terça-feira, 10 de agosto de 2010

Incêndio em S. Pedro do Sul é o mais preocupante dos 9 activos

O incêndio de São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, continua a ser o mais preocupante dos nove incêndios activos, hoje, em Portugal Continental. O fogo lavra desde sexta-feira e durante a madrugada chegou a ter duas frentes activas, mas diminuiu para apenas uma graças à mobilização de quase 500 homens e 100 viaturas.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) destaca como outros casos significativos os incêndios em Vilarinho Furnas e Vila Seca (ambos em Braga).

O Bloco de Esquerda tenciona propor, no Parlamento, medidas de apoio à pequena agricultura atingida pelos incêndios, anunciou ontem, o deputado Pedro Soares, que classificou o incêndio de S. Pedro do Sul como uma "situação grave".

Pedro Soares, que preside à Comissão Parlamentar de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, visitou, na noite de segunda feira, vários locais da serra da Gralheira atingidos pelas chamas, considerando "muito difícil" a situação no terreno.

O deputado acrescentou que a principal preocupação das autoridades é a defesa das povoações.

"Sem alarmismos, há uma situação grave. Porque este incêndio na serra da Gralheira desde há vários dias que vem consumindo florestas e habitats naturais e ameaçando as populações", disse.

A situação, enfatizou, foi agravada na segunda feira com o acidente que matou um bombeiro da corporação de Alcobaça e que, "naturalmente, obrigou à deslocação de meios de combate ao incêndio para o salvamento de vidas".

Na deslocação à serra da Gralheira, Pedro Soares reuniu com responsáveis da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e com o Governador Civil de Viseu.

"Têm a situação identificada, mas não podem afirmar nenhuma expetativa sobre o final deste incêndio. A principal preocupação é a defesa das populações", declarou.

Perante o incêndio, o deputado bloquista destacou a importância do reordenamento da floresta portuguesa, dando como exemplo as "manchas enormes de espécies resinosas, como o eucalipto" que "dificultam extremamente o combate".

Assinalou, por outro lado, a necessidade da prevenção "todo o ano", aludindo, concretamente, à limpeza das matas.

"Este fogo demonstra à saciedade essa necessidade de prevenção", sublinhou.

Segundo informação disponibilizada pela ANPC no seu portal, na segunda feira registaram-se 399 incêndios florestais, sem indicação de área ou ardida ou tipo de vegetação afetada, que foram combatidos por 4602 operacionais, apoiados por 1209 veículos e 129 meios aéreos.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais iniciou a "Fase Charlie", considerada a de maior risco de incêndios, a 01 de julho e deverá terminá-la a 30 de setembro.

As temperaturas máximas previstas para as principais cidades do país pelo são de 30 graus Celsius para o Porto, 38 para Lisboa, 34 para Faro, 26 para o Funchal e 25 para Ponta Delgada.

SIC