segunda-feira, 28 de março de 2011

Comandante alerta para dificuldades de pagar transporte de ambulância

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (BVOH) advertiu, ontem, para o risco de alguns doentes começarem a não ter condições para pagar o custo inerente ao transporte de ambulância, o que faz com que essas pessoas deixem de ter acesso aos cuidados de saúde. Emídio Camacho falava durante a cerimónia solene comemorativa do 89.o aniversário da Associação Humanitária dos BVOH, que, como é habitual, contou com a presença de diversas entidades responsáveis pelas áreas da protecção e socorro a nível distrital.


Um dia de festa para a grande família dos Bombeiros oliveirenses, que foi também uma oportunidade para os seus dirigentes se fazerem ouvir relativamente a alguns problemas que a corporação enfrenta neste momento, nomeadamente na área da saúde e ainda no que diz respeito ao dispositivo de combate a incêndios florestais para a próxima época. Referindo-se ao transporte de doentes, o comandante dos BVOH garantiu que, além do valor actualmente pago por quilómetro pela ARS «não acompanhar a actual subida de combustíveis» nem «garantir os custos subjacentes à manutenção das viaturas», as novas portarias que regulam este serviço «podem originar que muitos doentes deixem de ter acesso às credenciais de transporte de ambulância». Uma situação que, se por um lado vai criar problemas junto de muitos dos utentes deste transporte, «maioritariamente em situação de carência sócio-económica», vai, segundo Emídio Camacho, acarretar dificuldades acrescidas aos corpos de bombeiros que «irão ressentir-se com a redução drástica de serviços nesta área», o que poderá levar «à necessidade de redução de recursos humanos».

Dispositivo de combate a incêndios será menor
No que toca ao dispositivo de combate a incêndios florestais para este ano, o comandante dos BVOH mostrou-se igualmente preocupado com a eventual redução da estrutura operativa relativamente a 2010, o que, a verificar-se, na sua opinião, poderá «colocar em causa os níveis de eficácia em termos de actuação na primeira intervenção, e consecutivamente limitar a capacidade dos bombeiros no controlo e combate aos incêndios florestais». Uma questão tanto mais importante, porquanto a sua corporação foi a que registou maior número de incêndios florestais no Verão passado no distrito de Coimbra, o que não teve, contudo, correspondência ao nível da área ardida, «onde se obtiveram resultados positivos». Resultados que foram, de resto, reconhecidos pelo comandante da Protecção Civil distrital, coronel António Martins, que realçou os elevados níveis de operacionalidade desta corporação, o que foi visível na última época de fogos florestais. Apesar do dispositivo para 2011 ainda ser uma incógnita, aquele responsável dá quase como certo que não seja o mesmo de 2010, pelo que «teremos de viver com aquilo que temos», avisou.

Também o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, frisou a eficácia com que este corpo de bombeiros se bateu, ainda no último Verão, perante as sucessivas ocorrências que fustigaram o concelho, deixando a promessa de continuar a apoiar esta instituição como tem feito nos últimos dois anos, apesar dos tempos difíceis que se avizinham em que o próprio orçamento municipal conta com muito menos verbas. «É preciso fazermos opções e cortarmos em coisas muito mais supérfluas que o município apoia», afirmou o autarca, lamentando que alguns políticos de Lisboa não consigam fazer o mesmo e que o concelho de Oliveira seja o exemplo acabado de um concelho que tem sido «vítima» dos diferentes governos.

Região continua sem “estrada digna desse nome”«O concelho não tem sido tratado com o devido respeito em termos de acessibilidades», acusou José Carlos Alexandrino, classificando mesmo de «vergonha» aquilo que se passa a este nível na região, que continua sem «uma estrada digna desse nome». «Lamento que ainda não tenha sido desta vez que isto tenha sido uma realidade», criticou ainda o edil, pensando que o concelho tem pessoas e empreendedores que «já mereciam esta obra». Apesar de tudo, José Carlos Alexandrino frisou que pela «primeira vez» existem estudos de impacte ambiental concluídos e prontos para lançar a obra, enquanto outros no passado se «esqueceram de lutar por este desígnio», referiu, em dia de festa na casa dos soldados da paz.

Diário de Coimbra

Acidente com jipe provoca dois feridos

Acidente com um jipe Nissan, ocorrido, ontem (25), cerca das 15H00, provocou dois feridos graves e um ligeiro. Tratou-se de um despiste, na EN17, em Catraia de S. Paio, com o veículo a circular no sentido Oliveira do Hospital – Coimbra, tendo acabado por cair numa pequena ravina situada no sentido oposto da via. Destruiu ainda um poste de energia eléctrica da EDP.

Segundo adianta ao DIÁRIO AS BEIRAS o comandante dos bombeiros de Oliveira, o condutor do jipe terá tentado “desviar-se de um cão, entrou na valeta e acabou por se despistar”. No interior do veículo circulavam dois jovens com idades entre os 20 e 25 anos e uma jovem com 20 anos. O condutor do jipe sofreu ferimentos com alguma gravidade sendo transferido para o Centro de Saúde de Oliveira.

O outro rapaz saiu ileso, enquanto a jovem foi a que ficou com ferimentos mais graves. “Estava inconsciente, teve que ser desencarcerada, transportámo-la com vida para o Centro de Saúde e depois seguiu no helicóptero do INEM para os Hospitais da Universidade de Coimbra”, revela o comandante Camacho.

A EN17 esteve interrompida no local durante cerca de meia hora, com vários elementos da GNR a efetuarem a regularização do trânsito. No local do acidente foram enviadas três ambulâncias e um carro de desencarceramento e 15 membros dos bombeiros oliveirenses.

