A polémica das áreas ardidas
A área ardida em Portugal entre 01 de Janeiro e 15 de Julho de 2008 duplicou face ao mesmo período de 2007, verificando-se uma aumento de 2.213 para 4.685, com os distritos de Braga, Bragança e Vila Real entre os mais atingidos.
Segundo os dados disponibilizados pela Direcção-Geral de Florestas, até ao dia 15 de Julho registaram-se 4.981 ocorrências, correspondentes a 1.023 incêndios florestais e 3.959 fogachos, enquanto em 2007 pouco passavam das 3.500.
Faltam, no entanto, adicionar os incêndios de maiores dimensões que ocorreram nas últimas semanas, como os que assolaram os concelhos de Soure e da Meda, que ainda esta noite estava activo, pelo que a diferença relativamente ao ano de 2007 pode vir a aumentar, algo expectável dado que o ano passado foi atípico em termos de área ardida.
O aumento de área ardida este ano, seria, pois uma evolução expectável, que não traduz uma diminuição da eficácia no combate nem qualquer falta de meios quando comparados com o dispositivo de anos anteriores, mas que demonstra que as declarações de alguns responsáveis, vangloriando-se de um sucesso mais que conjuntural, era algo de perfeitamente abusivo.
A eficácia do combate, em termos globais, aumentou ao longo dos últimos anos, tomando com partida o ano trágico de 2003, pelo que as variações, seja no sentido positivo, seja no sentido negativo, que contrariam esta tendência se devem a alterações conjunturais sobre as quais não existe controle, como a meteorologia.
Usar como comparação seja apenas o valor do ano passado, seja incluir o período necessário de modo a abranger os anos de 2003 e 2005 sem uma avaliação cuidada e devidamente cruzada com todos os factores que contribuem para os números finais, é um exercício de mera demagogia que em nada contribui para a seriedade de que a temática dos incêndios florestais se deve revestir.
Verão Verde
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