Engenheiro fabrica aparelhos eletrónicos para atear incêndios
PJ de Coimbra deteve suspeito e apreendeu artefactos que tinham temporizador destinado a retardar início das chamas até 11 dias. É suspeito, entre outros, do grande incêndio em Mação em 2017. Um engenheiro eletrotécnico, de 38 anos, foi detido esta segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ) pela suspeita de causar fogos florestais usando um engenho eletrónico, no distrito de Castelo Branco. O homem, que não apresentou qualquer explicação lógica, é esta terça-feira levado a um juiz na Sertã.
O homem foi detido no seguimento de quatro focos de incêndio registados no domingo nos concelhos da Sertã e Proença-a-Nova. "O engenho tem um temporizador programado pelo autor que fechava o circuito no tempo por si escolhido. Ao fechar o circuito provoca a ignição da matéria combustível envolvente. Os temporizadores podem ser programados até 11 dias, os de domingo estavam com programação de 48 horas", revela o coordenador de investigação criminal da PJ, Fernando Ramos.
O subdiretor da PJ do Centro, Válter Constantino, aponta que esta investigação já dura há dois anos e que o suspeito já estava referenciado pelas autoridades. "O suspeito é especialista na área, conhece bem a zona, sabe como progridem os incêndios, que se informa qual vai ser a temperatura, a humidade. Tudo isso era devidamente preparado por este homem", assegura, completando que o suspeito está "fortemente indiciado". Para além do grande incêndio de Mação, em julho de 2017, que destruiu cerca de 33 mil hectares de floresta, o homem é suspeito de ter ateado outros dois fogos, o ano passado, um em Oleiros, em julho, e outro em Proença-a-Nova, em setembro.
O diretor nacional adjunto da PJ, Carlos Farinha, destaca esta investigação, feita em conjunto com a GNR. "É um exemplo em como há inovação, tendo havido um trabalho muito importante da polícia científica. É uma investigação complexa, com meios de prova intrusivos, com ajuda dos laboratórios", terminou.
In Jornal de Noticias
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