segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Respostas rápidas: porque arde Monchique dois meses após a visita de António Costa

A 1 de junho, o primeiro-ministro visitou a vila algarvia no âmbito das ações de prevenção estrutural, operacional e de combate aos incêndios em meios rurais. Dois meses depois, o incêndio que deflagrou no mesmo sítio já queimou mais de mil hectares, fez 25 feridos e obrigou a evacuação de habitantes.
Quando o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Administração Interna (MAI), Eduardo Cabrita, visitaram a vila de Monchique, com vista em ações de prevenção estrutural, operacional e de combate aos incêndios em meios rurais, a 1 de junho, estaríamos longe de imaginar que dois meses depois a vila algarvia estivesse em chamas.
Quando começou o incêndio de Monchique?
O incêndio está ativo desde sexta-feira. Por volta das 13h30 de dia 3 de agosto, o fogo deflagrou na localidade de Perna da Negra, tendo obrigado a retirar habitantes do sítio das Taipas e de Foz do Carvalhoso, da qual foram transportadas 25 pessoas.
O número de bombeiros no combate ao incêndio é de 810 operacionais, apoiados por 226 veículos, oito máquinas de rasto e nove meios aéreos, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Quais os estragos já provocados pelo fogo?
O incêndio já consumiu uma área de cerca de mil hectares, com 20% dessa área a  estar inacessível a meios terrestres. Existem 25 feridos, sendo que um deles se encontra em estado grave. Uma idosa que foi transportada para o hospital de São José, em Lisboa. A Proteção Civil admite que casas isoladas em pequenas povoações podem ter ardido.
Quantas pessoas já foram evacuadas?
Foram retiradas 110 pessoas (79 em dez sítios e lugares no concelho de Monchique (Taipa, Foz Carvalhoso, Ladeira de Cima, Pedra da Negra, Foz do Lavajo, Corjas, Foz do Farelo, Ribeira Grande e Portela da Viúva) e 31 em cinco sítios no concelho de Odemira (Varja do Carvalho, Moitinhas, Barreirinhas, Vale das Hastes e Craveiras).
O que está a preocupar as autoridades?
O incêndio conta com duas frentes preocupantes, uma delas em direção à vila algarvia, tendo o fogo já galgado a Estrada Naciobal 266, que liga Portimão a Monchique continua encerrada até ao quilómetro 22. O flanco direito do incêndio está agora a progredir para as Caldas de Monchique e o flanco esquerdo na direção de São Marcos da Serra, sendo que parte do incêndio progride em direção a sul, à Estrada Nacional (EN) 124.
Como reagiu o Presidente da República?
Marcelo Rebelo de Sousa está a acompanhar permanentemente a situação em Monchique e apesar de não se ter ainda deslocado para a vila, destacou a capacidade de resposta “brutal” no combate ao fogo, sem colocar em risco o resto do país, sublinhando que “neste momento a situação é uma situação circunscrita e limitada e isso faz diferença indiscutivelmente ao que se viveu antes de junho do ano passado e ao que se viveu entre junho e outubro”.

In Jornal Economico