terça-feira, 29 de abril de 2008

Incêndio deflagrou em piso onde idosa morava sozinha

O incêndio que hoje causou a morte a duas pessoas deflagrou no terceiro piso de um edifício onde funcionavam "residências internas independentes" e no qual morava uma idosa de 82 anos, disse à Lusa fonte dos bombeiros.

O incêndio, cujas causas são desconhecidas, atingiu um prédio no largo do Convento da Encarnação, junto ao Campo Santana, Lisboa, onde estava instalado um Centro Integrado do Centro Regional da Segurança Social, provocando 2 mortos e 27 feridos.

O tenente-coronel Carlos Fernandes, comandante das operações dos bombeiros no local, contou à Lusa que o fogo deflagrou no terceiro piso do edifício onde funcionavam residências internas independentes.

"No local onde se terá iniciado o incêndio residia uma idosa de 82 anos que faleceu", adiantou Carlos Fernandes, acrescentando que o fumo progrediu depois para os quarto e quinto andares do edifício.

As chamas irromperam às 03:17, tendo o incêndio ficado extinto às 04:55.

O responsável dos bombeiros referiu também que o combate ao incêndio foi dificultado pela arquitectura antiga do edifício e pelas deficientes acessibilidades.

O edifício está situado numa zona antiga, numa praceta que dá acesso a ruas muito estreitas e que tem vários carros estacionados.

"Houve dificuldade no combate porque os meios não eram os mais adequados", disse, referindo-se aos extintores e às portas de emergências.

O responsável salientou também a necessidade de se agilizarem os tempos de alarme de incêndios.

"Demorámos oito minutos para iniciar o combate às chamas mas poderíamos ter começado mais cedo", disse.

O tenente-coronel Carlos Fernandes adiantou ainda que os bombeiros foram os primeiros a chegar ao edifício, no qual residiam 64 pessoas, tendo sido criado um corredor de evacuação.

No edifício encontravam-se algumas crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

O chefe de divisão da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Vítor Vieira, disse que as pessoas que vivem em partes do edifício que não foram atingidas mantêm-se nos apartamentos.

"As pessoas que foram transportadas aos hospitais com ferimentos ligeiros serão depois realojados em outras instituições da Segurança Social", referiu.

Questionado sobre se o edifício estaria com as vistorias em ordem, Vítor Vieira disse que não foi para isso que a Protecção Civil foi ao local mas sim para prestar auxílio às pessoas.

Vítor Vieira contou que a Protecção Civil está a acompanhar a situação desde as 04:00, adiantando não ter havido necessidade de intervir.

Dos 27 feridos, sete inspiram cuidados e os restantes 20 foram transportados aos hospitais de S. José, Santa Maria e Curry Cabral.

De acordo com testemunhos locais, a intervenção de forças policiais permitiu o salvamento de muitos dos idosos e dos residentes no prédio.

Acorreram ao incêndio 27 bombeiros do Regimento de Sapadores, 16 dos Voluntários, quatro ambulâncias do INEM e duas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER).

A Polícia Judiciária está no local para investigações.

Lusa