que têm que parar. Os maquinistas apitam para alertar os peões, mas não param», exemplifica José Calado, comandante da esquadra de Trânsito da PSP de Almada.

«Que formação foi dada às crianças e aos idosos? Hão-de habituar-se, mas enquanto não se habituam, vão sendo atropelados», constata, recordando o incidente de segunda-feira, perto da Praça S. João Baptista, em que o metro não travou a tempo de evitar tocar numa mulher de 74 anos.

Fonte do Metro Sul do Tejo explicou à Lusa que a vítima circulava, a pé, na área dos carris do metro, e não ouviu o maquinista apitar: «o condutor não conseguiu travar a tempo e deu-lhe um pequeno toque no ombro. A senhora desequilibrou-se, caiu e magoou-se no braço, mas não foi nada de grave», garantiu.

«Grande parte das pessoas que socorremos em situações deste tipo têm mais de 60 anos», afirma Mário Santos, segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Almada.

«Almada tem agora uma considerável área pedonal, mas que é atravessada pelo metro», acrescenta, sublinhando que, em prol da segurança, «a população precisa de ser alertada».

«Todos temos momentos de distracção, e o tempo de reacção de um idoso é muito reduzido. Quando se apercebem muitas vezes já é tarde», admite.

O comandante da esquadra de Trânsito da PSP de Almada considera que se trata de uma situação «um pouco insegura»: «E é difícil, em algumas áreas do traçado, perceber o que é zona pedonal e o que é linha do metro. Os idosos têm muita dificuldade e as crianças são distraídas e impulsivas», conclui.

É preciso, afirmam ambos, uma acção de sensibilização para garantir a segurança dos transeuntes.

Sem precisar números, apesar da insistência, fonte do Metro do Sul do Tejo afirmou à Lusa que «o registo de acidentes envolvendo o metro não é elevado».

A empresa afirmou ainda que desenvolveu acções de sensibilização antes da inauguração de cada troço do metro, não tendo, depois disso, desenvolvido mais trabalho nesse sentido, e acrescentou que considera que «a presença do metro é a maior sensibilização».

Os Bombeiros Voluntários de Almada fizeram, desde 2008, cinco intervenções em acidentes envolvendo peões, e duas envolvendo viaturas. O departamento de trânsito da Polícia de Segurança Pública registou, desde Janeiro deste ano, um acidente com peões e três com veículos. A pedonalização do eixo central de Almada, prevista no Plano de Mobilidade - Acessibilidades 21 tem sido ponto de discórdia.

No início deste ano, em declarações à Lusa, o responsável da concelhia do PS, António Mendonça Mendes, chamou a atenção para o facto de «os espaços para peões serem disputados por autocarros e outras viaturas», acusando a autarquia comunista de «não ser capaz de garantir uma zona pedonal» à cidade.

O último troço do Metro Sul Tejo, que ligou a Cova da Piedade a Cacilhas, passando pelo centro de Almada, foi inaugurado a 26 de Novembro de 2008.

Lusa / SOL