aflição e o silêncio de quem viu as suas empresas afetadas em Oliveira do Hospital
Vários dos complexos da zona industrial de Oliveira do Hospital arderam parcial ou totalmente. Por entre escombros, armazéns queimados e maquinaria destruída, emergiu a aflição e o silêncio perante a incerteza do futuro.
Fernando Brito, proprietário de uma
carpintaria que empregava mais de 12 pessoas, estava hoje à tarde,
juntamente com alguns dos trabalhadores, nas traseiras daquilo que
restava da empresa que fundou, na zona industrial de Oliveira do
Hospital, no distrito de Coimbra.
Enquanto algum fumo saía de dentro dos armazéns de onde nada se salvou, surgia um silêncio entre proprietário e funcionários perante o cenário enegrecido de completa destruição.
"Ardeu praticamente tudo", disse à agência Lusa Fernando Brito, perante o olhar soturno dos funcionários.
O fundador da empresa ainda não sabe o que fazer, mas assegura que "sem ajuda de alguém" não deve ter capacidade para se manter.
Com poucas palavras e de voz embargada, resume: "é um dia de luto".
Enquanto algum fumo saía de dentro dos armazéns de onde nada se salvou, surgia um silêncio entre proprietário e funcionários perante o cenário enegrecido de completa destruição.
"Ardeu praticamente tudo", disse à agência Lusa Fernando Brito, perante o olhar soturno dos funcionários.
O fundador da empresa ainda não sabe o que fazer, mas assegura que "sem ajuda de alguém" não deve ter capacidade para se manter.
Com poucas palavras e de voz embargada, resume: "é um dia de luto".
A empresa especializada em sementes de relva de jardim viu parte dos armazéns a arder. Cerca de um terço do ‘stock’ ficou destruído e a cabine das máquinas "derreteu toda", aponta Aaron, enquanto anda pela parte ardida, a coxear - resultado de um ferimento num prego solto enquanto tentava apagar o incêndio.
Depois de uma noite a lutar para salvar a sua casa, foi de manhã que se deparou com o armazém a arder.
"São doze postos de trabalho. Não sei se estão em risco, mas também não posso prometer nada", afirmou, referindo que as pessoas "estão muito abaladas".
"É uma vida", disse o jovem de olhos vermelhos e mãos enegrecidas pelas cinzas, que diz que agora "há que arregaçar as mangas".
Na Socorreias, o proprietário, de 70 anos, anda de mangueira na mão a apagar um pequeno reacendimento.
À frente da empresa que Artur Correia fundou há 42 anos, há um carro calcinado que saltou o passeio e derrubou com a dianteira a cerca da Socorreia.
"Isto é uma catástrofe. Foi uma coisa assustadora. A aflição, a agonia, aquilo que construímos durante anos e numa noite vemos tudo perdido", conta o homem de 70 anos, que ainda não pregou olho.
Durante a noite, dividiu-se entre controlar as chamas perto da sua casa e ver se o fogo estaria próximo da sua empresa, ligada à construção e eletricidade.
Quando se deparou com as chamas, apenas teve tempo de salvar viaturas e evitar a entrada das chamas nos armazéns.
Mesmo assim, diz que terá "umas centenas
"Eu queria ver se não perdia os meus trabalhadores. Tenho aqui pessoas com 30 e tal anos de casa. Somos quase uma família e apertamos a mão a todos, que só por mim, a empresa não estava aqui passados 42 anos, também é deles", contou.
Apesar de algum desalento, Artur Correia diz que ainda há "pujança" para dar a volta, mas sozinho não consegue.
"Só por mim, não consigo. Não há tesouraria que aguente. Têm que me ajudar", contou à Lusa o empresário sublinhando que "só quem passa por elas é que sente".
"É uma tristeza", resumiu.
In Sapo24
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