In "Diário As Beiras"

Foi bem cedo que se iniciaram as comemorações dos 89 anos de vida desta Corporação Humanitária, Durante a manhã houve a visita aos cemitérios em memória do Bombeiro que já partiram, alguns deles, em serviço e na defesa ou auxilio de outros. Depois, realizou-se uma pequena homenagem junto ao monumento do Bombeiro e busto de Manuel Gouveia Serra.

Já ao fim da manhã foram baptizadas mais quatro novas viaturas, duas ambulâncias e dois todo-o-terreno, seguindo-se o desfile de viaturas e pessoal pelas ruas da cidade. De seguida realizou-se a cerimónia oficial no salão principal. Perante muitos convidados, o Presidente da Direcção salientou os trabalhos efectuados no último ano, assim como a realização de algumas obras e melhoramentos no quartel. Também a Unidade Local de Formação, criada no ano passado, já realizou e está a realizar diversos cursos nas área de incêndios florestais e urbanos.


O Presidente da Direcção salientou ainda a oferta de 4 mil euros que serão exclusivamente para a compra de material de protecção dos bombeiros. Também o Comandante Camacho fez uma agradecimento a todos aqueles que de uma ou de outra maneira colaboram e têm ajudado esta Associação, dando também destaque e fazendo um apelo ao Governador Civil sobre o problema actual que os bombeiros atravessam com a implementação do novo sistemas de transportes de doentes (SGTD). Assim o que está a acontecer, é uma grande redução de serviços de ambulâncias e do seu pagamento em grande casos ter de ser suportado pelos próprios doentes que em muitos caso não têm possibilidade de o pagarem.

Já o Governado Civil Henriques Fernandes, sobre este assunto, foi parco em palavras fazendo um pequeno comentário algo descontextualizado sobre o apelo do comandante. Também nestas cerimónias esteve representada a Federação e a Liga dos Bombeiros Portugueses que na sua última reunião, abordou o problema do transporte de doentes. Já o Presidente da Câmara José Carlos Alexandrino, salientou a importância do apoio a estas instituições e que o Município o irá manter dentro do difícil quadro económico actual. Durante os últimos dois anos a autarquia entregou aos Bombeiro de Oliveira do Hospital cerca de 242 mil euros e a Lagares da Beira 215 mil. Este ano não será também um ano fácil derivado a toda a conjuntura económica e o Município irá receber cerca de 2 a 3 milhões de euros a menos.

O Presidente da Câmara e a Associação dos Bombeiros, acabaram também por entregar lembranças a Zeferino Paulo, homem que esculpiu na pedra o símbolo dos bombeiro e o ofereceu. Quanto ao prémio Comandante Manuel Gouveia Serra, o mesmo foi atribuído a Tiago FilipeMendes Silva. Nota:Oiça aqui os discurso do Presidenta da Direcção Eng.º Arménio e do Comandante Camacho.

In "Rádio Boa Nova"

quinta-feira, 24 de março de 2011

Bombeiros de Oliveira do Hospital afetados pela quebra do transporte de doentes

A acentuada diminuição da prescrição de transporte de doentes, por parte dos médicos, está a causar danos nas contas dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital.

Ainda a aguardar pelo resultado do balanço do primeiro trimestre de 2011, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (AHBVOH) não esconde a frágil situação por que está a passar.

“As corporações investiram em equipamentos e viaturas e agora dá-se uma machadada e ficamos com as viaturas e os trabalhadores parados”, referiu o presidente da direção da AHBVOH ao correiodabeiraserra.com, admitindo que a continuar esta situação, as corporações terão que “regressar ao passado” e “manter apenas o voluntariado a trabalhar”.

Responsabilizando a política de saúde posta em marcha pelo governo pela situação que está a afetar “todas as corporações do país”, Arménio Tavares assegura que a corporação não está a ser atingida no imediato, mas avisa que “a continuar a situação, vai ser prejudicada”.

“Temos algum fundo de reserva, porque a minha gestão sempre se pautou por isso”, confessou a este diário digital, garantindo que de momento, a possibilidade de despedimentos “não está no horizonte da AHBVOH”.

Fruto da redução de prescrição de transportes, a corporação da cidade que conta com os préstimos de 17 funcionários depara-se diariamente com a permanência de viaturas e bombeiros no quartel. É que, sem prescrição médica, a requisição de uma ambulância para uma deslocação a Coimbra custa 80 Euros a um oliveirense. “Quem tem dinheiro pode pagar, mas quem não tem, deixa de ir às consultar e de fazer tratamentos”, constata Arménio Tavares, garantindo porém que o serviço de urgências está sempre assegurado.

A agravar a situação da corporação que, neste momento passa por um período de contenção – “vamos ser mais cautelosos nas despesas”, observou Tavares – está ainda o aumento dos preços dos combustíveis. “São fatores que afetam a instituição”, sublinhou.

Em união de esforços, as corporações do país encetaram negociações com o governo, com o objetivo de restituir a normalidade aos corpos de bombeiros. “Há uma posição muito firme de reagir”, contou Arménio Tavares, adiantando que estão a ser ventiladas várias hipóteses de protesto.

O momento por que atravessa a corporação deverá ainda marcar a comemoração do 89º aniversário da AHBVOH. Marcada para 27 de março, a cerimónia vai contar com a habitual bênção de viaturas e a inauguração da escultura em granito, executada a custo zero, por Zeferino Monteiro. A matéria-prima também foi oferecida à corporação.

In "Correio da Beira Serra"