quinta-feira, 14 de julho de 2022

Incêndios da Caranguejeira e Oliveira de Azeméis dominados. O ponto de situação sobre os principais fogos em Portugal

 Vista geral (atualizado às 21h40)

  • Número total de incêndios rurais: 72
  • 12 em curso; 16 em resolução e 44 em conclusão
  • Número total de operacionais mobilizados: 3658
  • Número total de viaturas operacionais mobilizadas: 1115
  • Número total de meios aéreos mobilizados: 2

*Fonte: site da Proteção Civil

Mais de 160 incêndios foram registados até às 19:30 de hoje em Portugal continental, mais quatro do que os verificados na quarta-feira, indicou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Num balanço feito pelas 20:30 na sede da ANEPC, em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa), o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, disse hoje que foram contabilizados 165 incêndios e que 23 ainda se mantinham ativos.

Foram “registados 165 incêndios registados até às 19:30 de hoje, mais quatro do que no dia de ontem [quarta-feira]”.

Segundo o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, desde o dia 08 de julho até hoje, foram “registadas 9.098 ocorrências e foram envolvidos um total de 33.000 operacionais, 8.871 meios terrestres e 510 meios aéreos”.

Leiria (atualizado às 21h40)

  • Número de ocorrências: 6
  • Onde: Barrocal - Sicó e Abiul (em curso); Caranguejeira e Parceiros e Azoia (em resolução); Regueira de Pontes e Casal do Pilha (em conclusão)
  • 970 operacionais
  • 276 viaturas
  • 1 meio aéreo

O que se sabe até agora:

O incêndio que hoje se reacendeu no concelho de Leiria está dominado, disse à Lusa o vereador com o pelouro da Proteção Civil, Luís Lopes.

Segundo o autarca socialista, o fogo, que teve ignição na freguesia da Caranguejeira, na terça-feira, e que depois se estendeu a Colmeias e Memória, Milagres, Boa Vista e a União de Freguesias de Souto da Carpalhosa e Ortigosa, ficou dominado pelas 17:00.

Luís Lopes acrescentou que a situação no Crasto, na zona de Colmeias, e nos Milagres está controlada.

“Vamos manter todo o dispositivo para ações de vigilância e rescaldo. Ontem, por esta hora, também tínhamos a situação controlada e, hoje, com o calor, voltaram os reacendimentos”, alertou.

O vereador disse ainda que os meios estão a ser “reposicionados” e que está a ser efetuado patrulhamento por toda a área, “até para dar alguma segurança à população”.

“Espera-se uma maior humidade nas próximas horas, o que poderá ajudar à consolidação do rescaldo”, destacou.

O incêndio florestal que deflagrou na terça-feira na Caranguejeira, concelho de Leiria, e que esta madrugada entrou em resolução, reacendeu na manhã de hoje.

Houve vários reacendimentos no perímetro do incêndio, com destaque para Portela do Outeiro, Lourais e Crasto, na União de Freguesias de Colmeias e Memória.

Este responsável frisou não haver danos em habitações ou registo de feridos.

Santarém (atualizado às 21h40)

  • Número de ocorrências: 7
  • Onde: Ninho de Águia (em resolução), Espite, Lavradio, Matas e Cercal, Glória do Ribatejo e Granho e Além da Ribeira e Pedreira (em conclusão)
  • 126 operacionais
  • 39 viaturas
  • 0 meios aéreos

O que se sabe até agora:

Em Ourém, as chamas foram controladas pelas 23:00 desta quarta-feira em Cardal e São Jorge, passando o incêndio a uma fase de resolução. Uma frente, que vinha "atrasada" de Ansião, Leiria, estava de manhã a causar preocupação, mas para já, segundo informações do site da proteção civil, todos os fogos neste distrito estão em fase de resolução ou conclusão. Todavia, o dispositivo mantém-se no terreno para acautelar reativações, até considerando a situação preocupante no distrito vizinho de Leiria.

Aveiro (atualizado às 21h40)

  • Número de ocorrências: 2
  • Onde: Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz (em resolução); Albergaria-a-Velha e Valmaior (em conclusão)
  • 366 operacionais
  • 123 viaturas
  • 0 meios aéreos

O que se sabe até agora:

O incêndio que deflagrou na quarta-feira em Oliveira de Azeméis e alastrou aos concelhos de Estarreja e Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, está dominado, disse fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro.

“O incêndio foi dado como dominado às 20:00. Neste momento, não há vento. Passou a parte pior”, disse à Lusa o comandante do CDOS de Aveiro, José Carlos Pinto.

O mesmo responsável adiantou ainda que o dispositivo mantém-se no terreno por causa de possíveis reacendimentos.

O incêndio deflagrou na quarta-feira à tarde, pelas 12:54, no lugar da Senhora da Ribeira, na freguesia de Pinheiro da Bemposta, em Oliveira de Azeméis, e a instabilidade do vento fez com que as chamas chegassem a Albergaria-a-Velha e Estarreja.

As autoestradas A1, A29, A25 e o Itinerário Complementar 2 (IC2) chegaram a estar cortadas devido ao incêndio. Pouco depois das 00:00, a circulação foi reposta na A25 e o no IC2 e cerca das 05:30 foi reaberta a A29 e a A1.

