quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Montenegro e os incêndios: "estamos em plena guerra. Agora é tempo de salvar o País" e depois "estaremos cá para fazer melhor no futuro"

Luís Montenegro está em Quarteira, no Algarve, para a Festa do Pontal, iniciativa que marca tradicionalmente a rentrée do Partido Social Democrata (PSD), tendo tocado em vários pontos no seu discurso, principalmente nos incêndios. O primeiro-ministro também tocou nos temas da imigração e no desporto, confirmado a possibilidade do país receber a F1 em 2027.

"É um privilégio ser português, pertencer a Portugal. Este nosso encontro, convívio, é sempre um momento de alegria. É o aproveitar desta época do ano", começou por dizer Montenegro.

"Mas, não no esquecemos dos nossos compatriotas, que neste momento estão numa situação difícil", disse o primeiro-ministro, lamentando logo a seguir os casos de “falta de cuidado e negligência” e os “atos criminais” que, em muitos casos, originam este tipo incêndios.

"Estamos a fazer o esforço máximo para ninguém ficar sozinho, para salvaguardar vidas e saúde. Estamos solidários para os que estiveram ontem, hoje e nos próximos dias a a sofrer de forma intensa, complexa, este flagelo dos incêndios", referiu Montenegro.

"Estamos a fazer, talvez, de forma discreta, mas estamos a utilizar tudo aquilo que é possível, depois de nos prepararmos. Estamos em plena guerra e não é agora que vamos fazer a discussão. Vamos primeiro salvar o nosso País e cá estaremos para fazer melhor no futuro", prometeu.

“Sabemos que esta é uma festa, mas temos sentido de responsabilidade. É possível fazermos isto ao mesmo tempo que estamos a fazer tudo para ajudar todos aqueles que estão a sofrer”, justificou o primeiro-ministro. Montenegro também sugeriu que o Governo está a preparar uma moldura penal mais severa para todos aqueles que são criminalmente responsáveis por incêndios.

Olhando também para a saúde, Montenegro garantiu a obra do Hospital Central do Algarve, em regime de parceria público-privada, para que "entre em funcionamento em 2030".

Temos várias decisões tomadas que são estratégicas. Estamos num setor que é muito difícil, mas é difícil porque o ponto de partida era muito mau. As mudanças demoram algum tempo a surtir efeito. Não estou a desculpar os casos que correm mal, mas não temos de perder a consciência daquilo que estamos a fazer", referiu Montenegro na parte sobre a saúde do seu discurso.

Em relação ao desporto, Montenegro saudou a "continuidade do MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve", confirmando também a "formalização de uma proposta para o regresso da F1 em 2027".

No que toca à imigração, Montenegro referiu a decisão do Tribunal Constitucional (TC), que ‘chumbou’ a nova Lei de Estrangeiras, acrescentando que “vão continuar não obstante alguns percalços”.

“Quero dizer de forma muito clara: para nós, é normal que o senhor Presidente da República possa ter dúvidas e remetê-las para o Tribunal Constitucional. É normal e deve ser respeitado. O que não é normal é que haja partidos políticos que peçam ao TC que faça um juízo político”.

"Não é normal” que substituam o juízo jurídico pelo juízo político, critica Montenegro.

“Estamos a tratar do futuro e daquilo que é importante. Vale mesmo a pena acreditar em Portugal. Não é pelo Governo. Portugal tem um povo fantástico e uma riqueza natural enorme. Portugal tem estabilidade financeira, económica, social e política. Portugal tem credibilidade externa. Portugal pode e vai ser um país com futuro”, finalizou o primeiro-ministro.

Começou por discursar Cristovão Nobre, líder distrital do PSD/Faro e candidato à Câmara, que defendeu os algarvios e reconheceu que os sucessivos governos têm falhado à região, o que ajuda a justificar o facto de estarem a apostar no partido liderado por André Ventura nas últimas eleições.

Mas, Nobre garante que a equipa liderada por Luís Montenegro tem dado finalmente resposta aos problemas do Algarve: na Saúde, na regulação da imigração e na gestão dos recursos hídricos, sobretudo.

“Vamos conseguir mudar o Algarve. Esperem pelas autárquicas”, afirmou Cristóvão Norte.

Também na rentrée estão vários membros do Governo, como os ministros Joaquim Miranda Sarmento, Miguel Pinto Luz, António Leitão Amaro, Castro Almeida, Graça Carvalho e Maria do Rosário Palma Ramalho. Em ano de eleições autárquicas, Montenegro chegou ao Pontal acompanhado por Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

In Madremedia