segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Queimadas negligentes têm estado a originar “um fogo por dia”

A negligência de alguns proprietários agrícolas e florestais tem estado na origem de um número de incêndios verdadeiramente anormal para esta época do ano. Depois de terminado o período crítico, em que entre 1 de Julho e 30 de Setembro é proibido por lei fazer qualquer tipo de queimada, as sirenes dos bombeiros tocam agora...
diariamente por causa de incêndios provocados por queimas ou queimadas. Segundo explicou hoje ao diário on-line do Correio da Beira Serra o comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, esta corporação está desde meados de Outubro com mais ocorrências do que as que foram registadas no período crítico dos fogos florestais. “


Temos tido um fogo por dia”, afirmou Emídio Camacho sem deixar de sublinhar que a situação é problemática porque “vem criar dificuldades aos bombeiros” que, nesta altura do ano, têm por vezes “escassez de recursos humanos”. Camacho fez entretanto questão de salientar que apesar de a legislação permitir a realização de “queimas” nesta altura do ano, “existem condicionantes que têm que ser cumpridas” como forma de precaução. Mas o problema é que – conforme o próprio interroga – “quem é que vai meter isso na cabeça do povo”?


Segundo aquele comandante de bombeiros, as pessoas têm que ver o estado do terreno onde fazem as “queimas”, observar as condições climatéricas “porque o mato está seco” e ter água por perto. Só que o problema é que muitas vezes – refere Camacho – “as pessoas viram costas” e o calor produzido “entranha-se nas raízes” e desencadeia-se o fogo.


Mais perigosas, observa Camacho, são no entanto as “queimadas” que envolvem a queima de matéria combustível resultante do abate de árvores, por exemplo, e que necessitam de licenciamento prévio por parte da Câmara Municipal, sendo que os bombeiros têm sempre que estar presentes. Contudo, os proprietários desconhecem muitas vezes a legislação e aventuram-se, ignorando inclusivamente as coimas estabelecidas para este tipo de comportamentos.


In "Correio Beira Serra"