Fogo ameaçou habitações em Oliveira do Hospital
Incêndios mobilizaram ontem centenas de bombeiros para as zonas de Travanca e Chamusca. Junto à Estrada da Beira deflagrou outro foco considerado “suspeito”
Dois incêndios florestais que deflagraram ontem à tarde nas localidades de Travanca de Lagos e Chamusca da Beira, no concelho de Oliveira do Hospital, obrigaram à evacuação de moradores de algumas casas, assim como de animais.
Os dois fogos eclodiram em simultâneo, tendo os bombeiros sido alertados às 14h00, e os moradores das casas ameaçadas e animais colocados em segurança. As chamas deflagraram em locais de difíceis acessos para os bombeiros que adiantaram não haver feridos a registar.
De acordo como comandante dos Voluntários de Oliveira do Hospital, António Camacho, o fogo que deflagrou às 15h45, na zona de Travanca, e foi dominado às 18h25, dando-se início às operações de rescaldo. No combate às chamas estiveram envolvidos 118 combatentes, entre bombeiros de várias corporações de bombeiros e sapadores florestais, que contaram com o apoio de um meio aéreo.
Com solução mais complicada afigurava-se o fogo que deflagrou às 13h47, na zona de Sandomil, já no concelho de Seia e que progrediu em direcção às localidades de Póvoa das Quartas, Chamusca de Beira e Lagos no concelho de Oliveira do Hospital. Para o local foram mobilizados, de acordo com o Centro Distrital de Operações de Socorro de Coimbra, 78 combatentes, apoiados por um meio aéreo.
Todavia, de acordo com o CODS, depois das 18h30, a grande maioria dos elementos que estavam a combater o fogo a Norte, na zona de Travanca, deslocaram-se para a zona da Chamusca, reforçando significativamente o número de combatentes no terreno.
António Camacho disse ao Diário de Coimbra que, «o incêndio esteve quase extinto e, nessa altura, deflagrou um segundo foco, a cerca de um, dois quilómetros». Uma proximidade que deixa largas suspeitas àquele operacional, que não tem quaisquer dúvidas em afirmar que «o fogo não resultou de qualquer projecção», antes «foi deitado, mesmo à beira da estrada», ganhando rapidamente terreno e progredindo com grande intensidade, «tomando conta de uma encosta com um declive muito acentuado, que não permitiu que a primeira intervenção dos bombeiros resultasse como devia».
António Camacho queixa-se, também, da insuficiência de meios, sobretudo quando se viu confrontando com duas frentes de fogo. E também os aviões ou helicópteros tardaram, em seu entender, a chegar onde eram necessários.
As chamas criaram, disse ainda, algum perigo na zona da Póvoa das Quartas, onde «algumas habitações estiveram em risco», mas que os bombeiros conseguiram proteger, evitando que o pior acontecesse. «A frente de fogo virada para S. Gião está dominada», disse ainda o comandante ao Diário de Coimbra, por volta das 21h00, sublinhando que as atenções se centravam, a partir de então, na segunda frente de fogo, que progredia em direcção a Torosendo e Sandomil, já no concelho de Seia, onde, de resto, teve o seu início.
Todavia, as perspectivas do comandante eram animadoras, tendo em conta o acentuado arrefecimento nocturno e a maior humidade. «Dentro de duas horas devemos ter o incêndio dominado», disse.
Diário de Coimbra
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