segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Incêndios florestais libertaram mais de metade das emissões anuais de carbono da Austrália

De acordo com os cientistas, os incêndios florestais na Austrália vão agravar-se. Tudo indica que irão começar mais cedo e durar mais tempo devido às secas e ondas de calor.
Os incêndios florestais, que estão atualmente a queimar o solo na Austrália, já libertaram mais da metade das emissões anuais de dióxido de carbono do país, dificultando, mais uma vez, a luta contra as alterações climáticas.

De acordo com os dados de satélite recolhidos pelo Goddard Space Flight da NASA, os incêndios que atingiram Nova Gales do Sul e Queensland emitiram 306 milhões de toneladas combinadas de dióxido de carbono desde 1 de agosto de 2019, o que representa mais da metade da pegada total de gases de efeito estufa (GEE) da Austrália no ano passado. Comparativamente à estimativa recolhida pelo Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus, num espaço de quatro meses foram emitidos 270 milhões de toneladas de GEE.

Esta não é a primeira vez que os incêndios florestais tornam a tarefa de limpar a atmosfera mais difícil. Também os incêndios deste ano na Amazónia e na Indonésia atingiram níveis sem precedentes. Para os cientistas, 2019 foi um “ano excepcional para os incêndios florestais”.

Contudo, na Austrália o cenário desastroso vai em linha com as condições climatéricas extremas, como a seca e ondas de calor que já atingiram os 48,5 graus Celsius. Segundo cientistas, a ocorrência de incêndios florestais desta dimensão deverá tornar-se mais frequente e  duradoura nos próximos anos.

Na passada segunda-feira, as autoridades registaram cerca de 200 focos de incêndio no continente mais habitado e seco do mundo. Nova Gales do Sul, o estado mais populoso, permanece na vanguarda do desastre, com quase 800 casas perdidas desde que a temporada de incêndios começou, de forma inesperada, no início do inverno. A crise se espalhou pelo o estado da Austrália do Sul, onde cerca de 86 casas foram destruídas no fim de semana passado.

In Jornal Económico