quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Bombeiros apontam vulnerabilidades na Protecção Civil

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considerou hoje que o Sistema de Protecção Civil tem «indisfarçáveis vulnerabilidades», evidenciadas na vaga de mau tempo que durante os últimos dois dias se verificou em Portugal.
Para a LBP, «as consequências da intempérie que assolou o território do continente vieram pôr em evidência que o Sistema de Protecção Civil, entendido como sistema integrado alicerçado no binómio Prevenção-Resposta, possui indisfarçáveis vulnerabilidades».

Numa nota entregue hoje durante uma conferência de imprensa, a LBP aponta as principais «lacunas» evidenciadas durante os últimos dois dias: «aviso e alerta atempado às populações»,«articulação entre entidades», «défice de planeamento de risco a nível municipal» e «falta de medidas preventivas no domínio da previsibilidade de ocorrências, decorrentes do risco de cheia e do deslizamento de terras».

«Com excepção dos incêndios florestais, todos os demais riscos carecem de um forte investimento a nível da prevenção, alerta e do planeamento da resposta», considera a LBP.

Para a LBP, «os decisores políticos, governantes e parlamentares, têm abordado até à exaustão os incêndios florestais, fazendo crer aos cidadãos que este é o fundamental risco que o país possui».

Deste modo, os bombeiros portugueses pretendem evidenciar que «afinal há mais riscos para além do risco florestal», o que demonstra que «o sistema de Protecção Civil em Portugal necessita de muito investimento e muita acção política, no domínio do planeamento do risco e da resposta correspondente».

O presidente do Conselho Executivo da LBP, Duarte Caldeira, considerou que, «apesar de nos últimos dias terem havido bons exemplos de aviso e alerta às populações, os mecanismos não estão rotinados», considerando que «há um longo caminho a percorrer ao nível da prevenção e do sistema de alerta».

A Lusa contactou o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, mas até ao momento não foi possível obter qualquer reacção.

Diário Digital / Agência Lusa