Viana do Castelo (atualizado às 21h40)

  • Número de ocorrências: 3
  • Onde: Lindoso e Cerdal (em curso), Vilar de Mouros
  • 104 operacionais
  • 34 viaturas
  • 0 meios aéreos

O que se sabe até agora: 

O incêndio teve início pelas 14:00 de quarta-feira, em Vilar de Mouros, estendeu-se a Lanhelas, obrigou ao corte durante quase cinco horas da Autoestrada 28 (A28) e foi dado como estando em resolução pelas 10:00 de hoje. No entanto, há registo de pelo menos um foco em curso em Lindoso, e este é um dos incêndios que está a merecer maior atenção por parte da Proteção Civil.

O presidente da Câmara de Ponte da Barca reclamou hoje o envio de meios aéreos pesados para o combate ao incêndio que lavra há dias no Lindoso, revelando ter endereçado o pedido para o gabinete do primeiro-ministro.

Segundo Augusto Marinho, o incêndio “agravou-se hoje de forma muito substancial, tendo agora duas frentes que não estão a conseguir controlar, por ser um território de difícil acesso”, e onde “o combate faz-se apeado, tendo os homens de percorrer grandes distâncias”.

Sublinhando que desde quarta-feira que contam com “o apoio de dois meios aéreos ligeiros”, o autarca do distrito de Viana do Castelo frisou que o agravamento hoje verificado levou, numa das frentes, as chamas para “a Serra Amarela, enquanto a outra dirige-se para as aldeias de Lourido e Ermida”.

“Nas duas aldeias vivem cerca de 150 pessoas. Para já não estamos a equacionar evacuar nenhuma delas”, disse.

De um cenário em que, descreveu, “as temperaturas estão elevadas e o vento está forte”, avançou com o pedido ao Governo, argumentando que “os meios aéreos ligeiros são insuficientes para este combate”.

“Do gabinete do primeiro-ministro responderam-me que iam direcionar o pedido e ver os meios que conseguem colocar aqui”, revelou.

Guarda (21h40)

  • Número de ocorrências: 3
  • Onde: Guarda e São Paio (em curso), Sameice e Santa Eulália (em resolução), Freixo (em conclusão)
  • 218 operacionais
  • 68 viaturas
  • 0 meios aéreos

O que se sabe até agora: 

O incêndio que deflagrou na quarta-feira em Seia e que esta madrugada entrou em resolução, reacendeu pelas 13:00 e está a ser combatido por 193 operacionais, mas está a “acalmar”, informou o presidente da autarquia.

“[O fogo] está a acalmar. Esteve complicado durante toda a tarde, [devido a] picos de calor, mudanças de vento e [rajadas de] vento acima de 50 quilómetros por hora”, disse à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Seia, Luciano Ribeiro.

O autarca, contactado pelas 19:20, acrescentou que durante a tarde as aldeias de Pereiro e de Vila Verde ainda estiveram em risco, mas as chamas não atingiram habitações.

Luciano Ribeiro referiu que o combate está a evoluir favoravelmente e “o vento vai mudar para a área que já ardeu”, o que facilitará as operações.

Segundo o autarca, estão no terreno três máquinas de rasto para trabalharem durante a noite na consolidação para que sejam evitados novos reacendimentos.

“A ideia é conseguir circunscrever a zona toda de incêndio até às 06:00”, rematou.

Baião (no Porto, 21h40)

  • Onde: Teixeira e Teixeiró (em curso)
  • 113 operacionais
  • 37 viaturas
  • 0 meios aéreos

O incêndio que deflagrou na madrugada de hoje em Baião já foi controlado na frente que evoluía para Amarante, nas zonas de Murgido e Carneiro, disse à Lusa a proteção civil de Amarante, estimando uma área ardida de 600 hectares.

Segundo a fonte, o vento mudou de direção durante a tarde, ajudando no combate do lado de Amarante, mas as chamas voltaram-se para Mafómedes, Baião, na serra do Marão.

Nas últimas horas, os bombeiros montaram um dispositivo para defenderem as zonas habitacionais das aldeias de Amarante, com a ajuda de uma máquina de rasto, para facilitar os acessos, acrescentou.

“Agora está tudo controlado, mas não sabemos como vai evoluir, dependendo do vento”, assinalou ainda.

As chamas têm consumido sobretudo mato e alguns eucaliptos.

Entretanto, segundo o presidente da Câmara de Baião, Paulo Pereira, mas duas frentes ativas em Baião (Mafómedes e Vilarelho) não há habitações em risco, referindo que a maior dificuldade do combate tem a ver “com os ventos forte na serra”, provocando vários reacendimentos.

Setúbal (atualizado às 21h40)

  • Número de ocorrências: 4
  • Onde: Laranjeiro e Feijó, Charneca de Caparica e Sobreda e Palmela (em resolução), Alto do Seixalinho, Santo André e Verderena (em conclusão)
  • 233 operacionais
  • 75 viaturas
  • 0 meios aéreos

O que se sabe até agora:

O dia amanheceu com uma situação mais calma, com apenas alguns focos de incêndio, mas a ceder ao combate. Mais tarde, pelas 09h30, o incêndio em Palmela foi dado como dominado. No entanto, quase 300 operacionais mantêm-se no terreno para acautelar reativações. Este fogo fez 10 feridos, cinco dos quais bombeiros e cinco civis, 1 em estado grave.

Outras informações relevantes:

In Sapo24