Incêndio em Pedrógão Grande: 64 vítimas mortais
O incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande provocou até ao momento 64 vítimas mortais.
A GNR confirmou esta segunda-feira, ao início da noite, que o balanço de vítimas mortais aumentou para 64.
A GNR não adianta, porém, se há vítimas de nacionalidade estrangeira. A questão surge depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês ter anunciado em comunicado que um cidadão francês está entre as vítimas mortais do incêndio florestal que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande.
O balanço anterior apontava para 63 mortos. Jaime Marta Soares, visivelmente emocionado, informou esta tarde que um bombeiro, que pertencia à corporação de Castanheira de Pera, faleceu no hospital. Este era casado, tinha 40 anos e um filho.
As autoridades não avançaram com um novo balanço de feridos, fixando-se o anterior em 135, a maioria com ferimentos ligeiros.
Ao fazer o ponto de situação, o comandante Elísio Oliveira disse que a tarde foi "bastante difícil, com situações complexas que ainda se mantêm".
70% do incêndio já está dominado, mas os 30% ainda ativos inspiram cuidados, adiantou, reiterando a necessidade de que as populações cumpram as indicações das autoridades.
"Os aglomerados populacionais são bastantes dispersos, vamos continuar com este trabalho difícil", disse.
O fogo, que deflagrou às 13h43 de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.
Além de Pedrógão Grande, existem quatro grandes fogos a lavrar nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco. Em todo o País, os fogos mobilizam um total de cerca de 2.155 operacionais, 666 veículos e 21 meios aéreos.
Pela terceira vez em dois dias, o Presidente da República pediu que não se arranje "mais uma frente" de combate, com a discussão sobre o que fazer para evitar incêndios como o que começou em Pedrógão Grande.
Primeiro na sua mensagem ao país, no domingo, e hoje, por duas vezes, na sua segunda visita à zona afetada pelos incêndios, pediu para que essa "reflexão" se faça mais tarde.
A fórmula foi idêntica em Avelar (Ansião) e em Cernache do Bonjardim, com Marcelo a pedir que não se faça a discussão por enquanto.
"Estamos no momento de combate em que, a pouco a pouco, vamos conseguindo controlar a situação", disse o chefe de Estado, pedindo que não se junte "mais uma frente" à "frente" de combater as chamas e apoiar as vítimas.
Depois, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Avelar, mas também em Cernache, haverá "todo o tempo do mundo para falar de causas, reflexões".
De críticas, Rebelo de Sousa respondeu com um sorriso quando uma jornalista lhe perguntou se não se chateava quando o criticavam por ir distribuir beijos.
Nestes momentos de dor, "os afetos ou chamem-lhe o que quiserem", são necessários.
In Sapo24
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