quinta-feira, 27 de março de 2008

Bombeiros de Estarreja precisarão de mais viaturas e homens após fecho das urgências

O reforço de ambulâncias e de recursos humanos é uma realidade cada vez mais presente na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Estarreja. O previsto encerramento das urgências locais e a demora na recolha das macas no Hospital de Aveiro atrasam os serviços de socorro

«Se, actualmente, as nossas ambulâncias e homens já andam diariamente num corrupio entre Estarreja e Aveiro, caso as urgências fechem, o trabalho vai aumentar muito mais». Este é o cenário previsto por Marco Braga, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Estarreja após o encerramento previsto das urgências do Hospital Visconde de Salreu.

O aumento de viaturas e de homens será uma necessidade urgente para o corpo de bombeiros, caso o processo avance. Marco Braga explica que o actual mapa de transporte e socorro de doentes já é complicado de gerir com o parque de viaturas existente. Quando Estarreja deixar de prestar urgência, os pedidos aumentarão e o tempo de disponibilidade das ambulâncias também será mais curto, dada a viagem entre Estarreja e Aveiro e a demora na entrega das macas no hospital.

Actualmente, existe um grande atraso por parte do Hospital de Aveiro na entrega das macas aos bombeiros. Isto porque há uma sobrelotação das camas disponíveis e os doentes permanecem nas macas enquanto não têm onde ser acomodados.
Enquanto esperam as macas, os Bombeiros de Estarreja não podem responder a novos serviços de socorro.

Marco Braga sublinha a necessidade de um reforço de homens e veículos. E questiona sobre quem é que vai recair a obrigação de pagamento deste investimento, porque a Associação não terá condições financeiras de o fazer.

O funcionamento da viatura do INEM prevista no protocolo assinado entre a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro e a Câmara de Estarreja é outra questão que preocupa Marco Braga. A ambulância estará estacionada no Hospital Visconde de Salreu (HVS) para intervir em situações de necessidade. «Não sabemos como é que essa viatura vai funcionar, porque não fomos tidos nem achados nessa situação», lamenta.

Estarreja é posto de reserva INEM e, neste sentido, o responsável acredita que pudesse existir uma melhor coordenação entre bombeiros e INEM nas operações com a viatura entregue ao Hospital de Estarreja. «Nem que a associação desse os homens e o INEM a viatura, ou vice-versa», sugere.

De acordo com Marco Braga, a corporação vai aguardar a colocação da viatura no Hospital Visconde de Salreu e o decorrer do processo de encerramento das urgências para saber quais os meios necessários e expor o problema a às entidades responsáveis.
O presidente da Associação assegura que independentemente do cenário futuro, os bombeiros de Estarreja tudo farão pelo bem-estar e saúde da comunidade estarrejense. «Se não tiver ajudas, a associação terá que fazer sacrifícios para melhorar os seus meios de socorro», conclui.

Encerramento é uma realidade

A ambulância prevista pelo protocolo ainda não está em Estarreja e as urgências também se mantêm abertas. Na manifestação realizada no início de Março, José Eduardo de Matos garantiu que o protocolo está a ser cumprido e que as urgências de Estarreja só encerram quando este assegurar os termos assinados.

O documento, assinado na Casa Museu Egas Moniz, em Julho de 2007, com o ex- ministro Correia de Campos, estabelece o fecho das urgências e assegura a melhoria e modernização das instalações do HVS, o aumento do número de consultas externas e a beneficiação das extensões de saúde de Canelas e Veiros.

Diário de Aveiro