terça-feira, 8 de julho de 2008

Helicópteros de emergência previstos para algumas regiões podem ser desnecessários

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica admitiu hoje que podem ser desnecessários helicópteros de emergência que estavam previstos para o Alentejo, Trás-os-Montes a Beira Alta devido à decisão de manter abertas algumas urgências médico-cirúrgicas.

Em entrevista à rádio Antena 1, Abílio Gomes disse que está a ser feito um estudo que poderá demonstrar que os três helicópteros previstos para Ourique, Macedo de Cavaleiros e Aguiar da Beira são agora desnecessários.

"[Os helicópteros] foram perspectivados no pressuposto de uma determinada perspectiva de rede de pontos de referenciação de urgência(...) Houve uma nova adaptação dos pontos de rede e os pressupostos que levaram à expectativa de novos meios aéreos já não se verificam. Tinha a ver com alguns encerramentos de urgências médico-cirúrgicas que não foram efectivados", disse.

Questionado directamente sobre se esses meios aéreos podem ser redundantes ou desnecessários, o responsável referiu que o INEM está "aberto" a que o estudo em curso dê essa indicação.

Abílio Gomes sublinhou que desde que tomou posse, há cerca de cinco meses, já foram "implementados muitos meios ao nível da rede terrestre".

Como exemplo referiu que das 42 viaturas de suporte imediato de vida (SIV) previstas, 24 já estão operacionais.

"O crescimento do INEM muito grande num curto espaço de tempo" levou a direcção a encomendar um estudo para apresentar um plano de sustentabilidade financeira para o organismo.

Aliás, Abílio Gomes avisa que dentro de três anos a revisão do orçamento do INEM terá de acompanhar a nova dimensão de respostas.

Questionado, nos Açores, onde acabam encerram hoje as jornadas parlamentares do CDS-PP, Paulo Portas já reagiu às declarações de Abílio Gomes sobre o possível cancelamento do concurso para a aquisição dos três helicópteros de emergência: “Em nome de que alternativas fecharam essas urgências se não há transporte de doentes?”.

Para tentar combater a falta de meios humanos, o responsável do INEM defende também a criação de uma carreira profissional semelhante à dos paramédicos.

"Criar uma carreira profissional que valorize a intervenção dos actuais tripulantes das ambulâncias de socorro e de emergência. Valorizá-los até que pudessem ter capacidade de actuação semelhante à dos paramédicos", afirmou.

Público