Apagar fogos... de táxi
Nos Bombeiros Voluntários há três equipas permanentes, e uma única viatura ligeira para combate a incêndios. Com a recusa do Governo em entregar outra viatura, os directores admitem mandar os bombeiros de táxi, no próximo verão.
Os Bombeiros Voluntários de Castro Daire, durante o Verão, têm constituídas três equipas de primeira intervenção. Para este ano, estavam a contar com a entrega, por parte da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), de uma viatura ligeira para combate a incêndios (VLCI). Só que a oferta não se concretizou.
Não admira, pois, que o assunto tenha dominado as intervenções e as conversas, nas comemorações dos 130 anos da corporação. O mais crítico foi o presidente da direcção, António Pinto, que não poupou na ironia, dizendo que ia mandar os bombeiros de táxi para os fogos. “Se tenho três equipas, no total de 15 homens, e uma viatura, que leva cinco bombeiros de cada vez”, afirmou, questionando: “como é que vamos fazer?”.
António Pinto estranha que, depois de ter comunicado para a ANPC a necessidade de receberem uma VLCI, “prioridade confirmada pelo comando distrital”, o processo tenha sido encaminhado para uma candidatura ao QREN, Quadro de Referência Estratégico Nacional. Candidatura que não rejeita fazer mas que - lembra - só vem lá para 2012. “Até lá, vamos contratar táxis para levaram os bombeiros aos fogos”, conclui.
Oferta da Bélgica
Numa altura em que a corporação dos BVCD está a comemorar 130 anos, a melhor prenda de aniversário veio de Bélgica. De facto, uma corporação de bombeiros belga mandou para Castro Daire um carro auto-escada, que foi retirado do serviço. “Lá é tudo diferente. De dez em dez anos renovam toda a frota”, esclarece António Pinto.~
A oferta, segundo conta o presidente da direcção dos Voluntários, surgiu porque há um antigo bombeiro de Castro Daire que está a trabalhar perto de Antuérpia. Este cidadão, quando soube que os carros de socorro, com dez anos iam ser renovados, foi saber o que faziam aos “carros velhos”.
Disseram-lhe que alguns são abatidos e outros oferecidos para quem necessite. Assim, o antigo bombeiro falou com o presidente do município belga e perguntou-lhe se seria possível que algum desses “carros velhos” fosse oferecido aos bombeiros de Castro Daire. “E assim foi. Cá temos um carro que para eles é velho e que para nós é muito bom”, conclui.
Diário "As Beiras" Online
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