Bombeiros de Oliveira do Hospital afetados pela quebra do transporte de doentes
A acentuada diminuição da prescrição de transporte de doentes, por parte dos médicos, está a causar danos nas contas dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital.
Ainda a aguardar pelo resultado do balanço do primeiro trimestre de 2011, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (AHBVOH) não esconde a frágil situação por que está a passar.
“As corporações investiram em equipamentos e viaturas e agora dá-se uma machadada e ficamos com as viaturas e os trabalhadores parados”, referiu o presidente da direção da AHBVOH ao correiodabeiraserra.com, admitindo que a continuar esta situação, as corporações terão que “regressar ao passado” e “manter apenas o voluntariado a trabalhar”.
Responsabilizando a política de saúde posta em marcha pelo governo pela situação que está a afetar “todas as corporações do país”, Arménio Tavares assegura que a corporação não está a ser atingida no imediato, mas avisa que “a continuar a situação, vai ser prejudicada”.
“Temos algum fundo de reserva, porque a minha gestão sempre se pautou por isso”, confessou a este diário digital, garantindo que de momento, a possibilidade de despedimentos “não está no horizonte da AHBVOH”.
Fruto da redução de prescrição de transportes, a corporação da cidade que conta com os préstimos de 17 funcionários depara-se diariamente com a permanência de viaturas e bombeiros no quartel. É que, sem prescrição médica, a requisição de uma ambulância para uma deslocação a Coimbra custa 80 Euros a um oliveirense. “Quem tem dinheiro pode pagar, mas quem não tem, deixa de ir às consultar e de fazer tratamentos”, constata Arménio Tavares, garantindo porém que o serviço de urgências está sempre assegurado.
A agravar a situação da corporação que, neste momento passa por um período de contenção – “vamos ser mais cautelosos nas despesas”, observou Tavares – está ainda o aumento dos preços dos combustíveis. “São fatores que afetam a instituição”, sublinhou.
Em união de esforços, as corporações do país encetaram negociações com o governo, com o objetivo de restituir a normalidade aos corpos de bombeiros. “Há uma posição muito firme de reagir”, contou Arménio Tavares, adiantando que estão a ser ventiladas várias hipóteses de protesto.
O momento por que atravessa a corporação deverá ainda marcar a comemoração do 89º aniversário da AHBVOH. Marcada para 27 de março, a cerimónia vai contar com a habitual bênção de viaturas e a inauguração da escultura em granito, executada a custo zero, por Zeferino Monteiro. A matéria-prima também foi oferecida à corporação.
In "Correio da Beira Serra"
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