domingo, 13 de agosto de 2017

Fogos. 40 feridos, quase todos ligeiros, e dezenas de pessoas retiradas de casa

Ao início da tarde, quase 3.500 operacionais combatem 25 fogos ativos. Proteção Civil diz que houve 40 feridos ligeiros em Abrantes e dezenas de pessoas retiradas das suas casas. Algumas já voltaram.

Quarenta feridos e dezenas de pessoas retiradas das suas casas desde que o fogo em Abrantes começou, na quarta-feira, é o balanço feito pela Proteção Civil, que revela que o incêndio em Tomar foi dado como dominado às 12:30.

Em declarações à agência Lusa, a adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, afirmou que, às 13:20, eram cinco os incêndios mais preocupantes: Mealhada, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere, Coimbra e Castelo Branco.

O incêndio em Tomar, que lavrava há 20 horas, foi dado como dominado às 12:30, embora os meios de mantenham de prontidão, tendo em conta o risco de reativação. Desde quarta-feira, altura em que começou o fogo em Abrantes, seguido de outras ocorrências em vários concelhos, dezenas de pessoas foram retiradas das suas casas por causa das chamas.

Segundo Patrícia Gaspar, o incêndio em Coimbra obrigou à retirada de 40 pessoas, que, entretanto, já regressaram às suas habitações.

O fogo na Mealhada, distrito de Aveiro, obrigou à retirada de 16 idosos, e em Ferreira do Zêzere, distrito de Santarém, também se registaram pessoas deslocadas.

Em Tomar, as chamas obrigaram à retirada de cerca de 80 pessoas das suas casas situadas em várias localidades. No Louriçal, distrito de Castelo Branco, foi evacuada uma unidade hoteleira, além de residentes de casas em nove localidades.

Já este domingo, cerca de trinta pessoas foram retiradas das suas casas em localidades do concelho de Ferreira do Zêzere, Santarém, devido a um incêndio que permanecia ativo em quatro frentes, disse o presidente da Câmara Municipal, Jacinto Lopes.

“Não temos propriamente aldeias evacuadas, temos várias localidades que foram evacuadas parcialmente, naquelas onde as pessoas quiseram sair”, declarou à Lusa Jacinto Lopes, acrescentando que esta retirada da população aconteceu em “seis a sete localidades”. De acordo com o autarca, “foram retiradas de casa cerca de 30 pessoas”.

O poder local, segundo Jacinto Lopes, aconselhou “algumas unidades hoteleiras para as pessoas saírem, para mais tarde não criarem uma situação de risco”. A informação mais recente na página Proteção Civil diz que este fogo está a ser combatido por mais de 400 operacionais e seis meios aéreos. Os aviões enviados por Espanha, ao abrigo do pedido de ajuda de Portugal, deverão ser canalizados para esta zona.

3.500 homens no terreno

Quase 3.500 operacionais combatiam ao início da tarde, 25 incêndios em Portugal Continental. Os fogos nos distritos de Leiria, Coimbra, Castelo Branco e Santarém eram os que mobilizavam mais meios, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil. Estavam 31 meios aéreos em ação.

Segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional de Proteção Civil, o incêndio que deflagrou na sexta-feira em Alvaiázere, no distrito de Leiria, mobilizava 335 homens e era uma das ocorrências mais graves. Em Coimbra, o fogo que teve início na tarde de sábado em Carvalhosas, junto à praia fluvial do Mondego, em Torres do Mondego, era combatido por 281 bombeiros, apoiados por três meios aéreos.

Este incêndio, que mantinha várias frentes pelas 05:15, destruiu pelo menos uma casa de primeira habitação, provocando dois desalojados na aldeia da Lata, no concelho de Miranda do Corvo, disse o presidente da Câmara, Miguel Baptista, à agência Lusa, na noite de sábado. Devido a este fogo, a estrada nacional (EN) 17, vulgarmente conhecida por Estrada da Beira, continua cortada ao trânsito entre Ceira e Ponte Velha.

Em Cantanhede, também no distrito de Coimbra, o fogo foi considerado dominado, mas ainda estão 300 homens no terreno. As câmaras de Coimbra e de Cantanhede mantêm ativados os respetivos planos municipais de Emergência de Proteção Civil acionados na sexta-feira.

No distrito de Santarém, e para além de Ferreira do Zêzere, concentram também as atenções das autoridades Tomar, com o fogo já dado como dominado, e Abrantes. Nestes locais, há ainda centenas de operacionais a fazer trabalhos de rescaldo.

Mais a norte, os casos mais graves estão na Mealhada, distrito de Aveiro, onde estavam 213 homens a lutar contra um incêndio em floresta, e em Castelo Branco onde 178 homens que combatem as chamas em mato no Louriçal do Campo.


Observador