sexta-feira, 15 de julho de 2022

Há dois novos perfis de incendiários em Portugal. PJ tem lista com 700

 

Desde 2004, que a Polícia Judiciária tem hoje uma base de dados com 700 perfis psicológicos baseados em pessoas identificadas por prática de incendiarismo. Essa lista permite às autoridades portuguesas saber quais os tipos de incendiários em existem no país e monitorizar reincidências.

Fonte da PJ contou ao ‘Expresso’, que recentemente terão surgido dois novos perfis que se afastam do tradicional “iletrado, alcoólico e desestruturado”. Um deles apresenta motivações de vingança “por questões fúteis”, que podem ter na sua raiz desentendimentos que começaram em alguma rede social. O outro novo perfil caracteriza indivíduos com habilitações literárias, com estatuto profissional e socialmente bem ajustado.

“Os dois casos recentes de um engenheiro e de um eletricista demonstraram que a investigação criminal nesta área precisa de recorrer a todo o tipo de meios tecnológicos, como câmaras de videovigilância ou drones, para apanhar estes criminosos mais sofisticados”, explicou fonte da PJ ao mesmo jornal português.

O engenheiro é uma referência a Nelson Afonso, licenciado em Engenharia, que foi detido pela PJ ao fim de cinco anos de investigação, e que é acusado de 16 crimes de incêndio que consumiram 65 mil hectares entre 2020 e 2021.

Nelson Afonso recorria a engenhos incendiários sofisticados, nunca antes vistos pelos inspetores da Judiciária, e foi essa divergência da norma do que era conhecido que levou à conclusão de que se tratava de um novo perfil.

Quanto ao eletricista, trata-se de Rui Dias, de 30 anos, condenado recentemente pelo Supremo Tribunal a seis anos de prisão por quatro crimes de incêndio. Conta o ‘Expresso’ que esse foi um caso “que deu uma grande dor de cabeça aos inspetores”, por configurar u, novo perfil de incendiário.

Durante mais de um ano, Rui Dias foi vigiado pela PJ, e depois de tentativas de evasão, acabou por ser detido, em agosto de 2020, em flagrante delito, quando se preparava para pegar fogo, com recurso a um isqueiro, na área florestal de Paredes.

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