Terminou a "Fase Charlie"
Terminou no fim do dia 30 de Setembro a "Fase Charlie", a que mobilizou um maior número de efectivos e de meios de combate aos fogos florestais, com uma área ardida provisória que será a mais reduzida dos últimos anos.
Embora sem resultados finais, que serão disponibilizados proximamente, este foi, em termos de área ardida e de número de ocorrências, um evidente sucesso, que será salientado pelo facto de, pela primeira vez desde há muito, não ter havido perda de vidas humanas quer entre os elementos adstritos ao combate aos fogos, quer entre a população civil.
Esta deverá ser, portanto, altura para reflectir não apenas quanto ao desempenho do dispositivo, mas numa perspectiva mais alargada que tenha em conta as evidentes alterações climáticas, que colocam em causa a tradicional divisão por fases, bem como as profundas alterações que o País tem sofrido ao longo dos últimos anos e que condiciona quer a forma de actuar dos meios de socorro, quer a disposição geográfica dos meios.
Faltará, sobretudo, analizar que País temos e o que estão efectivamente a defender os meios colocados no terreno, muitas vezes posicionados em áreas onde pouca vegetação sobreviveu aos fogos da última década ou em zonas desertificadas, sem sustentabilidade económica e com uma estrutura demográfica que já não permite a auto defesa das populações, sem o que qualquer conclusão baseada em área ardida, na rapidez da intervenção ou no número de ocorrências não passa de uma ilusão que esconde os podres de um Portugal que quer viver uma fantasia.
Verão Verde
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