Mais de 20% dos bombeiros com problemas respiratórios
Mais de 20 por cento num total de 357 bombeiros têm problemas respiratórios, revela um estudo sobre as consequências da exposição a ambientes de fogo que a associação Chama Saúde divulga na próxima quarta-feira e ao qual a TSF teve acesso. A Associação Nacional de Bombeiros Portugueses já se mostrou preocupada com os resultados.
Ouvido pela TSF, o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Portugueses disse que o estudo da Chama Saúde faz um diagnóstico «muito preocupante», e demonstra que os «bombeiros infelizmente têm pouco acompanhamento médico ou medicamentoso».
Para Fernando Curto, as «câmaras municipais, a Autoridade Nacional de Protecção Civil e as próprias associações deveriam ter em conta estes dados» e lançar uma «reflexão muito profunda sobre a prevenção».
O representante adiantou que muitos bombeiros não usam protecção na altura de combater os incêndios «por desleixo, heroísmo ou adrenalina» ou porque não têm equipamento para de proteger», como máscaras individuais.
A pneumologista Cecília Longo aconselhou a que se faça um rastreio anual sistemático, algo que os bombeiros não costumam fazer.
«Desta população de 357, o teste à função respiratória tinha sido feito só nos que tinham um pouco de asma, cerca de dez pessoas. Nos outros todos foi a primeira vez que fizeram estes testes», explicou.
Esta especialista aconselhou o uso da protecção respiratória no combate aos incêndios florestais, o que não costuma ser feito pelos bombeiros.
«Mesmo na parte urbana, o uso da protecção respiratória não é total e ainda há muita gente que não usa. Isso é uma coisa que pode ser modificada», concluiu.
TSF
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