No distrito de Leiria, entre Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra
e Aguda já arderam 25.969 hectares desde o passado sábado. Já no
concelho de Pampilhosa da Serra o fogo consumiu outros 7310 hectares, a
que acrescem outros 481 hectares no concelho de Oleiros, distrito de
Castelo Branco, segundo o EFFIS. Neste distrito, a área ardida foi
contabilizada desde domingo.
Estes valores colocam a tragédia de sábado como a mais negra de
sempre no país em termos de incêndios. Não só em número de vítimas, mas
também de área ardida. O fogo de Cachopo, em Tavira, em Julho de 2012
passa agora a ser o segundo maior, com 24.843 hectares de área ardida,
seguido pelo de Ulme, na Chamusca, que em Agosto de 2003 destruiu 22.190
hectares.
No ano passado, os incêndios florestais mais graves aconteceram nos
concelhos de Arouca e São Pedro do Sul, onde o fogo consumiu no total
cerca de 29 mil hectares de terreno. No período entre Janeiro e Outubro
de 2016, a área ardida contabilizada foi de 160.490 hectares, um recorde
nos últimos dez anos, de acordo com o relatório do Instituto da
Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e que só tem dados até ao
último trimestre.
Já neste ano, até dia 15 de Junho, foram
registados 5760 incêndios em Portugal, que consumiram 15.184 hectares.
Os dados mais recentes do ICNF ainda não incluem o trágico incêndio do
último fim-de-semana, mas mostram que o cenário já era negativo e que
vai piorar. Nestes primeiros seis meses do ano, a área ardida já
representava mais 60% do que a média da área ardida entre 2007 e 2016,
de 9636 hectares.
Tanto o número de ocorrências como a área ardida estão acima da média
registada entre 2007 e 2016 para o mesmo período de 1 de Janeiro a 15
de Junho. Em termos de área ardida, o valor só tinha sido ultrapassado
em 2009, 2012 e 2015, mostram os dados enviados ao PÚBLICO. O número de
ocorrências é o terceiro mais elevado neste período.
“Comparando
os valores do ano de 2017 com o histórico dos últimos dez anos
destaca-se que se registaram mais 32% de ocorrências e mais 58% de área
ardida relativamente à média verificada no decénio 2007-2016”, explica o
ICNF, que destaca também o elevado número de reacendimentos.
O Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais baseia os dados
em estimativas com base em 80% da área total ardida que são depois
confirmadas pelas autoridades nacionais. Assim, os totais contabilizados
tendem a ser mais elevados.
Nas estatísticas de área ardida
divulgadas desde 1980 pelas autoridades nacionais, o ano de 2003
continua a figurar como o pior, com 425.726 hectares. Segue-se 2005, com
338.262 hectares consumidos pelo fogo. O ano de 2008 é o que apresenta
melhor registo, com apenas 17.244 hectares atingidos pelas chamas.
O
último balanço sobre o incêndio florestal que deflagrou no sábado em
Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, confirmou que há 63 vítimas
mortais. Já tinham sido confirmados 62 óbitos, somando-se agora mais um,
de um bombeiro que estava internado em Coimbra. Há ainda 135 feridos,
entre os quais 121 civis, 13 bombeiros e um militar da GNR. Dos 135
feridos, sete estão em estado grave: cinco bombeiros voluntários e dois
civis. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de
casas e viaturas destruídas.
Como chegar aos dados do EFFIS em 3 passos
- Na Homepage do EFFIS, vá às ferramentas do lado esquerdo e clique em "Burnt Area Locator"
- Vá ao canto superior direito e escolha "Portugal"
- Nesse
mesmo lado direito, aparece uma lista de fogos. Basta clicar no
primeiro na lista e verá a dimensão do incêndio de Pedrógão.
In Público
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