Fogos. 40 feridos, quase todos ligeiros, e dezenas de pessoas retiradas de casa
Ao início da tarde, quase 3.500 operacionais combatem 25 fogos ativos. Proteção Civil diz que houve 40 feridos ligeiros em Abrantes e dezenas de pessoas retiradas das suas casas. Algumas já voltaram.
Quarenta feridos e dezenas de pessoas
retiradas das suas casas desde que o fogo em Abrantes começou, na
quarta-feira, é o balanço feito pela Proteção Civil, que revela que o
incêndio em Tomar foi dado como dominado às 12:30.
Em declarações à agência Lusa, a adjunta
nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC),
Patrícia Gaspar, afirmou que, às 13:20, eram cinco os incêndios mais
preocupantes: Mealhada, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere, Coimbra e
Castelo Branco.
O incêndio em Tomar, que lavrava há 20
horas, foi dado como dominado às 12:30, embora os meios de mantenham de
prontidão, tendo em conta o risco de reativação. Desde quarta-feira,
altura em que começou o fogo em Abrantes, seguido de outras ocorrências
em vários concelhos, dezenas de pessoas foram retiradas das suas casas
por causa das chamas.
Segundo Patrícia Gaspar, o incêndio em
Coimbra obrigou à retirada de 40 pessoas, que, entretanto, já
regressaram às suas habitações.
O fogo na Mealhada, distrito de Aveiro,
obrigou à retirada de 16 idosos, e em Ferreira do Zêzere, distrito de
Santarém, também se registaram pessoas deslocadas.
Em Tomar, as chamas obrigaram à retirada
de cerca de 80 pessoas das suas casas situadas em várias localidades.
No Louriçal, distrito de Castelo Branco, foi evacuada uma unidade
hoteleira, além de residentes de casas em nove localidades.
Já este domingo, cerca de trinta pessoas
foram retiradas das suas casas em localidades do concelho de Ferreira
do Zêzere, Santarém, devido a um incêndio que permanecia ativo em quatro
frentes, disse o presidente da Câmara Municipal, Jacinto Lopes.
“Não temos propriamente aldeias
evacuadas, temos várias localidades que foram evacuadas parcialmente,
naquelas onde as pessoas quiseram sair”, declarou à Lusa Jacinto Lopes,
acrescentando que esta retirada da população aconteceu em “seis a sete
localidades”. De acordo com o autarca, “foram retiradas de casa cerca de
30 pessoas”.
O poder local, segundo Jacinto Lopes,
aconselhou “algumas unidades hoteleiras para as pessoas saírem, para
mais tarde não criarem uma situação de risco”. A informação mais recente
na página Proteção Civil diz que este fogo está a ser combatido por
mais de 400 operacionais e seis meios aéreos. Os aviões enviados por
Espanha, ao abrigo do pedido de ajuda de Portugal, deverão ser
canalizados para esta zona.
3.500 homens no terreno
Quase 3.500 operacionais combatiam ao
início da tarde, 25 incêndios em Portugal Continental. Os fogos nos
distritos de Leiria, Coimbra, Castelo Branco e Santarém eram os que
mobilizavam mais meios, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Estavam 31 meios aéreos em ação.
Segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional
de Proteção Civil, o incêndio que deflagrou na sexta-feira em
Alvaiázere, no distrito de Leiria, mobilizava 335 homens e era uma das
ocorrências mais graves. Em Coimbra, o fogo que teve início na tarde de
sábado em Carvalhosas, junto à praia fluvial do Mondego, em Torres do
Mondego, era combatido por 281 bombeiros, apoiados por três meios
aéreos.
Este incêndio, que mantinha várias
frentes pelas 05:15, destruiu pelo menos uma casa de primeira habitação,
provocando dois desalojados na aldeia da Lata, no concelho de Miranda
do Corvo, disse o presidente da Câmara, Miguel Baptista, à agência Lusa,
na noite de sábado. Devido a este fogo, a estrada nacional (EN) 17,
vulgarmente conhecida por Estrada da Beira, continua cortada ao trânsito
entre Ceira e Ponte Velha.
Em Cantanhede, também no distrito de
Coimbra, o fogo foi considerado dominado, mas ainda estão 300 homens no
terreno. As câmaras de Coimbra e de Cantanhede mantêm ativados os
respetivos planos municipais de Emergência de Proteção Civil acionados
na sexta-feira.
No distrito de Santarém, e para além de
Ferreira do Zêzere, concentram também as atenções das autoridades Tomar,
com o fogo já dado como dominado, e Abrantes. Nestes locais, há ainda
centenas de operacionais a fazer trabalhos de rescaldo.
Mais a norte, os casos mais graves estão
na Mealhada, distrito de Aveiro, onde estavam 213 homens a lutar contra
um incêndio em floresta, e em Castelo Branco onde 178 homens que
combatem as chamas em mato no Louriçal do Campo.
Observador
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