Um verdadeiro simulacro
Sirenes, ambulâncias e muitos bombeiros atraíram a atenção ontem ao final do dia. Era para ser um teste, mas acabou por ter resultados práticos.
Parece mentira mas não é. O simulacro de ontem acabou mesmo num acidente real. Uma ambulância acabou por chocar com uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), provocando um ferido ligeiro. Ninguém previa o choque aparatoso, mas o exercício acabou por decorrer dentro da normalidade.
A noite já tinha chegado. O som dos veículos e o cheiro a queimado dava uma configuração diferente ao local, e muitos foram os curiosos que se aproximaram para ver do que se tratava. O cenário de catástrofe, montado no recinto da feira dos 23, foi pensado ao pormenor. O "suposto" acidente envolveu um autocarro, com 21 tripulantes e dois veículos ligeiros. Depois de ter sido dado o alerta e os meios accionados, a espera não foi muita, apesar de se ter mesmo verificado um acidente real. Grande parte da assistência, na maioria alunos, enfermeiros e técnicos, nem queriam acreditar que a "brincadeira" tinha virado realidade.
Oito corporações de bombeiros, 17 veículos, 57 bombeiros, uma viatura intervenção em catástrofe, uma VMER, duas ambulâncias da cruz vermelha e um veículo de comando estiveram envolvidas. A actividade, inserida no Congresso de Emergência – Vida por Segundos II, pretendeu mostrar como funcionam, numa situação real, os meios de socorro. E porque o "impacto visual é sempre diferente", como salienta um dos organizadores, vale sempre a pena continuar.
AO DIÁRIO AS BEIRAS António Vieira, enfermeiro do Centro Hospitalar de Coimbra, explicou que o simulacro foi também um teste para as forças envolvidas. Apesar dos "danos colaterais", o enfermeiro mostrou-se bastante satisfeito com o congresso e afirmou que as inscrições, mais de 600, superaram todas as expectativas.
O movimento de veículos e de pessoal médico foi contínuo. Durante mais de uma hora desdobraram-se em trabalhos para tentar socorrer todas as vítimas. Mas, à semelhança de uma situação real, a tarefa não se adivinhou fácil, e a falta de luz ambiente contribuiu para dificultar a situação.
Os especialistas confirmam. As catástrofes existem quando menos se espera, e é preciso estar-se preparado para elas. No local esteve também um centro psicológico do INEM – uma unidade móvel com duas psicólogas. A sua tarefa não é fácil e consiste na ajuda às vítimas dos acidentes.
Praticamente todas as corporações de bombeiros do concelho de Coimbra e arredores estiveram envolvidas, e a sua actuação mostrou-se coordenada e eficiente. Dos "danos colaterais" ninguém estava à espera, mas a verdade é que tudo acabou por acabar bem, não fosse isto um simulacro.
Diário As Beiras
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