segunda-feira, 23 de julho de 2012

Quarenta casas destruídas no concelho de Santa Cruz

Quarenta casas onde viviam cerca de 120 pessoas foram destruídas na sequência dos incêndios da última semana no concelho de Santa Cruz, informou hoje o presidente da câmara municipal.

“Isto é uma situação que se verifica mais nas freguesias de Santa Cruz, Gaula e Camacha,”, afirmou José Alberto Gonçalves, adiantando que seis famílias do concelho ainda se mantêm no Regimento de Guarnição n.º 3, do Exército, enquanto outras foram acolhidas por amigos ou familiares.

Numa conferência de imprensa no quartel dos Bombeiros Municipais de Santa Cruz, o autarca adiantou que a prioridade é o realojamento das vítimas, trabalho que está em curso com o apoio da Investimentos Habitacionais da Madeira e da Segurança Social, e explicou que está também a ser aferida se as famílias afetadas têm possibilidade de avançar para a reconstrução das habitações.

Sobre as casas parcialmente consumidas pelas chamas, cujo número ainda não está apurado, José Alberto Gonçalves declarou que esta situação “faz com que haja necessidade de apoio”. Nesse sentido, apelou à doação de materiais de construção, portas, janelas, eletrodomésticos, móveis ou equipamentos de cozinha, pedindo para que os bens sejam canalizados para o armazém municipal.
O levantamento de danos na agriculta e pecuária e respetivas estruturas de apoio também vai ser efetuado, referiu.

O autarca está a estudar a possibilidade de pedir ao Governo Regional a declaração da situação de calamidade.Agradecendo a “solidariedade imensa” que decorre desde que os incêndios atingiram o concelho, de particulares a empresas, José Alberto Gonçalves considerou ainda o trabalho da Proteção Civil como “meritório”.“Houve a coordenação possível com os meios possíveis”, sustentou, destacando o apoio de outras corporações da região e adiantando que os Municipais de Santa Cruz necessitam de luvas e mangueiras.O autarca esclareceu não existirem neste momento estradas encerradas no concelho e “todo o município está com energia elétrica”, embora decorram ainda trabalhos de substituição de postes de eletricidade.

O responsável acrescentou que a corporação de Machico “anda com autotanques a fornecer água, sobretudo a cisternas coletivas”, para que “possam ser repostos os níveis de água”.
“Devido ao grande consumo para proteção de habitações e para limpezas tem havido um grande consumo, o que levou a que os tanques de distribuição tenham quebra de níveis”, explicou, apelando à população para ter “muita contenção” no consumo de água.

Sobre o abastecimento de água, José Alberto Gonçalves afiançou que as pessoas que foram atingidas pelos incêndios e que tiveram de consumir muita água vão pagar apenas o equivalente ao consumo médio que tinham antes dos fogos.Neste momento, no concelho, além do levantamento dos danos, prosseguem os trabalhos de limpeza, com o apoio de várias entidades, incluindo os militares.
José Alberto Gonçalves exortou os proprietários de terrenos para que procedam à sua limpeza e se precisarem de apoio para o fazerem que solicitem à câmara.“As pessoas têm de ser mais conscientes e limparem aquilo que lhes pertence”, salientou.

Lusa