Socorristas de proximidade com curso de desfibrilhação, para diminuir morte súbita
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) de Coimbra lançou a ideia e a direcção nacional aceitou. Em breve, as delegações da CVP vão avançar com um curso de suporte básico de vida com desfibrilhação, na tentativa de diminuir a percentagem de mortes súbitas. «Em média, a ambulância do INEM demora 18 minutos a chegar, se não houver proximidade a pessoa morre», alertou Armando Gonsalves, presidente da Cruz Vermelha de Coimbra, na entrega de material pelo Modelo, no âmbito da iniciativa “Causa Maior”.
O médico toma como exemplo o caso de Boston, nos Estados Unidos da América, para indicar que esta estratégia tem uma percentagem de sucesso de 50% contra os 5% do resto do país. A nível nacional, Armando Gonlsaves perspectiva que podem ser salvas, com a ajuda dos socorristas de proximidade, entre cinco mil a 10 mil pessoas por ano. Importa também que instituições, como as unidades hoteleiras, disponham deste tipo de material, frisou, lembrando que, «cada vez mais, estrangeiros que vêm passar férias a Portugal perguntam se a unidade tem desfibrilhador».
A nível nacional vai ser lançado um concurso público para aquisição de equipamento para ensino, cujo preço ronda os 1250 euros por unidade. Na Cruz Vermelha de Coimbra já existe um, a ideia é adquirir outro de ensino e também um automático – deverá custar cerca de quatro mil euros –, que deve ser «compatível» com o equipamento do INEM.
Esta aquisição não vai esperar pelo concurso nacional. Deverá ser possível com as verbas conseguidas com a venda de um DVD, a lançar em Outubro, sobre suporte básico de vida, morte súbita, doença coronária e onde ainda há uma vertente que conta a história da Cruz Vermelha. Deverão ser colocados à venda 800 exemplares, por um preço a rondar os 10/15 euros, revelou Armando Gonsalves.
Campanha “Causa Maior” rendeu 330 mil euros
O médico cardiologista ouviu, da parte das lojas Modelo, a disponibilidade para apoiar este projecto. Rui Reis, responsável do Modelo de Eiras, destacou a crescente «preocupação social» da empresa, na entrega de duas camas, 18 canadianas e 15 cadeiras de rodas ao núcleo de Coimbra da Cruz Vermelha, no âmbito da campanha “Causa Maior”, cujo objectivo foi contribuir para a «qualidade de vida da população sénior, muitas vezes esquecida», explicou Rui Reis.
A nível nacional, o projecto “Causa Maior” angariou um valor total de 330 mil euros, que está a ser distribuído pelas 93 localidades onde o Modelo está presente. A ajuda foi, depois, materializada consoante as necessidades: foram realizadas 30 cirurgias às cataratas, 1763 rastreios, adquiridos 1086 aparelhos de medição, 615 equipamentos técnicos, 6595 materiais médicos para acompanhamento da realização de rastreios, 130 materiais geriátricos, 42 pacotes de tele-assistência.
A campanha contou com 3774 colaboradores e permitiu também a aquisição de géneros alimentares, material informático e audio-visual, artigos de limpeza e higiene pessoal, mobiliário e electrodomésticos, ajudando ainda na reabilitação de casas e instalações e na promoção e desenvolvimento de acções de formação e sensibilização.
Diário de Coimbra
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