sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Incêndio em Arganil leva à falta de água, luz e telefone em Meda

O lugar de Meda não tem água, luz e telefone devido ao incêndio que lavra no concelho de Arganil, tendo morrido sete cabras na vizinha aldeia de Machorro, apurou a agência Lusa no local.

Os 12 moradores de Meda viveram esta tarde momentos de aflição. Ouviram-se nas ruas gritos dos residentes e muitas queixas pela alegada falta de apoio dos meios de combate ao fogo.

Artur Nunes, de 72 anos, é um dos populares mais revoltados com a situação. "Está aqui apenas um carro de bombeiros", lamentou à Lusa, nom momento que a povoação estava cercada pelas chamas, sendo muito reduzida a visibilidade devido ao fumo que cobria as ruas e habitações.

Em Machorro, António Nascimento Costa viu morrer sete caprinos que tinha dentro de uma cerca ao ar live, além de mais de 50 fardos de palha destinados a alimentar os animais.

"Tanto pedi para me ajudarem e nem um bombeiro apareceu", disse António Costa, chorando a perda do que "era fruto de tanto trabalho". O fogo destruiu também um curral em Machorro.

Nestas aldeias, os populares empenharam-se no combate ao fogo por todos os meios disponíveis, carregando baldes de água para os sítios mais vulneráveis, o que deixou de ser possível depois de ter faltado a água da rede pública, cuja tubagem terá sido danificada.

"Ai que tristeza tão grande", gritava uma mulher, numa altura em que as chamas já tinham destruído grande parte da vegetação em redor da aldeia, apesar de não ter chegado a afetar as casas.

O fogo que deflagrou hoje, pouco antes da 13:00, na freguesia de Coja, concelho de Arganil, chegou a aproximar-se de algumas povoações, mas "não há casas em perigo", disse à Lusa, às 16:30, uma fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra.

A essa hora, o incêndio florestal avançava três direções que totalizavam seis quilómetros de frente.
A aproximação do fogo ao lugar de Meda "é a situação mais preocupante", admitiu a fonte do CDOS.
O Plano Municipal de Emergência de Arganil foi acionado devido à dimensão deste incêndio.

Este incêndio continua a ser combatido por cerca de 300 operacionais, apoiados por 77 viaturas, segundo o sítio da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Estão ainda envolvidos no ataque às chamas nove meios aéreos, designadamente dois helicópteros bombardeiros e seis aviões bombardeiros, além de uma outra aeronave não especificada.

Lusa