Incêndios florestais libertaram mais de metade das emissões anuais de carbono da Austrália
De acordo com os cientistas, os incêndios florestais na Austrália vão agravar-se. Tudo indica que irão começar mais cedo e durar mais tempo devido às secas e ondas de calor.
Os incêndios florestais, que estão atualmente
a queimar o solo na Austrália, já libertaram mais da metade das emissões anuais
de dióxido de carbono do país, dificultando, mais uma vez, a luta contra as
alterações climáticas.
De acordo com os dados de satélite recolhidos
pelo Goddard Space Flight da NASA, os incêndios que atingiram Nova Gales do Sul
e Queensland emitiram 306 milhões de toneladas combinadas de dióxido de carbono
desde 1 de agosto de 2019, o que representa mais da metade da pegada total de
gases de efeito estufa (GEE) da Austrália no ano passado. Comparativamente à
estimativa recolhida pelo Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus, num
espaço de quatro meses foram emitidos 270 milhões de toneladas de GEE.
Esta não é a primeira vez que os incêndios
florestais tornam a tarefa de limpar a atmosfera mais difícil. Também os
incêndios deste ano na Amazónia e na Indonésia atingiram níveis sem
precedentes. Para os cientistas, 2019 foi um “ano excepcional para os incêndios
florestais”.
Contudo, na Austrália o cenário desastroso
vai em linha com as condições climatéricas extremas, como a seca e ondas de
calor que já atingiram os 48,5 graus Celsius. Segundo cientistas, a ocorrência
de incêndios florestais desta dimensão deverá tornar-se mais frequente e
duradoura nos próximos anos.
Na passada segunda-feira, as autoridades registaram
cerca de 200 focos de incêndio no continente mais habitado e seco do
mundo. Nova Gales do Sul, o estado mais populoso, permanece na vanguarda
do desastre, com quase 800 casas perdidas desde que a temporada de incêndios
começou, de forma inesperada, no início do inverno. A crise se espalhou pelo o
estado da Austrália do Sul, onde cerca de 86 casas foram destruídas no fim de
semana passado.
In Jornal Económico
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