Bruxelas apresenta 5.ª feira propostas para reforçar proteção civil europeia
A Comissão Europeia vai apresentar na quinta-feira propostas para reforçar o mecanismo europeu de proteção civil, uma vontade expressa do presidente do executivo comunitário, Jean-Claude Juncker, na sequência dos devastadores incêndios florestais deste ano em Portugal.
Há um mês, pouco depois daquele que foi considerado o pior dia de incêndios florestais do ano em Portugal (15 de outubro, quando centenas de fogos causaram perto de meia centena de vítimas mortais), Juncker defendeu que "não é normal" o tempo que o país teve de esperar por assistência para combater os fogos e anunciou que encarregou uma "task force" de comissários de refletir, no prazo de um mês, "na remodelação e numa nova articulação dos mecanismos europeus de proteção civil, que não estão a funcionar a cem por cento".
Em entrevista à Lusa no final de outubro, considerou fundamental melhorar a resposta coletiva europeia a catástrofes -- o que pode eventualmente incluir a criação de uma força europeia permanente de proteção civil - afirmando que "após os trágicos incêndios florestais em Portugal, as coisas não podem continuar como estavam".
"A resposta solidária da UE a situações de necessidade tem de ser melhor, mais robusta e mais célere. Encarreguei o meu comissário para a Proteção Civil, Christos Stylianides, de apresentar propostas concretas durante o próximo mês. Ele vai trabalhar de perto com a comissária Corina Cretu, que tem a seu cargo a Política de Coesão e o Fundo de Solidariedade da UE, para fazer uma análise do conjunto total das nossas ferramentas da UE e como podem ser melhoradas", disse então.
O porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, indicou hoje na conferência de imprensa diária do executivo comunitário que "o colégio, após o apelo que o presidente Juncker fez há um mês, vai adotar, por iniciativa do comissário Stylianides, propostas para reforçar mecanismo europeu de proteção civil".
O porta-voz precisou que as propostas serão discutidas na reunião semanal do colégio de comissários que se realizará na quarta-feira, mas aprovada de seguida por procedimento escrito, para serem apresentadas na quinta-feira pelo comissário da Ajuda Humanitária e Gestão de Crises.
As situações mais graves de incêndios em Portugal este ano ocorreram em junho, em Pedrógão Grande - quando um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos -, e a 15 de outubro passado, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, que provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
In Lusa/Fim
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